Aliança para o Progresso e o anticomunismo
A Guerra Fria foi um marco na história da humanidade e contou com dois grandes e imponentes adversários: os Estados Unidos da América com todo o seu capitalismo, e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas com seu modelo abrangente de comunismo.
Após o término da Segunda Guerra Mundial, essas potências batalharam silenciosamente e de modo árduo para que apenas uma delas fosse considerada como a principal no planeta. Ao longo dos anos, muitos foram os acordos fechados para enfraquecer o outro.
Os Estados Unidos sentiram-se verdadeiramente ameaçados pela primeira vez quando, a partir de 1961, a URSS começou a financiar os custos da Revolução Cubana, sua vizinha territorial. Temendo uma expansão do comunismo em outros países da América Latina, John F. Kennedy, o então presidente da América decidiu investir em um plano de contenção que resguardasse sua nação.
A USAID – United State Agency for International Development – recebeu grandes quantias de dinheiro para repassar para projetos ligados a educação, moradia, saúde, casa e trabalho em vários países das demais Américas. O objetivo da aliança para o progresso proposto por Kennedy sempre foi claro: firmar a política de anticomunismo em todo o continente para impedir os avanços da URSS. Veja neste artigo mais informações sobre o tema em questão.
A Carta de Punta Del Este
Diante dos avanços da União Soviética e com a Revolução Cubana batendo as portas da Casa Branca, em agosto de 1961 o esboço do projeto Aliança para o Progresso foi elaborado em uma carta que ficou conhecida como a “Carta de Punta Del Este”.
Neste documento que foi dirigido aos governantes das demais nações das Américas havia um convite claro a ser aceito: um convite claro para os países que queriam crescer! Na carta, o presidente americano discursava sobre a importância de cada nação criar seu projeto de desenvolvimento e prometia que tais seriam ajudados financeiramente pelos estadunidenses.
Entre os presidentes que aceitaram prontamente a proposta estão Juscelino Kubitschek, então governante do Brasil, e Raúl Prebisch, que presidia o poder de governante da Argentina. O discurso de Kennedy era claro e bastante convincente. Unir todo o continente sem dúvida era uma excelente proposta, afinal, quem não quer estabelecer um tipo de parceria com os Estados Unidos, soberania mundial?
Mesmo que na época este posto fosse parcialmente dividido com a URSS, estar ao lado da grande América do Norte era evidentemente uma incrível oportunidade que rapidamente foi abraçada pelas nações latinas.
A proposta trazida pela Carta conclamava que todos os países do continente americano se unissem na Aliança para o Progresso para que juntos crescessem e se desenvolvessem ainda mais sendo os principais focos de melhoria do projeto a satisfaça das necessidades mais básicas da população, tais como ter educação, saúde e um trabalho digno, além de outros.
Kennedy propunha uma República Americana aos demais países e discursava sobre o compromisso de reinventar a América em 10 anos, fazendo com que a década de 60 jamais fosse esquecida, tal como um grande marco na história. A Aliança para o Progresso recebeu cerca de 80 bilhões de dólares para ser investidos nos demais países da América, entretanto acredita-se que apenas um quarto de todo este valor, ou seja, 20 bilhões tenham sido repassados para os outros países a fim de cumprir seus projetos.
O discurso foi bonito e convenceu a muitos. Entretanto, muito mais do que prestar ajudar humanitária, o que os Estados Unidos realmente queriam com toda esta proposta era impedir o avanço do pensamento soviético para o continente. Ao criar a Aliança para o Progresso, por outro lado, o pensamento capitalista passou a reinar sobre o continente, propagando os ideais e culturas que Kennedy julgavam como mais corretos para a população.
O anticomunismo
O presidente americano não queria correr o medo de que o comunismo atingisse as regiões próximas do país. Entretanto, o que de fato é o comunismo e por que ele é tão pejorativamente falado?
Comunismo é um tipo de organização econômica, como o capitalismo, que prega pela coletividade das coisas além de outras particularidades. Em um sistema efetivamente correto de comunismo todas as pessoas ganhariam o mesmo salário e teriam acesso a um mesmo tipo de educação e tratamento hospitalar, sem diferenciações entre público e privado.
Desta forma, uma pessoa poderia escolher sua profissão pensando exclusivamente em sua aptidão e gosto pela matéria e não pelo salário após formado. O comunismo em si representa uma excelente ideia, porém estudiosos já a classificaram como utópicas. Em países comunistas não existe maior paz do que entre os capitalistas e suas infindáveis horas de trabalho.
O anticomunismo, neste contexto, funciona de forma semelhante a uma corrente ideológica que quer manter distância dos princípios comunistas. Hoje ainda são presentes, porém em menor quantidade desde a queda do muro de Berlim e o fim da URSS. Em alguns casos não muito isolados há relatos de extremismos ligados a agentes anticomunistas.