Regras do Judô Feminino – Categorias de 48kg a + de 78 kg e História

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Regras do Judô Feminino – Categorias de 48kg a + de 78 kg e História

Uma arte marcial tradicional, com uma complexa filosofia e uma prática rígida como a maioria das artes marciais japonesas, o judô tem um forte histórico de disputa e superação, sendo que a sua prática remete não apenas a um estilo de luta, mas a uma filosofia de vida. Apesar de ter uma história consideravelmente curta quando comparada a outras artes marciais (como o próprio karatê, por exemplo), o judô conseguiu fixar suas raízes na história, sendo um esporte icônico, relevante para a história mundial e digno de grandes exemplos para a cultura mundial.

Um dos maiores exemplos dessa relevância para o mundo do esporte é a atleta Ronda Rousey, campeã olímpica de judô e atualmente um dos maiores nomes do mundo das artes marciais mistas. Pelo seu trabalho, a atleta tem provado a capacidade do judô como esporte de luta com efetividade prática, embora na maioria dos casos, o judô tenha sido divulgado para o mundo como um projeto seguro de auto-defesa, não como um estilo de luta para se brigar.

Regras do Judô Feminino

A história do judô feminino

Judô, que em japonês significa caminho suave, foi desenvolvido em 1882 por Jigoro Kano. Suas técnicas remetem à tradicional arte marcial praticada pelos samurais, que foram captadas no jiu jitsu japonês e a técnicas orientais de artes marciais, tais como algumas variações do kung fu da China. Um dos grandes diferenciais para a ampla aceitação do judô foi a sua efetividade e movimentação simples, sendo que, desde o princípio, Jigoro Kano tentou priorizar uma base sólida de exercícios simples, práticos e sem grandes dificuldades.

Enquanto Jigoro Kano desenvolvia sua arte marcial, as irmãs de alguns de seus alunos passaram a se interessar pela modalidade, sendo que em pouco tempo já era possível ver mulheres também praticando a filosofia mental e prática do judô. Vale lembrar que, no começo, por ser uma arte marcial sob o rígido código de conduta da sociedade oriental, o judô foi praticado pelas mulheres de maneira adaptada, sendo priorizados os movimentos mais básicos e os treinos apenas entre elas, evitando assim a mistura de gêneros, tentando deixar com os homens uma arte mais pura e com as mulheres uma arte mais simples, básica e prática.

Porém, mesmo este conteúdo básico já foi importante para difundir os conhecimentos do judô para outras mulheres, sendo que o esporte continuou se popularizando pelos próximos anos, até que em 1923 o Instituto Kodokan, tradicional centro de treinamento de artes marciais no Japão, inaugurou um departamento experimental voltado exclusivamente para o judô feminino. Cerca de 11 anos depois, em 1934, o judô já havia se tornado um esporte organizado, sendo que homens e mulheres podiam praticar a arte marcial em vários locais do mundo, o que passou a difundir cada vez mais a modalidade para o mundo.

E embora desde 1964 o judô esteja nas olimpíadas, apenas em 1992 é que o esporte passou a ser disputado também entre mulheres, sendo que só a partir do ano de 2000 é que esta virou uma competição regular em todos os jogos olímpicos desde então.

As regras e as categorias do judô feminino

Atualmente, existem 7 categorias diferentes de judô feminino:

• ligeiro – de até 48 kg;

• meio-leve – de até 52 kg;

• leve – de até 57 kg;

• meio médio – de até 63 kg;

• médio – de até 70 kg;

• meio-pesado – de até 78 kg;

• pesado – a partir de 78 kg.

Para o judô, existem três princípios básicos enraizados em sua filosofia e que servem de guia para toda a movimentação que acontece durante uma disputa. São eles:

• O princípio da máxima eficiência com o mínimo de esforço (seiceiro zen’yo) – aqui, não é tão importante o esforço que você faz, mas sim o quão eficientes são seus golpes. Este princípio é importante para o praticante continuar polindo sua técnica, deixando-a mais simples e efetiva;

• O princípio da prosperidade e benefícios mútuos (jita kyoei) – em cada disputa, em cada sparring, em cada disputa técnica, é preciso ter uma troca de informações. Ou seja, apenas quando você se torna um praticante capaz de se doar é que será possível conquistar grandes resultados;

• O princípio da suavidade, utilizando a energia de forma melhor (ju) – aprender a usar o que temos de melhor é o caminho para conseguir nos desenvolver melhor.

O sistema de pontuação do judô se baseia na busca de conquistar um único ponto. Mas para isso, é possível executar três técnicas diferentes:

• Yuko – vale um terço de ponto, e consiste em conseguir derrubar um oponente ou imobilizá-lo por no mínimo 10 segundos;

• Wazari – vale meio ponto, e com 2 wazari é possível finalizar a luta. Também é possível ganhar um wazari se imobilizar o oponente por no mínimo 15 segundos;

• Ippon – ponto inteiro, é a técnica máxima no judô, equivalendo ao nocaute em outras artes marciais. Este ponto ocorre quando o oponente é arremessado de costas no chão, ou quando é finalizado ou imobilizado por 20 segundos ou mais.