FMI e Banco Mundial
Hoje vamos falar sobre duas importantes Instituições econômicas mundiais, e que apesar de terem sido criadas no mesmo dia têm papeis nada semelhantes. Para começar que tal um pouco de história? Então vamos lá.
Como tudo começou
O ano era 1944 e no contexto histórico o fim da segunda grande guerra se aproximava. Nem bem as tropas tinham desembarcado e as armas resfriado o Presidente Franklin Roosevelt já buscava alternativas para estruturar uma nova ordem econômica mundial.
E foi com esse objetivo que a cidade de Breston Woods nos Estados Unidos recebeu pouco mais de 700 especialistas, entre os quais, cientistas políticos, economistas, funcionários governamentais e líderes políticos em uma espécie de conferência para salvar a economia tão fragilizada. Cerca de 50 países tiveram representantes participando do evento.
Pode-se imaginar que discussões e argumentos não faltaram inclusive de grandes nomes da economia, como o britânico John Maynard Keynes. O especialista propunha a criação de uma espécie de “união monetária” dos países mais industrialmente desenvolvidos.
Entretanto, ao invés da proposta de Keynes, foram aceitas as sugestões de Harry Dexter White, Subsecretário de Finanças dos EUA. White defendia a criação de um Fundo Monetário Internacional (FMI), e também, de um Banco Mundial, que atenderia à economia de todos os países.
Mas mesmo depois de tantas discussões o acordo final só foi firmado em 27 de dezembro de 1945, dia em que foram lavradas e assinadas as atas que criavam, oficialmente, o FMI e o Banco Mundial.
Qual a função de tais órgãos?
O Banco Mundial veio com o objetivo de ser o mais importante órgão para financiamento dos países que estavam ainda se desenvolvendo. Como você pode imaginar essa era uma grande responsabilidade, por isso, o Banco Mundial veio acompanhado de outro órgão o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird).
Já a meta do Fundo Monetário Internacional (FMI) era gerar certa estabilidade do câmbio – grosso modo, da troca de dinheiro -. Além é claro, de manter os acordos firmados pelo Banco Mundial.
Tempos depois o FMI foi adquirindo outras funções, como por exemplo, o luta contra a pobreza no “até então esquecido” Terceiro Mundo. Diversas literaturas citam, inclusive, essa nova incumbência como a grande responsável pela mudança na política da Instituição, e por consequência, no relacionamento com o Banco Mundial.
O Fundo Monetário Internacional (FMI)
A sede do FMI fica na capital dos Estados Unidos, Washington. Como já explicado no tópico anterior o objetivo desse órgão é trabalhar para que aconteça a tão almejada “cooperação econômica” entre as nações, além disso, todas as suas ações visam a garantia de uma economia estável e o favorecimento das relações comerciais – econômicas entre os países, o que por consequência, trará mais desenvolvimento, geração de empregos e uma economia sustentável.
O FMI funciona da seguinte maneira: cada nação tem direito a uma “cota de participação no fundo”, como é de se esperar, quanto mais rico e desenvolvido for o país maior, também, será sua cota.
Só serão concedidos empréstimos por meio desse fundo a países com problemas na economia, porém, é importante dizer que tais nações também devem fazer a sua parte diminuindo gastos e aumentando as arrecadações, isso funciona como uma espécie de garantia de pagamento para o FMI.
Mas não pense que a situação é um ”oba, oba”, quer dizer, não adianta apenas exigir um empréstimo, funcionários do FMI terão de analisar a situação econômica do país, e então, confirmar a possibilidade de empréstimo, afinal, caso isso não viesse a acontecer as consequências para economia mundial poderiam ser desastrosas.
Banco Mundial
Também com sede em Washington, o Banco Mundial é um órgão pertencente as Nações Unidas. Atualmente, 150 países compõem o banco. Assim como no FMI os participantes são escolhidos a partir de um critério, no caso, a força de participação no “mercado mundial”. Hoje os Estados Unidos são o maior acionista, e por esse motivo, tem extensa participação em todas as decisões tomadas pelo órgão.
Os financiamentos do Banco Mundial podem ser direcionados a dois nichos diferentes: governo e grandes empresas leia-se multinacionais. Mas como uma boa Instituição burocrática que é, só direciona empréstimos a governos para investimentos em: geração de energia, medidas que vão ao encontro do desenvolvimento econômico e social, saneamento e infraestrutura de meios de transporte.
Já no caso das empresas tem de existir uma garantia de que os recursos serão aplicados em projetos viáveis, e de que o pagamento terá como uma “espécie de fiador” o país onde a empresa nasceu. Caso a nação de origem não garanta o pagamento, o financiamento é negado.
Concluindo
Atualmente muitos especialistas dizem que tanto o Banco Mundial quanto o FMI apresentam certas lacunas em seu funcionamento. As Instituições, em contrapartida, dizem estar passando por algumas mudanças internas que devem beneficiar a todos.
Mas não há que se negar ambos são extremamente respeitados, principalmente o FMI que já virou o socorro das nações em crise.