Relações das formigas com outros organismos
Além de representar o grupo mais numeroso dentre os insetos, uma das maiores famas das formigas é a sua característica de comunidade e de sociedade entre si, com toda a organização de hierarquia e existência de uma formiga rainha acima das formigas operárias. Tal sistema, que indica níveis sociais avançados, é conhecido como eusocialidade. No entanto também são interessantes as relações das formigas com outros organismos. Essa interação mostra-se como fundamental para a organização e sobrevivência da comunidade de formigas.
As principais relações das formigas com outros organismos ocorrem principalmente com seres orgânicos inferiores na cadeia alimentar, ou seja, seres que sofrem domínio e controle das formigas. O primeiro exemplo é a sinfilia, um tipo de associação que ocorre entre as formigas e os pulgões de plantas, também denominados como afídeos. Certas espécies de pulgões produzem um líquido doce eliminado como excremento após se alimentarem de seivas ricas em carboidratos de vasos liberianos de plantas. A excreção dos pulgões apresenta um alto teor açucarado que agradam muito as formigas. Desta forma é natural encontrar formigas que mantém os pulgões em cativeiro no formigueiro para se alimentarem das suas fezes. Na maioria dos casos, inclusive, as formigas entregam partes vivas de plantas para os pulgões se alimentarem ou os levam para locais com comida e inclusive os protegem de outros predadores – que os seguem justamente pela secreção que eles liberam. O mais curioso é o fato das formigas acariciarem a glândula dos pulgões para estimular os afídeos a eliminarem o material açucarado que irão consumir.
Ainda na situação de consumo orgânico de outros animais temo o caso que acontece com as lagartas mirmecófilas – que pode ser traduzido para algo como “amigas das formigas” – que normalmente são criadas e protegidas pelas formigas. Durante o dia as formigas responsáveis pelas lagartas as levam para pastar e se alimentar, além de as protegerem de predadores. Após esse período as lagartas são levadas de volta ao formigueiro para que as formigas, assim como ocorre com os pulgões, façam carinho em uma determinada glândula para iniciar o processo de “ordenhar” as lavas. Isso ocorre porque as larvas mirmecófilas também segregam um líquido adocicado do qual as formigas também se alimentam, aumentando assim a fonte orgânica de nutrição.
Criaturas camufladas
Como é possível notar na maioria das relações das formigas com outros organismos as operárias costumam se aproveitar de outros seres em benefício próprio. Entretanto as formigas também sofrem uma espécie de golpe similar e tudo acontece por causa do micro-organismo de lagartas do tipo mirmecófago – que “comem” formigas. Estas lagartas utilizam o recurso de expelir a substância feromona que tem como principal objetivo se camuflar entre as formigas, fazendo com que todos no formigueiro as confundam com as larvas mirmecófilas citadas acima. Desta forma estas lagartas são levadas pelas formigas para serem cuidadas e se aproveitam para se alimentarem das larvas verdadeiras, fazendo com que as formigas levem inimigos para o próprio lar.
Formigas e humanos
Apesar de na maioria das vezes serem um incômodo também é possível observar uma relação entre as formigas e os seres humanos. No campo ambiental as formigas possuem a capacidade de fertilizar e aerificar solos, além de exterminar outros insetos daninhos através da predação. Porém o caminho inverso também acontece quando o número excessivo de formigas as transforma em uma praga quando invadem jardins, campos de cultivo e residências em geral ao construírem ninhos dentro das casas.
Um exemplo é a formiga-carpinteira que constrói seu ninho em eletrodomésticos por causa da temperatura – causando mau funcionamento – e em paredes ocas, furando a madeira que sustenta a casa. Algumas formigas podem inclusive transmitir certas doenças e bactérias e os procedimentos para evitar uma infestação são os seguintes:
- Manter a cozinha sempre limpa e tampar as frestas com sabão em barra
- Aplicar água com detergentes nos orifícios dos quais as formigas surgem.
- Borrifar água com cravo da índia nos focos de infestação e utilizar galhos secos de arruda.
- Utilizar casca de limão para afastar as formigas do açucareiro.
É possível verificar, portanto que as formigas não apenas são muito presentes nas nossas vidas – de forma benéfica ou prejudicial – inclusive em ambientes de pesquisa e de formigueiros projetados, mas também desempenham papéis interessantes nas relações com outros organismos. No geral, o processo que leva as formigas da fase ovular para a adulta costuma durar entre seis a dez semanas. Apesar de alguns exemplares de formigas que ocupam cargos mais altos da hierarquia social conseguir sobreviver por três anos a grande maioria das operarias possuem somente alguns meses de vida. Obviamente as formigas que possuem maior longevidade são a rainha e toda a casta que a cerca, sendo alimentadas pelo mel obtido para o formigueiro. A espécie que sobreviveu por mais tempo até hoje foi a Pogonomyrmex owyheei, que chegaram aos incríveis 30 anos de idade.