Biogeoquímica: O que é a Biogeoquímica?

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Biogeoquímica: O que é a Biogeoquímica?

Na maioria das vezes, e, para a maioria das pessoas, basta ouvir a palavra “Química” para que elas comecem a suar frio. O mesmo acontece, para outra grande parcela da população, quando a expressão “Biogeoquímica” é emitida. Logo surgem à memória as aulas do Ensino Médio e toda a série de nomes de reinos, filos, espécies e animais que precisavam ser memorizados até o dia da prova. A soma dessas duas palavras, acrescidas ainda da partícula “-geo-“, talvez sejam pra lá de suficiente, portanto, pra fazer qualquer leitor sair correndo dessa página assim que bater o olho no título desse artigo.

Mas a chamada Biogeoquímica pode simplesmente não ser um bicho-de-sete-cabeças se tivermos uma certa dose de boa vontade para compreender do que se trata essa ciência tão pouco difundida entre as pessoas que não são da área científica. Compreender o que é a Biogeoquímica e quais são seus principais focos de estudo pode ser também bastante importante para pessoas que não são necessariamente ligadas aos estudos mais acadêmicos, mas também advogados, jornalistas, ativistas e gestores públicos podem extrair informações riquíssimas desse estudo.

Biogeoquímica

O que é a Biogeoquímica?

Basicamente, essa ciência de nome grande e híbrido, a Biogeoquímica, é uma pequena parte da chamada “Geoquímica” que determina, estuda e analisa qual é a real influência, isto é, quais são os reais impactos dos seres vivos sobre a composição química da Terra.

Obviamente, todo ser vivo que está inserido em nosso sistema desempenha uma série de papeis ao longo de sua vida responsáveis por fazê-lo reagir com o ambiente, ou seja, travar contato com as diversas condições climáticas, naturais, ambientais, alimentares e geomorfológica que o farão, a partir daí, responder ao seu modo, formando, quando esse modo de agir é coletivo, o que a antropologia entende pelo conceito de “cultura”. Ou seja: a “cultura” de que tanto falamos nada mais é do que o modo como o ser humano reage e responde aos estímulos que lhe são dados (ou ofertados) pela natureza.

Acontece que, uma vez travado esse contato e acesa a lâmpada dessa interação, um “algo” material também é produzido a partir de si e, no caso do planeta terra, quando pensamos nesse material pensamos sempre em um resíduo. Existe sempre um resíduo decorrente de toda e qualquer interação entre o ser humano e a terra ao eu redor. E, a menos que o meio ambiente seja capaz de dispor de todos esses resíduos de uma maneira que lhe seja estritamente conveniente, a presença e o impacto de tais resíduos pode ser determinante para que ocorram determinadas intervenções no ciclo vital.

O Ciclo Biogeoquímico

Já dizia o químico Luis Pasteur: “Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”. Com essa frase, o químico queria dizer que dentro de um determinado sistema fechado – como é o caso do planeta terra – não existe perda nem ganho de matéria, mas sim uma transformação de estados e condições físicas que promovem um movimento entre essa matéria e a sua atuação no meio ambiente, isto é, se ela está sendo ativa ou passiva.

Dessa conceituação física proposta por Pasteur, podemos depreender que, a bem da verdade, os ciclos biogeoquímicos na realidade são mais “químicos” do que qualquer outra coisa, uma vez que é só no aspecto químico que essa proposta de ciclo eterno se constrói. Ao mesmo tempo, percebe-se por meio dessa ideia de ciclo que toda e qualquer intervenção humana no chamado “estado bruto” da natureza ou ainda, indo mais longe, na depuração de alguns aspectos possíveis, mas não naturais da utilização das ferramentas provenientes dessa mesma natureza – como é o caso, por exemplo, da agricultura – são passíveis de estarem inseridos nesse contexto de eterna transformação cíclica.

Sendo assim, podemos compreender que os ciclos biogeoquímicos afirmam a existência de uma espécie de “intercâmbio da natureza” que se constrói de maneira contínua e inexorável iante do contato intenso entre o meio físico que, em Biologia, chama-se de “meio abioótico” (fazendo clara alusão e referência ao fato de não haver “vida” nesse meio) e o chamado “meio biótico” (que, por sua vez, faz óbvia referência aos sistemas que possuem dentro de si seres vivos).

Os ciclos biogeoquímicos mais conhecidos

Dentre todos os ciclos biogeoquímicos existentes, existem dois que se destacam e já se tornaram praticamente exemplos chavões das aulas de Biologia quando o momento pede que exemplos sejam dados para ilustrar um assunto tão abstrato e, até certo ponto, tão metafísico quanto esse. São eles: o clico do carbono e o ciclo do nitrogênio.

O ciclo do carbono define o meio pelo qual os chamados “organismos vivos” irão tornar-se capazes de adquirir a sua matéria principal, bem como as matérias adjacentes que serão responsáveis por sustentá-lo quimicamente.

Já o ciclo do nitrogênio, que também é conhecido como “fixação do nitrogênio”, é aquele usado para produção de determinadas substâncias que são vitais ao funcionamento dos organismos, e que é feito principalmente por bactérias.