Relevo

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Relevo

O relevo é onde as transformações geológicas se expressam com clareza há milhares de anos e serve como prova nítida das mudanças que o planeta vem sofrendo. Ele é a parte superficial da litosfera, que se modela ao longo dos anos sob a influência do clima, da vegetação, da fauna e da ação do homem.

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Em cada desnível, altitudes, elementos e fisionomias o relevo conta a história do planeta e vai desenhando novas paisagens com o passar dos anos. Composto por montanhas, planaltos, planícies e depressões, as tipificações são fundamentais para compreender a natureza e as atividades humanas presentes ou não na região.

Tipos de relevo

Local de habitação do ser humano e da maioria dos animais e vegetais, o relevo é um conjunto de formas físicas que formam a Terra. A geomorfologia é a ciência que estuda especificamente suas formas e variações, ligada diretamente a geografia e geologia.

Resultado da ação de agentes internos (forças endógenas) e agentes externos (forças exógenas), o relevo está sempre em constante mutação mesmo que não seja nítido aos olhos. É que a maioria dessas transformações pode durar de décadas a milênios. Há ainda agentes formadores internos (endógenos), representados pelo vulcanismo, abalos sísmicos e tectonismo, que se movimentam de dentro para fora e causam grandes alterações em toda a região.

Já se a mudança for estimulada da atmosfera para a litosfera, agentes externos são os seus grandes modeladores e incentivadores. Ações da natureza como os rios, mares, chuva, gelo, presença de animais, vegetais e do homem, podem construir, destruir e restaurar o relevo.

A ciência geográfica o separou em quatro tipos principais, para facilitar a compreensão e direcionar os estudos geomorfológicos:

– Montanhas

Elas são elevações com as maiores alturas e altitudes do relevo, onde alguns especialistas só consideram montanhas se tiverem mais de 300 metros de altitude a partir da superfície. A montanha pode estar isolada ou fazer parte de um grupo de serras (grupo de montanhas) ou cordilheiras (grupo de serras).

Há vários processos de formação de uma montanha, que começam sendo classificadas como vulcânicas, dobradas, erodidas e falhadas. Nas vulcânicas as montanhas possuem em seu interior massa vulcânica, que alcança as mais altas temperaturas. As montanhas dobradas são as mais comuns e jovens, onde há filamentos terrestres dobrados, causados pelo efeito do tectonismo.

As montanhas do tipo erodidas são formadas pela erosão do seu entorno, a partir de um desgaste muito lento e pouco perceptível. Enquanto as montanhas falhadas surgem a partir das falhas deixadas pela formação de novos blocos de rochas.

– Planícies

É a região plana do relevo e a menos acidentada, mais utilizada para a habitação humana. De baixa altitude, com até 100 metros, é formada por rochas sedimentares e dividida entre planícies costeira, fluvial e lacustre.

Em geral, as planícies estão presentes em maior parte na região litorânea do país, mas no Brasil o Estado do Amazonas e seus rios são todos baseados em planícies.

– Planaltos

Também conhecidos como platôs, são superfícies planas, mas localizadas em altitudes elevadas, o que os diferencia das planícies. São menores que as montanhas e são classificados de acordo com a composição de suas rochas, que pode ser sedimentares, cristalinas ou basálticos (vulcânicas).

As chapadas são consideradas planaltos, com um processo de erosão mais elevado pelo desgaste maior causado pelo acúmulo de sedimentos.

– Depressões

São áreas que passaram por longos períodos de erosão e estão normalmente abaixo do nível do mar ou da região do seu entorno. Podem também surgir pelo movimento epirogenético, quando a área vai afundando lentamente pela força endógena. Por ser mais baixa, acaba acumulando sedimentos das regiões mais altas ou sendo propícias a alagamentos.

Há dois tipos de depressões: as absolutas e as relativas. A maior depressão absoluta do mundo é o Mar Morto, que se encontra muito abaixo do nível do mar. Já a depressão relativa não está abaixo do nível do mar, mas sim somente do relevo ao seu redor.

Os vales são grandes depressões que se forma num relevo.

Relevo brasileiro

Cada região possui uma diferenciação de relevo que é identificada pela sua estrutura geológica e seus agentes de formação e transformação. Eles influenciam diretamente em como o relevo vai evoluir e se compor ao longo dos anos, dando a eles características específicas e em algumas vezes muito particulares.

O relevo brasileiro possui, em sua composição, formações sedimentares mais recentes e vulcânicas e cristalinas muito antigas. Localizado numa grande placa tectônica, não há a possibilidade do choque entre outras placas e nem a existência de fenômenos naturais como maremotos e terremotos.

Sua maioria é de baixa altitude, sendo a montanha mais alta com 2994 metros de altura, abaixo do índice considerado por uma parte dos geógrafos. Com isso, há uma presença maciça de planícies litorâneas e fluviais, planaltos e depressões.

As classificações sobre o relevo brasileiro ganharam várias versões ao longo de sua história e atualmente a mais utilizada foi a criada por Jurandyr Ross, que utilizou critérios a formação das formas de relevo, as altitudes e a estrutura geológica. Atualmente, o relevo é dividido em 28 unidades, tais como:

– Onze unidades de planaltos: são considerados planaltos brasileiros o Planalto e Chapadas da Bacia do Paraná, Planaltos Residuais Norte Amazônicos, Planalto da Amazônia Oriental, Planalto da Amazônia Ocidental, Planalto e Chapada da Bacia do Parnaíba, Planaltos Residuais Sul Amazônicos, Planaltos e Chapadas dos Parecis, Planaltos e Serras do Atlântico Leste, Planaltos e Serras de Goiás-Minas, Planalto da Borborema, Planalto Sul Rio-Grandense e Serras Residuais do Alto Paraguai.

– Seis unidades de planícies: Planície e Pantanal do Rio Guaporé, Planície do Rio Araguaia, Planície do Rio Amazonas, Planície e Pantanal do Rio Paraguai ou Mato-grossense, Planícies e Tabuleiros Litorâneos e Planície das Lagoas dos Patos Mirim.

– Onze unidades de depressões: Depressão Sertaneja e do Rio São Francisco, Depressão do Tocantins, Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná, Depressão Marginal Norte Amazônica, Depressão Marginal Sul Amazônica, Depressão do Araguaia, Depressão Cuiabana, Depressão do Alto do Paraguai-Guaporé, Depressão do Miranda e Depressão Periférica Sul-Rio-Grandense.