Resumo da Nova Ordem Mundial: Fim da ordem bipolar

Geografia,

Resumo da Nova Ordem Mundial: Fim da ordem bipolar

O fim da Guerra Fria e a ordem bipolar que aconteceu na década de 80 tendo o ano de 1989 como símbolo, por causa da queda do Muro de Berlim. No entanto, a gestação desse fim já vinha ocorrendo há muito tempo, sendo provocada pelas próprias políticas interna e externa dos Estados Unidos e da União Soviética. De um lado, os custos da guerra foram altos demais para os soviéticos, contribuindo para a decadência de sua economia. Por outro, a política externa americana acabou criando dois outros pólos de poder econômico no mundo capitalista, que passaram a ser seus adversários: o Japão e a Europa.

Fim da ordem bipolar

Do fim da antiga ordem bipolar surge uma nova ordem multipolar. Mas a diferença não se limita ao número de participantes no poder mundial. É na verdade uma mudança do próprio tipo de poder que irá definir a nova ordem. Enquanto a bipolaridade era definida pela disputa político-militar entre as superpotências, a multipolaridade que se desenvolve desde a década de 1970 se baseia nas disputas econômicas. Com relação ao campo político-militar, a bipolaridade deu lugar a uma hegemonia quase que isolada dos Estados Unidos, que impõem seu poder ao restante do mundo através da Otan.

CONTEÚDO DESTE POST

O Neoliberalismo

Quase vinte anos antes do colapso do mundo socialista e do fim da Ordem Bipolar, uma outra crise começava a transformar a economia dos países do bloco capitalista: o fim do modelo fordista-keynesiano. Os gastos com a montagem do estado de bem-estar e o ganho de poder de negociação dos trabalhadores levaram ao endividamento estatal, ao aumento da inflação e à diminuição da taxa de lucros das empresas. A queda da taxa de lucros das empresas e a inflação crescente levaram à grande crise da década de 70, quando as economias desenvolvidas deixaram de crescer como nas três décadas anteriores. A crise levou ao renascimento de uma antiga forma de lidar com a economia, o liberalismo.

A ideia básica dos liberais é permitir que a economia se regule apenas pelas leis de mercado. Na década de 70 foram feitas pequenas mudanças no modelo liberal clássico, principalmente o controle da inflação por parte do Estado e a opressão sobre os movimentos sindicais, e batizou-se este novo modelo econômico com o nome de neoliberalismo. Os primeiros países a conhecerem governos neoliberais foram o Chile, a Inglaterra e os Estados Unidos, embora este último mais pressionasse os outros países a liberalizar sua economia do que adotava a receita dentro de casa.

As privatizações foram fundamentais para a implementação de um regime neoliberal. O processo de privatizações dá ao governo mais liberdade para investir o dinheiro público no controle da inflação e na concessão de incentivos fiscais para a atração de novas empresas para o país. Por outro lado, diminui drasticamente o poder de controle da economia, já que se torna mais difícil controlar os preços e quase impossível influenciar o planejamento das empresas.

Além das privatizações, outra estratégia dos governos neoliberais é a abertura de mercado para a circulação de mercadorias e de capitais. Até a década de 70, a postura governamental era baseada no protecionismo e no controle do capital financeiro. O protecionismo consistia em estabelecer altas taxas sobre os produtos importados, de modo a torna-los mais caros que os nacionais, o que servia para incentivar o crescimento da indústria no país, protegendo-a da concorrência externa.

No geral, a abertura de mercado favorece os países mais desenvolvidos, com maior capacidade tecnológica de competição no mercado internacional. Ao mesmo tempo, acabaram se formando ilhas de produção para a exportação de mercadorias baratas em países subdesenvolvidos, graças à diminuição dos salários de seus trabalhadores, que são menos organizados para exigir melhores condições de trabalho que os dos países desenvolvidos.

O controle sobre o capital financeiro ocorria dentro de cada país pela imposição de normas pelos bancos centrais. Os sistemas financeiros nacionais vêm sendo cada vez mais desregulamentados para que possa haver um fluxo maior de dinheiro entre os bancos e as empresas, tanto dentro do país, como entre o interior e o exterior. A intenção é atrair os grandes volumes de capital financeiro que giram o mundo em busca de rendimentos. Se de um lado, esse processo favorece maiores investimentos, de outro, ele cria um risco muito grande para as economias nacionais, já que o dinheiro pode sair com a mesma rapidez e facilidade com que entrou. Na tentativa de impedir que o dinheiro saia do país, os governos se dedicam a conquistar a confiança dos investidores, mantendo baixas taxas de déficit público e de inflação, mesmo que isso leve a cortes de verbas para as áreas da saúde e da educação, ou uma situação de recessão.

Com a facilidade que as grandes empresas têm atualmente de investir dinheiro onde queiram um importante chamariz é a mão de obra mais barata, ou os contratos de trabalho menos rígidos, como o trabalho terceirizado ou a adoção dos bancos de horas.