Resumo da Nova Ordem Mundial: O que é a Nova Ordem Mundial?

Geografia,

Resumo da Nova Ordem Mundial: O que é a Nova Ordem Mundial?

A palavra globalização vem se afirmando como um símbolo muito maior de uma época considerada de incertezas. Na imprensa, nas artes, nos discursos oficiais ou nas conversas de botequim, ela é a grande saída na hora de falar das mudanças que vêm ocorrendo a partir da década de 70 nos assuntos referentes à política, economia ou culturais. Desde o uso dos robôs nas fábricas de automóveis até a multiplicação dos cursos de inglês, passando pelo fim dos direitos dos trabalhadores e pela recessão da economia, tudo estaria ligado intimamente ao terrível e inevitável processo de globalização.

Não há dúvida de que muitas das mudanças que verificamos em nosso cotidiano estão ligadas a um processo mais amplo de transformações em escala mundial. No entanto, o modo como a ligação entre tais mudanças e a globalização é entendida pela maioria das pessoas marca claramente a incompreensão de sua formação e a aceitação do processo geral como natural e inevitável.

Nova Ordem Mundial

Se considerarmos como globalização a integração econômica, política e cultural entre os países, que tomou forma no fim do século XX, podemos concluir que sua constituição está ligada a rupturas e continuidades do processo histórico. Nenhum fenômeno social surge do nada, de uma hora para outra, há que se considerar o andamento da história que se formou. No caso da globalização, podemos identificar um conjunto de fatores que vêm colaborando para sua efetivação, entre eles: o fim da disputa bipolar característica dos tempos de Guerra Fria, o desenvolvimento das transações financeiras juntamente com ação das empresas globais (as multinacionais), a ascensão da ideologia neoliberal e o desenvolvimento de uma base espacial com eficientes objetivos técnicos de comunicação e de transporte. Entre esses fatores, alguns têm origens bem remotas na história e conheceram há pouco tempo sua intensificação, enquanto outros são realmente uma marca de nossos tempos.

A formação e a crise da bipolarização

Ao final da Segunda Guerra Mundial, que aconteceu dos anos de 1939 até 1945, existiam quatro grandes vencedores: os Estados Unidos, a Inglaterra, a França e a União Soviética. Esses países formavam a liderança dos aliados, grupo que lutou contra as Forças do Eixo (Itália, Alemanha e Japão). A vitória na última grande guerra significava também a ascensão a uma posição de potência mundial, com grande influência sobre a política e a economia do restante do mundo. A partir disso, Estados Unidos e União Soviética dividiram o mundo entre si, ficando cada um com seu bloco de países, no qual se poderia exercer grande influência nas decisões econômicas e políticas. O mundo dividia-se em dois pólos de poder, formando o que se conhece como ordem Mundial Bipolar.

A bipolarização do mundo se baseou em dois fatos novos na arena mundial. Primeiro, a decadência do imperialismo europeu, por meio do qual as potências desse continente dividiam o poder sobre os povos da África e da Ásia. A dominação neste caso, ocorria na maioria das vezes, de forma direta, o esquema de metrópole-colônia. A dominação colonial levou os povos europeus a gastarem muito dinheiro em seu nome e a defrontarem nas duas guerras mundiais. Ao contrário desse modelo, no pós-guerra tomou forma um tipo de dominação indireta, que se baseava na necessidade imposta pela Guerra Fria, de alinhamento dos países do mundo a uma das duas superpotências. É claro que alguns povos tentaram resistir a essa bipolarização, caso do movimento dos não alinhados, mas as possibilidades de isolamento em relação à tendência de bipolarização eram muito limitadas.

O fator que complementou o contexto geopolítico internacional foi a forte característica ideológica que permeava a disputa. A Ordem Bipolar envolvia duas potências que defendiam visões de mundo completamente diferentes. De um lado, estava o capitalismo defendido a ferro e fogo pelos Estados Unidos, que também era defensores da democracia, mesmo tendo apoiado diversas ditaduras dentro dos países que pertenciam ao seu bloco. Do outro lado do mundo estava a União Soviética, púnico estado socialista até 1949, teoricamente defendendo a revolução mundial e a instauração da ditadura do proletariado em todos os cantos do mundo.

A partir das diferenças políticas e ideológicas do novo esquema de dominação mundial, começou a se formar a divisão do mundo em dois blocos.

A conferência de Yalta, cidade soviética localizada na Criméia, definiu que a reestruturação dos países do leste europeu, que haviam sido libertados da dominação alemã pelo Exército Vermelho, seria realizada pela coalização de governos socialistas desses países, o que dava origem à zona de influência soviética. Já a conferência de Potsdam, realizada nos arredores de Berlim ocupada, dividia a própria Alemanha em quatro zonas de ocupação: a americana, a francesa, a britânica e a soviética. Porém, esses acordos não deram conta das pretensões geopolíticas dos soviéticos e dos americanos e acabaram levando ao início de uma nova guerra, diferente das que costumamos estudar em história: a Guerra Fria.