Aspectos da População do Oriente Médio: Contextualização Político-econômica

Geografia,

Aspectos da População do Oriente Médio: Contextualização Político-econômica

O Oriente Médio é uma região situada no oeste do continente asiático formada pelo Afeganistão, Arábia Saudita, Barein, Qatar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Omã, Síria, Sudão e Turquia.

É uma região geograficamente importante, já que fica situada na intersecção dos continentes africano, asiático e europeu, sendo que há países que têm parte de seu território em outro continente, caso do Egito e da Turquia, cujos territórios se estendem à África e Europa, respectivamente.

A população da região, aproximada em 270 milhões de habitantes, é formada majoritariamente por povos árabes, que recebem este nome devido à língua que falam. Mas há também turcos, persas e judeus.

Aspectos da População do Oriente Médio

Como se sabe, o Oriente Médio é o berço de religiões muito praticadas no mundo, como o Islamismo, o Cristianismo e o Judaísmo. E é justamente a confusão entre política e religião que dá origem à maioria dos conflitos na região, como ficará mais claro abaixo.

Fundamentos econômicos

O grande destaque da área econômica do Oriente Médio é a exploração de petróleo. A região detém mais de 60% de todo o petróleo mundial e aproximadamente 30% de todo o gás natural. Países como Arábia Saudita, Kuwait, Iraque e Emirados Árabes Unidos têm alta renda per capita devido à exploração de petróleo. No entanto, a distribuição de renda é extremamente desigual.

Mais de 40% de toda a população da região vive da agropecuária. No entanto, como trata-se de uma região desértica, a pecuária praticada é a nômade, na qual os produtores migram constantemente na procura de água e alimento para seus rebanhos.

Além de oásis, as únicas áreas onde a agricultura é praticável é na região do mediterrâneo, onde se cultiva oliveiras, fumo, trigo e tâmara; e na planície mesopotâmica, também conhecida como “crescente fértil” pois é banhada pelos rios Tigre e Eufrates, na qual se cultiva frutos, trigo, arroz e cana-de-açúcar.

O único país que conta com um moderno parque industrial é Israel, onde predomina a agropecuária praticada com as mais modernas técnicas e tecnologias.

Panorama Político

Para entendermos o funcionamento da política no Oriente Médio, é preciso que primeiro tenhamos claro que ela gira em torno de três eixos centrais: disputas territoriais, petróleo e religião. Desde da colonização de grande parte do território pelos ingleses, os conflitos no Oriente Médio têm sido uma constante, tornados mais grave pela interferência americana nos anos mais recentes.

Desde muito os judeus, povo de origem hebraica, estavam espalhados a redor do mundo, normalmente em guetos, a exemplo da Polônio. No início do século XX foi descoberto que a região do Oriente Médio possuía grandes reservas do petróleo, chamado por alguns de “ouro negro” e foi justamente por isso que a Grã-Bretanha incentivou os judeus ocuparem a Palestina (atual Israel), sob o pretexto de reunir novamente os judeus em uma unidade nacional. Como resultado, milhões de árabes foram expulsos da Palestina, que acabou por se tornar um Estado judaico. Hoje, palestinos e judeus lutam disputam o território de Israel.

Com o mesmo interesse no petróleo, os EUA firmaram um acordo com o Iraque, país de maioria xiita, para que ocupassem o país e destituíssem do poder Saddam, líder sunita. Mas havia resistência de vários países do Oriente Médio a esta interferência ocidental, a exemplo do Líbano, país de maioria sunita que combate Israel, forte aliado dos EUA na região.

O resultado de tudo isto são conflitos intermináveis, que devastam países inteiros e acabam com milhares de vidas. Além dessas disputas territoriais e petrolíferas, soma-se a escassez de água e o regime ditatorial impostos em muitos países. Recentemente ocorreu a “Primavera Árabe”, fenômeno que atingiu países do Oriente Médio e norte da África e lutava pela melhoria da condição da vida dos povos de países marcados pela má distribuição de renda, falta de empregos, corrupção e autoritarismo. Dentre os desdobramentos da “revolução”, podemos destacar a renúncia do presidente do Egito há mais de 30 anos no poder, Hosni Mubarak, e a captura e morte do presidente da Líbia, Muammar al-Gaddafi.

Outro fator político que vem tomando proporções significativas e chamando atenção de todo o mundo é o Estado Islâmico, movimento que ilustra perfeitamente a estrita relação entre política e religião no Oriente Médio. O EI ganhou forças com a guerra civil da Síria – conflito entre o Governo e seus opositores – e prega a constituição de, como um próprio nome já diz, de um estado apoiado sobre as leis do islamismo. No território sob controle do EI, todos os habitantes são obrigados a ser converter ao islamismo e seguir a interpretação sunita da religião. O principal objetivo do grupo é o controle de todos os muçulmanos do mundo.

Claro que a política do Oriente Médio é muito mais complexa e envolve uma série de outros fatores que não foram mencionados aqui. Mas os exemplos acima são suficientes para dar uma boa noção da complexidade da política na região e de como religião, petróleo, territórios e interferências internacionais são fatores-chave.