Glaciação
As glaciações ficaram marcadas como períodos da nossa história em que a temperatura da Terra caiu de uma forma extremamente drástica, o que culminou no aumento das calotas polares e em uma grande alteração em várias formas de vida, além do solo, relevo e até mesmo o clima do planeta.
De uma forma resumida, a glaciação consiste em períodos em que o nosso planeta resfriou, sendo ele coberto por densas e enormes camadas de gelo, congelando parte dos mares e cobrindo, por completo, várias porções de terras, deixando-as imersas.
O fenômeno da glaciação, quando ocorre, age de uma forma muito mais intensificada nas áreas de latitude mais alta, ou seja, as que estão nas proximidades de polos terrestres. Sendo assim, as latitudes mais fortes de todo o planeta foram sentidas próximas à famosa Linha do Equador, que em geral, está também um tanto quanto próxima de nós.
Com base nos principais conceitos de glaciação é certo afirmar que, mesmo que esses fenômenos não sejam assim tão frequentes, nós estamos passando por uma era glacial, uma vez que 10% de todo o planeta está debaixo do gelo. Porém, esse também não é motivo para se preocupar, já que os períodos mais gelados ocorreram há milhares e milhares de anos.
Mas é claro que esse não é motivo para se acomodar. Daqui cerca de dois mil anos a terra sentirá uma nova glaciação, mesmo que alguns cientistas russos afirmem que na realidade, essa era já marcou o seu início na nossa década atual. E aí, o que será que verdadeiramente coincide coma realidade? Infelizmente, não temos como saber.
A última era glacial aconteceu há mais de 2,5 milhões de anos, durante o famoso período quaternário. Segundo a periodização do planeta, esse seria o período pelo qual estaríamos passando agora, se a contagem ainda fosse feita em eras geológicas. Incrível não é mesmo?
Coincidência ou não é certo afirmar que o descenso glacial e o próprio degelo foram duas consequências que na época trouxeram a possibilidade de expansão dos trabalhos realizados pelos humanos, já que havia uma necessidade emergente de remover todas as crostas de gelo que estavam por toda a parte.
Durante os períodos de glaciações o acúmulo de gelo chegou a cobrir 30% dos oceanos e até 32% de toda a terra. Além disso, o acúmulo também foi constante nas montanhas, quando enormes massas de gelo foram impulsionadas pela força da gravidade, deslocando-se até causar alterações grandes mudanças no relevo da terra, sendo esses fenômenos caracterizados como glaciares.
Quais são as principais causas da glaciação?
Ainda não há, na ciência, um único motivo capaz de explicar por que as glaciações acontecem. Porém, grande parte dos estudos chegou à conclusão de que não é só um fator que leva à glaciação, mas sim, um conjunto deles.
No ano de 1920 o pesquisador e matemático da Sérvia, Milutin Milankovitch foi quem trouxe a teoria mais próxima do que pode ser o grande causador da glaciação: as grandes variações na radiação solar, uma vez que ela é a nossa principal fonte de calor no planeta, também responsável por processar mais de 90% de toda a energia da Terra.
Nesse caso, ele também destacou três diferentes fatores que provocam a variação da radiação solar, sendo eles:
• Eixo de rotação inclinado – o eixo da terra não é reto, mas, inclinam-se de forma leve, como vocês já devem saber, variando entre 21’8’ a até 24’4’. Dessa forma, quanto mais o nosso planeta se inclina, menor é a quantidade de luz e calor que ele recebe, o que diminui a radiação solar e intensifica a possibilidade de uma glaciação;
• Movimento precessional – um dos movimentos mais frequentes no nosso planeta é a precessão, em que ele gira de forma ‘maluca’ demorando mais de 25 mil anos para que finalmente se estabilize. Essa variação também pode interferir na nossa posição em relação à estrela do sol, o que altera as quantidades de calor que recebemos;
• Por fim, o deslocamento periélio também é um fator que altera a radiação do sol, considerando que toda vez que a órbita se altera, o período responsável pela translação da terra já não fica assim tão próximo do sol. O nosso distanciamento do planeta seria o grande causador.
Se a teoria do matemático realmente estiver certa, é certo destacar que um só desses fatores não seria o suficiente para culminar em uma glaciação. Na realidade, os três precisariam acontecer ao mesmo tempo para que o impacto fosse verdadeiramente tão grande a ponto de culminar em uma nova era de gelo.
Qual a relação entre a glaciação e o aquecimento global?
Na realidade, a relação entre ambos é bem baixa. Se a cada 100 mil anos muito frios, nós temos 10 mil de temperaturas mais altas, é certo de que estaria próximo do momento de glaciação, já que 8 mil anos quentes já foram vividos desde então.
Porém, dentro desses 2 mil anos que ainda faltam para que a glaciação se aproxime, os efeitos do aquecimento global podem nos afetar de uma forma bem expressiva, principalmente ao considerar que esse efeito é baseado em períodos curtos de no máximo, centenas de anos.