Produção agropecuária na África Islâmica
A África é o terceiro maior continente do planeta e conta com mais de 50 países ou territórios em sua extensão. Por ter uma extensão tão grande (aproximadamente 30 milhões de quilômetros quadrados), a África é um continente bem diversificado em vários aspectos. A economia é diferente no sul e no norte, as religiões são diversas, os ecossistemas são diferentes, enfim, há uma heterogeneidade incrível neste continente.
Para fins estatísticos e para melhor estudar o continente africano uma divisão simples foi feita: a África do Norte – que compreende os países banhados pelo Mar Mediterrâneo e pelo Oceano Atlântico Norte – e a África Subsaariana – que corresponde a mais de 75% do continente e fica localizada ao sul do deserto do Saara.
Dentre as principais diferenças entre as duas regiões, a questão física (no norte as pessoas possuem um fenótipo parecido com os povos árabes, ou seja, brancos), a economia mais forte (devido a presença de petróleo, minerais e turismo mais desenvolvido) e a religião (o norte da África é massivamente islâmico) são os principais pontos que fazem com que o norte da África, ou a África Islâmica tenha uma influência muito mais significativa na economia mundial do que os países da África Subsaariana.
Produção agropecuária na África Islâmica
A economia da África Islâmica é bem diversificada, o que faz com que os países desta região da África não sejam dependentes apenas de um setor específico. A produção agropecuária divide espaço com um setor industrial ainda fraco, mas em crescimento; a exploração de minérios em grandes minas e jazidas e a exploração de petróleo, que faz com que os países do norte do continente tenham PIBs elevados, mas concentrados nas mãos de uma minoria que forma a elite nestes países. Em alguns países, como o Egito e o Marrocos, o turismo também é uma importante fonte de renda para movimentar a economia.
Por estarem numa região extremamente quente e seca, os países da África Islâmica possuem produção agropecuária bem restrita. Predominam as culturas de subsistência, ou seja, aquelas mais familiares e com policulturas. Praticamente toda a produção rural dos países do norte da África é voltada para o consumo interno. As principais culturas dos países da África Islâmica são:
• Trigo: por ser uma planta que consegue suportar bem a variação de temperatura típica desta região e períodos de seca;
• Vinha e oliveira: plantas típicas desta região do planeta e mais propícias e serem cultivadas em regiões desérticas ou semiáridas;
• Frutas em geral: grande parte das propriedades rurais da África Islâmica está localizada em regiões úmidas e com o clima predominantemente tropical, o que favorece o cultivo de frutas (tal como ocorre no Brasil);
• Cereais e verduras: em alguns pontos do Egito e Sudão, principalmente, o deserto é implacável. Porém, há pontos no meio do deserto que permitem a criação de animais e o cultivo de cereais e verduras: são os oásis, pontos onde a água do lençol freático aflora na superfície;
• Pecuária: nesta porção do continente, os animais mais utilizados para o transporte de pessoas são os camelos e os dromedários. No entanto, na pecuária, as principais criações são as ovelhas, as cabras e os cabritos, além de outros animais que conseguem suportar bem o calor e a seca.
Produção de alimentos insuficiente e subnutrição
A África Islâmica possui índices de desenvolvimento humano considerados baixos para o padrão mundial, mas ainda assim, consegue ter índices melhores do que os dos países da África Subsaariana. No entanto, devido à baixa produção de alimentos e à agropecuária de subsistência, muitas pessoas ainda estão em situações críticas de subnutrição nestes países. A fome é um dos maiores problemas do continente africano e não é diferente com países como Egito, Tunísia, Saara Ocidental, Líbia e, principalmente, o Sudão. Este último, com IDH de 0,473 (um dos mais baixos do mundo) possui uma economia baseada na agricultura desenvolvida às margens do rio Nilo.
Com exceção do Sudão, todos os demais países que formam a África Islâmica não têm como principal atividade econômica a agricultura. Mesmo assim, é importante destacar a continuidade desta atividade econômica para estes países para evitar que eles precisem importar toda a comida que consomem. A influência do clima (seco e quente, na maioria dos territórios e desértico em praticamente todos eles) faz com que o desenvolvimento de grandes propriedades monocultoras seja praticamente impossível.
A tendência é a continuidade destas pequenas propriedades subsistentes e a manutenção de culturas já consolidadas nesta região. O aquecimento global e o desmatamento em regiões florestais nos países da África Islâmica fazem com que as áreas cultiváveis diminuam a cada ano. Governos precisam tomar medidas para evitar que a agropecuária de seus países sofra com estes acontecimentos para que a atividade rural nestes países seja mantida e continue abastecendo uma população que já sofre com a falta de alimentos há muitos anos.