Síndrome do Túnel do Tarso

Biologia,

Síndrome do Túnel do Tarso

Você alguma vez pensou na importância dos pés? Com os pés, podemos caminhar, correr e levantar. Além disso, os pés sustentam o peso do corpo. Sem eles, não ficaríamos em pé. Para isso, teríamos que utilizar apoios e próteses.

Síndrome do Túnel do Tarso

Os pés são o nosso alicerce. Por isso, é importante cuidar bem da saúde dos pés, evitando calçados apertados ou inadequados para determinadas atividades, esforço repetitivo e aumento do peso corporal.

Caso contrário, com o passar do tempo podem surgir problemas sérios que comprometem as estruturas dos pés, resultando em muitas dores e dificuldades para andar. Um desses problemas é a Síndrome do Túnel do Tarso, assunto que será abordado mais adiante.

A estrutura e os tipos de pés

O pé tem uma estrutura bem complexa, formada por 26 ossos (5 ossos metatarsais, 7 tarsais e 14 falanges), articulações, ligamentos e músculos. A face posterior é formada por cinco ossos tarsais (um cuboide, um navicular e três cuneiformes), calcâneo e talus.

Na parte anterior, formada por 5 ossos metatarsais, ficam os dedos. Cada dedo possui três falanges, com exceção do hálux, que tem duas. O pé possui dois arcos – o longitudinal e o transverso.

Há quatro tipos de pés – normal, chato ou plano e cavo. A forma varia conforme o arco longitudinal do pé. No pé cavo, o arco é curvo e bem acentuado. O pé chato é aquele cuja pegada é plana.

Dores nos pés

Problemas que causam dores nos pés afetam cerca de 10% da população em geral. Em idosos, o índice é mais crítico, podendo chegar a 95%. A dor é mais comum na face plantar dos pés, atingindo principalmente as mulheres. O diagnóstico mais frequente é a metatarsalgia (dor na parte frontal do pé, onde ficam os ossos metatarsos).

Síndrome do Túnel do Tarso

O túnel do tarso é um canal ósseo estreito, através do qual passa o nervo tibial posterior. Este nervo entra por trás do maléolo medial (aquele osso que se projeto na parte interna do tornozelo). Do maléolo até o calcanhar, o retináculo flexor e os ossos do tornozelo formam o túnel do tarso, por onde passam o nervo tibial e os tendões, artéria tibial e veia tibial. A compressão do nervo tibial posterior resulta na Síndrome do Túnel do Tarso.

A Síndrome do Túnel do Tarso atinge principalmente as mulheres e pessoas que realizam muito esforço físico. A dor só piora com a dorsiflexão do tornozelo.

São considerados como fatores de risco os traumas, fraturas, esforço físico repetitivo e outras doenças, como artrite reumatoide, tumores, cistos, deformações congênitas, obesidade, diabetes mellitus, varizes e tenossinovites. Gravidez e calçados apertados também podem levar à compressão do retináculo flexor e do nervo tibial posterior.

Sintomas da Síndrome do Túnel do Tarso

Os principais sintomas da Síndrome do Túnel de Tarso são a dor, sensação de queimação, fraqueza dos dedos e na planta dos pés, formigamento, perda da sensibilidade, rigidez, principalmente ao acordar, e muita dificuldade para andar.

Para diagnosticar o problema, além do exame clínico, geralmente são realizados testes de sangue para investigar problemas como reumatismo, radiografia, ressonância magnética e eletroneuromiografia (exame para detectar lesões em nervos e músculos).

Outros testes também são realizados para diagnosticar a Síndrome. O teste do sinal do túnel do pé é realizado com um martelo de reflexo neurológico. A irradiação de parestesias (sensação de formigamento, coceira ou pressão sobre a pele) para o pé indica um problema no nervo tibial posterior, em consequência de uma pressão no túnel do tarso.

Outro método é o teste do torniquete no tornozelo do pé afetado. O manguito é inflado por um ou dois minutos. Este procedimento provocará compressão do túnel do tarso. Se aumentar a dor que o paciente já vem sentindo ou surgir uma dor, até então, inexistente, é provável que haja algum problema afetando o túnel do tarso. A aferição do pulso vascular é outro meio para comparar as pulsações do pé dolorido com as do pé sadio.

A eletromiografia dos músculos peroniais e o exame atroscópico (equipamento que permite olhar dentro da articulação) do túnel do tarso são outros procedimentos aplicados para diagnosticar a síndrome. Se a aplicação de anestesia no seio do tarso cessar a dor, é mais um sinal da síndrome.

Tratamento da Síndrome do Túnel do Tarso

O tratamento pode ser clínico, cirúrgico, ortopédico e fisioterápico. O tratamento clínico compreende o uso de corticoides e anti-inflamatórios. Para lesões mais acentuadas, a cirurgia pode ser recomendada. Um acessório ortopédico, como um suporte para o tornozelo, ajudará a posicionar corretamente o pé, reduzindo a compressão do nervo. O uso de palmilha sob medida também auxilia o tratamento.

Para reduzir ou prevenir o edema, o paciente geralmente é submetido a sessões de fisioterapia. Repouso e a aplicação de gelo na área afetada aliviam as dores.

  • Aos primeiros sinais, é importante procurar o médico ortopedista imediatamente. O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento.
  • Não usar calçados muito apertados para evitar a compressão do nervo tibial posterior.
  • Antes de atividades físicas, fazer o aquecimento necessário.
  • O uso de palmilha ortopédica é uma forma de prevenção.
  • Repouso e massagens auxiliam na redução de dores e desconforto.

Vale lembrar que problemas nos pés afetam outras partes do corpo, como os joelhos, quadril e coluna. Daí a importância de uma consulta imediata ao ortopedista ao sentir dores nos pés fora do comum.