Solos
Quando pensa-se nos elementos que permitem a existência de vida na terra, o primeiro pensamento é o ar e a água. De fato, trata-se de elementos vitais; no entanto, existem outros que são tão importantes quanto, apesar de não receberem a atenção devida. Este é o caso do solo.
Dito de maneira simples, ele consiste em um elemento que forma a camada mais superficial da crosta terrestre. Essa camada é resultante de um extenso e paciente trabalho da natureza, uma vez que ela consiste de partículas orgânicas e minerais que vão sendo depositadas no chão em camada, e devido à ação de diversos agentes – a exemplo dos fenômenos climáticos, como sol intensa, chuva, ventos e frio combinados com a ação de organismos como fungos, bactérias e cupins –, vão desgastando as camadas e formando os diferentes tipos de solo.
Em termos científicos, pode-se dizer que o solo é originado a partir da pedogênese, um processo físico e químico que atua sobre a litosfera – camada sólida externa localizada na superfície de planetas –, fazendo com que diversas ações ocorram sobre a superfície.
Composição e funções do solo
Apesar de haver diversos tipos de solos ao redor do mundo, cientificamente é possível afirmar que sua composição é composta por quatro camadas, todas bastante conhecidas.
A primeira camada é o chamado solo fértil, ou seja, aquele rico em substâncias orgânica que permite que o plantio o crescimento das plantas por meio da água e sais minerais que contém.
A segunda camada corresponde a de sais minerais, na qual estão presentes a argila, o calcário e a areia. A terceira camada é a de rochas sedimentares. Por fim, a quarta camada é a de rocha matriz, ou seja, que ainda não possuem elevado grau de decomposição.
Para o homem, os solos têm imensa importância pois são de onde seu alimento provém, uma vez que mesmos os animais dos quais provém a carne se encontram em uma cadeia alimentar na qual em algum momento as plantas são determinantes. Indo um pouco além na história, foi a capacidade de manipular o solo que permitiu que o homem deixasse de ser nômade para estabelecer moradia em um só local, dando origem às sociedades.
Essa camada mais externa da superfície terrestre também é responsável pela reciclagem de matéria orgânica, evitando que o chão vire um “lixão” de compostos orgânicos, por controlar o fluxo de água, por preservar a qualidade da água presente nos lençóis freáticos (subterrânea), dentre diversas outras importantes funções.
Classificação
Antes de partirmos para os tipos propriamente ditos, vale ressaltar que a classificação dos solos nesta ou naquela categoria é feita de acordo com a granulometria, da dimensão e distribuição dos grãos que compõem determinado terreno. Existem outras classificações, como por cor e taxonômica, mas aqui a de acordo com a granulometria será a adotada.
Arenoso: como o próprio nome indica, nos terrenos compostos por este solo predomina a areia em sua composição, indicando duas importantes propriedades: a primeira é formado por minerais primários e quartzo; a segunda é que ele não tem capacidade de reter água, sendo por isso pouco fértil. É encontrado em algumas partes da região Nordeste do Brasil;
Árido: este tipo de terreno é encontrado em regiões que possuem baixo índice pluviométrico, chegando muitas vezes a ficar anos sem receber água. Justamente por este motivo, é extremamente infértil, sendo capaz de abrigar e manter somente animais e plantas altamente adaptadas à falta d’água;
Argiloso: este lembra o arenoso, mas sua composição é majoritariamente formada pela argila, o que significa que mesmo que não tenham tanto porosidade (capacidade de absorver água) como o solo arenoso, quando bem distribuídos possui grande capacidade de retenção de água, especialmente se tiverem poros de origem biológica, como ocorre em terrenos argilosos em diversas partes do Brasil;
De montanha: como visto, na formação dos solos ocorre o desgaste de rochas. Como as montanhas são altas, a superfície de suas rochas demoram a serem desgastadas, e por isso este é um solo tido como jovem;
Lixiviado: em terrenos com essa composição, os índices pluviométricos são altíssimos, o que causa uma retirada excessiva de potássio e nitrogênio da superfície, tornado-a pobre em nutrientes;
Negro de planícies e pradarias: é encontrado em vastas regiões do globo terrestre, como o cerrado brasileiro, que fica em uma imensa planície. Tem como principal característica o fato de ser rico em matéria orgânica, fazendo com que vegetação predominante seja rasteira;
Latossolo: uma de suas principais características são os tons terrosos dado pela alta concentração de óxidos, como o de ferro. Possuem alta porosidade, são profundos e encontrados em região de clima tropical semiúmido e úmido, como em grande parte da África e do Brasil;
Orgânico: é considerado como o mais fértil, pois a decomposição da matéria orgânica fornece minerais e outros compostos necessários ao crescimento das plantas. Apesar disso, perde grande parte de sua fertilidade em clima tropical.