Banco Central do Brasil

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Banco Central do Brasil

Com uma complexa estrutura dorsal e uma função primordial para a economia nacional, o Banco Central do Brasil é, muito provavelmente, o único órgão capaz de sozinho governar o Brasil sem o apoio dos outros setores econômicos ou sociais, sendo também ele o principal órgão regulador da economia brasileira frente a outros mercados.

Devido às proporções da importância do Banco Central para o país como um todo, foram criados vários mecanismos capazes de interferir na sua atuação de maneira independente, com uma segmentação de cargos e setores, que inclusive trabalham de forma independente, se reportando de maneira direta ou indireta ao presidente do Banco Central.

Em comparação de poderes, o presidente do Banco Central do Brasil tem a mesma influência no cenário político nacional que o Ministro da Fazenda. Tanto que, na maioria das trocas de cargos, são escolhidos profissionais que conseguem atuar juntos para exercer essas duas funções, dadas as proporções que atritos entre essas duas forças podem causar na economia nacional tanto para o mercado interno quanto para a forma que os outros países enxergarão o Brasil do ponto de vista econômico.

 Banco Central do Brasil

A história do Banco Central do Brasil

Embora tenha nascido apenas em 1964, a ideia de criar um banco central, capaz de regular todas as relações comerciais que existam em território nacional e que apresentem de maneira centralizada as informações econômicas para o estrangeiro já vinha de muito tempo antes, desde o século XVII, quando foi criada a casa da moeda. Pode-se afirmar que este foi o embrião que deu origem ao Banco Central.

Foi em 1800 que a ideia evoluiu ao ponto de se criar um banco nacional propriamente dito, o Banco do Brasil, onde era realizada a administração do capital nacional e a redistribuição de acordo com os interesses públicos. Porém, este mesmo banco recebia os investimentos de pessoas físicas, tais como depósitos e poupanças. Com o tempo, percebeu-se que a estrutura era muito precária para suportar as demandas que a economia brasileira exigia e atender de maneira competente os clientes do banco, e foi assim que o Banco Central se desmembrou do Banco do Brasil.

Só em 1945, durante o governo de Getúlio Vargas, é que foi criada a Superintendência da Moeda e do Crédito, que passaram a organizar a economia nacional com o objetivo de dar a base necessária para o derradeiro Banco Central.

Durante os 20 anos seguintes, foram organizadas as contas brasileiras e criado o Tesouro Nacional, responsável pela emissão do papel moeda. E assim, em 1964, o Banco Central do Brasil finalmente foi viabilizado como instituição independente e federal.

Para que serve o Banco Central?

Assim como em outras economias, o Banco Central é chamado de “banco dos bancos” por ser o verdadeiro órgão regulador da política monetária do país. Em países de capital mais aberto como os Estados Unidos, o Banco Central tem a função de prever e dar os subsídios necessários para que os demais bancos tenham total liberdade para atrair investidores e clientes, servindo mais como apoiador das iniciativas privadas do que como um regulamentador propriamente dito.

Isso é especialmente interessante em regimes capitalistas, pois deixa que os players do mercado consigam se relacionar de maneira livre, realizando aquisições, mudanças de estrutura e movimentos mercadológicos sem grandes interferências do estado.

Já no Brasil, o Banco Central tem um papel mais regulamentador, interferindo de maneira significativa nos movimentos das demais instituições financeiras. Historicamente, essa regulamentação já acontece desde antes do próprio Banco Central, quando o Presidente João Goulart limitou os lucros das empresas financeiras estrangeiras para proteger o mercado nacional.

Como herança desse período, até hoje os bancos continuam sujeitos a uma política de maiores intervenções do Banco Central. Embora tais medidas limitem os lucros das empresas, elas também dão maior segurança para evitar que as instituições quebrem, entrando em falência ou concordata. Através de tal política intervencionista, o Banco Central evitou, por exemplo, que o Brasil sofresse consequências da crise dos bancos que aconteceu nos Estados Unidos entre 2008 e 2012.

O Banco Central e a Política Externa

É importante lembrar que o Banco Central é, de certa forma, a principal ponte que existe entre a economia nacional e os órgãos financeiros internacionais. Justamente por isso, embora a prioridade seja sempre proteger o mercado interno, suas decisões sempre serão tomadas alinhadas com as necessidades de outros Bancos Centrais mundiais, onde a economia brasileira encontra aliados de investimento e desenvolvimento.

Este inclusive é um ponto importante na atual política do Banco Central. Enquanto alguns veem o alinhamento com os BRIC’s como a chave para o crescimento, outros acreditam que o Banco Central deveria estar mais alinhado aos interesses da União Europeia e dos Estados Unidos. Ainda há uma terceira linha de pensamentos que acredita que a América Latina deveria criar um grande mercado, semelhante à União Europeia. Mas isso se mostra cada vez mais inviável, dada a situação econômica atual.