Luís Carlos Prestes
O gaúcho Luís Carlos Prestes foi uma das figuras mais famosas da política brasileira no século XX. Prestes, nascido em Porto Alegre no ano de 1898, foi tão atuante no partido comunista brasileiro que angariou o apelido de “Cavaleiro da Esperança”. Prestes se graduou em engenharia e boa parte da sua formação acadêmica foi em colégios militares.
Entre os conhecimentos políticos e intelectuais de Luís Carlos Prestes é possível destacar:
- Estudou teorias marxistas na Bolívia.
- Aprofundou-se nas teorias comunistas na União Soviética, onde estudou as teorias leninistas-marxistas.
- Estudou engenharia, inclusive atuou como engenheiro na companhia Ferroviária de Deodoro, na cidade do Rio de Janeiro.
Já bastante atuante em movimentos revolucionários, no ano de 1924, Luís Carlos Prestes criou a Coluna Prestes no Rio Grande do Sul. Essa coluna era constituída por um grupo de rebeldes. Prestes liderou o grupo, que saiu de Santo Ângelo e rumou para o município de São Luís Gonzaga, nessa cidade ficou por dois meses à espera de munições que deveriam vir do Paraná, no entanto, não chegaram. Sendo assim, Prestes e os seus asseclas rumaram para a cidade de Foz do Iguaçu e lá seu uniram a um grupo de rebeldes paulistas, aumentando assim o número de integrantes para mais de 1000 homens e formando a Coluna Miguel Costa-Prestes.
A Coluna Prestes era contrária a várias medidas do até então governo Artur Bernardes e, mais tarde, do governo Washington Luís. Entre os seus objetivos estavam:
- Exigir o voto secreto
- Defender o ensino público
- Tornar obrigatório o ensino primário para todo e qualquer cidadão
A maioria dos integrantes da Coluna Prestes era constituída por tenentes e capitães da classe média. Ao marcharem por várias cidades dos Estados brasileiros, os integrantes faziam discursos contra a pobreza, contra à exploração capitalista, entre outras mazelas sociais. Ao longo da sua marcha, a os integrantes desse grupo rebelde enfrentaram autoridades locais e tropas do exército.
O grupo se desfez em 1927 quando chegaram à fronteira entre Bolívia e Brasil. O grupo, devido ao desgaste e aos combates, chegou bastante reduzido e sem conseguir cumprir o objetivo, que era conquistar o apoio da população em geral, porém ajudou a disseminar alguns problemas presentes na condução da República Velha, bem como conferiu para Luís Carlos Prestes a já citada alcunha de Cavaleiro da Esperança.
Os anos após a coluna
Ainda que os objetivos do seu grupo de revolucionários não foram alcançados após marchar pelo país, Luís Carlos Prestes não abandonou as suas convicções em defesa do comunismo. Tanto que no ano de 1931, Prestes rumou para a União Soviética a convite do próprio país. Foi lá que ele ampliou os seus estudos acerca das teorias comunistas propostas por Karl Marx e Lenin, bem como atuou na sua formação profissional: engenheiro.
Na União Soviética Luís Carlos Prestes conquistou o respeito do Partido Comunista e no ano de 1934 retornou clandestino para o Brasil. Nessa ocasião, Prestes estava acompanhado pela revolucionária alemã Olga Benário, que também era integrante do Partido.
Quando retornou para o Brasil, Luís Carlos Prestes integrou o ainda nascente grupo conhecido como Aliança Nacional Libertadora (ANL). A ANL tinha por objetivo:
- Lutar contra o fascismo;
- Nacionalização das empresas estrangeiras atuantes em território nacional
- Proteger pequenos e médios proprietários
- Efetuar a reforma agrária
- Suspensão do pagamento da dívida externa do país
A Aliança Nacional Libertadora era constituída por cidadão da classe média, intelectuais de esquerda, operários, entre outros que até então demonstravam uma notória insatisfação contra as políticas adotadas pelo presidente Getúlio Vargas.
Com o intuito de findar com a ANL, o então presidente Vargas decretou que ela era ilegal. A reação foi uma tentativa de golpe contra o governo que ficou conhecido como Revolta Vermelha de 35 e também de Intentona Comunista, que não teve o êxito que Prestes e os demais adeptos do comunismo esperavam.
Os anos depois da Intentona Comunista
Luís Carlos Prestes foi preso no ano de 1936. Além disso, a sua companheira, Olga Benário, foi enviada para a Alemanha. Olga estava grávida e foi na prisão que nasceu Anita Leocádia Prestes, que alguns anos mais tarde foi resgatada pela mãe de Luís Carlos Prestes após uma intensa campanha de cunho internacional para possibilitar isso.
Olga, por sua vez, veio a falecer em uma das câmeras de gás utilizada pelo governo nazista da Alemanha. Após o fim do Estado Novo, Luís Carlos Prestes recebeu a anistia, inclusive foi eleito senador. Sua atuação como senador ocorreu entre 1946 a 1948.
Na Assembleia constituinte de 1946, Prestes era o líder da bancada comunista que era constituída por 14 deputados, entre eles estavam o militar Carlos Marighella, o intelectual João Amazonas e o escritor Jorge Amado.
Mais tarde, quando os militares instituíram a ditadura, Luís Carlos Prestes retornou exilado para a União Soviética e retornou para o Brasil, por meio da anistia, em 1979. Luís Carlos Prestes faleceu no Rio de Janeiro, no ano de 1990.