Pinípedes

Biologia,

Pinípedes

Os pinípedes são uma ordem de animais marinhos que se divide em três famílias de mamíferos bastante conhecidas: a Phocidae, das focas, a Odobenidae, das morsas, e a Otarridae, dos leões marinhos e lobos marinhos. Eles vivem tanto no ambiente aquático quanto no terrestre.

Pinípedes

A palavra “pinípede” traz a união dos termos “pinna”, que significa “pena”, e podos, que significa “pés”. Ou seja, segundo a etimologia, são animais que têm “pés em forma de pena”. Apesar de habitarem o oceano, conseguem passar longos períodos na terra. No solo, se movimentam de maneira desengonçada, o que não lhes impede de desfrutar esse ambiente.

Os pinípedes possuem corpos arredondados, com uma grossa camada de pele e gordura, útil para isolá-los do frio. Os membros são em forma de nadadeira, que faz com que estes sejam hábeis nadadores. Embaixo da água, conseguem enxergar muito bem. Essas características permitem que eles vivam nos mais diversos ambientes aquáticos, em oceanos de todas as latitudes.

Já foram registradas sete espécies de pinípedes na costa brasileira:

  • Elefante-marinho-do-sul (Mirounga leonina)
  • Foca-leopardo (hydruga leptonyx)
  • Foca-caranguejeira (Lobodon carcinophagus)
  • Leão-marinho-do-sul (Otaria flavescens)
  • Lobo-marinho-antártico (Arctocephalus gazela)
  • Lobo-marinho-do-sul (Arctocephalus australis)
  • Lobo-marinho-subantático (Arctocephalus tropicalis)

Características

Espécies de pinípedes estão espalhadas por todo o globo. No entanto, elas preferem viver em regiões mais frias, seja do hemisfério norte ou do sul. Basicamente, os animais se alimentam de peixes e invertebrados marinhos. Mas há espécies que fogem à regra, como é o caso do leão-marinho, que come invertebrados maiores, como pinguins. As morsas têm uma alimentação baseada em moluscos encontrados no fundo dos mares.

A maior parte da vida dos animais da ordem dos pinípedes é passada dentro das águas. Eles saem para o solo em ocasiões especiais, como para acasalar, dar à luz, ou até mesmo escapar de predadores como baleias assassinas e tubarões. Os machos das espécies normalmente acasalam com mais de uma fêmea, uma característica chamada de poliginia. Contudo, não há um comportamento único, porque o grau de poliginia varia de espécie para espécie. As que costumam se criar em terra, por exemplo, tendem a se acasalar com mais fêmeas do que as que se criam na água ou no gelo.

Para conquistar as fêmeas, há uma variedade de estratégias utilizadas pelos machos. Alguns as defendem, outros defendem o território onde se encontram. Há espécies que atraem as fêmeas através de rituais de exibição ou pelo modo lek, uma espécie de “encontro” de machos que competem pelas fêmeas. Os filhotes normalmente nascem nos meses de verão e primavera. A mãe é responsável por carregá-los durante quase todo o tempo.

Nos últimos anos, as espécies de pinípedes têm enfrentado problemas para se desenvolverem. Em algumas regiões é comum a caça, que põe em risco as populações dos animais. Além disso, eles sofrem com ameaças de armadilhas acidentais, poluição marinha ou até conflitos com as populações das regiões onde vivem.

Diferenças entre as espécies

Os animais da ordem pinípede são bastante parecidos, mas possuem características físicas e de comportamento evidentes que os diferenciam. O leão marinho (Otaria byronia), por exemplo, pode ser identificado pela juba que os machos possuem (característica que lhes rendeu o nome). Esses animais possuem uma espessa gordura no corpo para lhes manter aquecidos. Habitam regiões próximas aos polos e se alimentam de aves, moluscos, crustáceos, peixes e até de lobos-marinhos jovens. Se estão no solo, são presas principalmente dos humanos. Quando estão no mar, costumam ser caçados por tubarões e baleias.

A foca (Phoca vitulina) é o animal mais conhecido de toda a ordem. A sua família, a Phocidae, possui pelos curtos, e costuma viver em regiões frias como a Antártida. O movimento que faz no solo é bastante diferente dos lobos e leões-marinhos. Enquanto esses utilizam as nadadeiras anteriores para se locomover, a foca flexiona as laterais do corpo e faz deslizamentos. Quando está no mar, ela consegue realizar um excelente nado graças ao seu corpo hidrodinâmico, cuja forma lembra um torpedo. Seus membros anteriores e posteriores são em forma de nadadeira. Além disso, pode fechar as narinas debaixo d’água, o que lhe garante grande resistência.

A morsa (Odobenus rosmarus) é conhecida pelos seus grandes caninos, que são usados não só na caça, como também na sua locomoção. A cabeça dos membros da família Odobenidae são arredondadas, com largos focinhos. Essa espécie, que possui um corpo bastante pesado, é um animal muito sociável. Possui um grande bigode (cujo o nome é vibrissas), que é usado para garantir um melhor reconhecimento espacial. Uma característica que a diferencia dos outros animais da ordem é a total ausência de pelos.

O lobo-marinho (Actocephalus australi), assim como o leão-marinho e diferentemente das focas e morsas, possui orelhas. Ele emite sons agudos que parecem uivos, e por isso tem esse nome. Seu habitat são pequenas ilhas desabitadas ou em zonas de costa. Entra muitas vezes em alto mar para caçar alimentos. Sua alimentação é basicamente peixes, polvo e mexilhões.