Imigração Italiana
A imigração italiana começou no Brasil na década de 1870. Mas foi só entre os anos de 1880 e 1910 que o fluxo de italianos chegando à nossa nação foi realmente alto – especialmente às regiões sul e sudeste do país.
A grande procura pelo Brasil se deu principalmente depois do ano de 1850, fase em que houve a abolição da escravatura. Isso porque, com o tráfico de escravos abolido, os empreendedores e donos de fábricas precisavam de profissionais para substituir a mão de obra escrava, o que logo de cara foi visto nos europeus.
Instalação dos imigrantes italianos no Brasil
No Brasil, os italianos chegaram e partiram diretamente para a região Sul, local em que as primeiras colônias de imigrantes já haviam se instalado no final do século XVIII.
Porém, foi no início do século XIX que o próprio governo brasileiro passou a desenvolver as primeiras colônias para ocupação dos imigrantes italianos. Elas foram fundadas em regiões rurais como em Garibaldi, Bento Gonçalves e na Serra Gaúcha.
Grande parte dos imigrantes italianos partiu do norte da Itália em direção ao Brasil, mais especificamente da região de Vêneto. Cinco anos após a fundação das primeiras colônias, com o número de imigrantes só crescendo, o governo brasileiro foi levado a criar uma outra colônia italiana, dessa vez na cidade de Caxias do Sul.
E foi assim que os imigrantes italianos começaram a se acostumar com a vida no Brasil. Grande parte deles dedicou-se ao cultivo da uva e à produção de vinhos. E não é à toa que atualmente essas regiões são as que produzem os melhores vinhos comercializados em todo o Brasil.
E mesmo que a região Sul tenha sido a primeira a acolher os imigrantes italianos, a grande concentração ficou por conta da região sudeste – isso se dá por causa da ampliação das fazendas de café em todo o estado de São Paulo.
A partir de então, em 1888, com a abolição da escravatura, a imigração italiana acabou se tornando a principal fonte de mão de obra em nosso país. E foi assim que os italianos começaram a se espalhar para todos os cantos: no Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e assim por diante.
Muitos chegavam ao Brasil com o objetivo de empreender, porém, o destino inicial de grande parte dos imigrantes italianos foi o campo, dedicando-se ao trabalho agrícola. Mesmo assim, muitos deles, após passarem anos e até séculos trabalhando com a colheita de café, conseguiram juntar dinheiro o bastante a fim de adquirir suas terras próprias, tornando-se então grandes fazendeiros.
Mesmo assim, tiveram também os imigrantes que preferiram tentar a vida em grandes capitais e centros urbanos (com destaque para São Paulo), aonde conseguiam empregos em fábricas e indústrias. O motivo para a busca de trabalho que não fosse agrícola era por conta das condições de trabalho, que no campo eram verdadeiramente precárias.
E não é à toa que há quem considere que a imigração italiana no Brasil iniciou para realização de um trabalho ainda ‘semiescravo’ – a qualidade de trabalho em fazendas de café espalhadas pelo Sudeste Brasileiro eram verdadeiramente indignas. Isso fez com que muitos italianos chegassem ao Brasil e logo partissem para outros destinos, priorizando Estados Unidos pelas condições, ou Argentina pela proximidade.
E foi a partir da década de 1920 que a imigração italiana começou a ser controlada, uma vez que Bento Mussolini assumiu o poder com seu governo extremamente nacionalista. E, com a Segunda Guerra Mundial, a Itália começou uma etapa de recuperação econômica, o que inclusive fez com que muitos deles decidissem voltar para a sua terra natal.
A cultura trazida pela imigração italiana ao Brasil
É certo destacar que os imigrantes italianos trouxeram uma bagagem rica em características culturais que não tardaram para serem integradas à cultura de nosso país – sendo elas presentes e notáveis até hoje.
Muitas são, por exemplo, as palavras italianas que hoje fazem parte de nosso vocabulário (principalmente no que se refere à alimentação). Massas como ravióli, macarronada, canelone e nhoque são alguns exemplos nesse sentido, além das pizzas e molhos.
Mas as contribuições da cultura italiana para o nosso país não param por aí. Outras delas são:
• Você sabia que o uso do ‘tchau’ para se despedir de alguém é uma tradição italiana? Pois é: a palavra, que na língua deles é ‘ciao’, passou a ser utilizada após a imigração;
• Muitas foram as técnicas agrícolas que foram incorporadas à produção no campo graças aos ensinamentos italianos;
• O próprio hábito de comer o panetone nas festas de final de ano (especialmente, durante o Natal) também é algo que ganhamos dos italianos;
• Além dos pratos que foram incorporados em nossa cultura, tais como as pizzas e espaguetes de diferentes sabores, novas palavras também passaram a fazer parte de nosso vocabulário, tais como polenta e paura;
• Os imigrantes italianos também ajudaram no enraizamento da crença católica em nosso país.