Presidentes Pós-Vargas: Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart

História do Brasil,

Presidentes Pós-Vargas: Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart

Presidentes Pós-Vargas

Logo após a Ditadura Vargas, a criação da Petrobras e da CLT, muitos avanços e retrocessos estavam a espera de um Brasil que precisaria urgente entrar de cabeça no século XX, sem que um pé ainda estivesse para trás.

Tendo em vista o que fez em Minas e todo apelo popular de que já desfrutava, Juscelino Kubitschek foi eleito presidente da República em 1955, com um discurso desenvolvimentista, que prometia prosperar 50 anos em 5.

Dentre inúmeras promessas, veio a da transferência da capital do Rio para o Planalto Central. Em apenas 3 anos, a nova capital brasileira foi erguida no meio do nada, num monumental projeto urbanístico de Lúcio Costa e um projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer, cujas curvas no concreto armado já conquistavam o mundo todo desde a Pampulha mineira.

Além de Brasília, Juscelino deu espaço ao crescimento da indústria automobilística, uma vez que estradas eram freneticamente abertas de um lado a outro, cortando a região central de norte a sul do Brasil.

“VASSOURINHA”

Jânio Quadros foi um advogado e professor que não escondia a oposição a JK. Com tantas obras, ocorre que a dívida interna brasileira explodiu e a inflação estava bastante descontrolada. Havia rumores de desvios de verbas, uma vez que, para apressar as obras da Nova Capital (Nova Cap), o presidente havia dispensado o uso de licitações. Uma certa crise econômica também gerava um descontentamento, juntamente com a mudança da capital. Jânio aproveitou o gancho e prometeu restabelecer a ordem, ao investigar, punir e administrar o país com lisura.

Assim, elegeu-se presidente em 1961 e naquela época, votava-se tanto para presidente quanto para Vice. O vice que tinha apoio de Jânio não se elegeu. Quem ganhou novamente foi João Goulart, que pertencia ao PC do B (Partido Comunista do Brasil).

Já presidente, chegou a condecorar o revolucionário cubano Che Guevara, com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, em agradecimento a este por ter libertado 20 sacerdotes presos em Cuba e que seriam fuzilados. Mudanças na política internacional que prezavam a pacificação em vez do apoio a nações poderosas, bem como um acordo para restabelecer reestabelecer relações entre o Brasil e a URSS abalaram a sua imagem.

Resultado: a sociedade pressionou, a popularização baixou e Jânio renunciou oito meses após ter assumido o país. O presidente teria que ser a partir de então, o comunista João Goulart, bem como pregava a Constituição na época.

CONTURBADO GOVERNO

Contudo, nem a sociedade e muito menos o militarismo queriam a posse de Goulart. O Congresso pensou na instalação do parlamentarismo, onde Goulart assumiria o país, mas um primeiro ministro teria o poder das decisões. Assim foi feito. Instaurado o parlamentarismo, Jango assumiu a presidência, quanto Tancredo Neves tornou-se o primeiro ministro. Depois dele, viriam ainda Brochado da Rocha e Hermes Lima.

Por dois anos e sete meses, o governo Jango foi conturbado, marcado pela inflação, por críticas ao plano Trienal (um conjunto de medidas que impunha mudanças em vários setores no Brasil) e pela insatisfação militar com a legislação vigente.

Em clima demasiado tenso, Jango decidiu buscar o apelo de sindicatos, trabalhadores e setores da sociedade, defendendo mudanças na Constituição, o que foi considerado um ato anticonstitucional.

Em 1º de Abril, Jango voa até um rancho onde sua família estava, no Rio Grande do Sul. De lá, voou para o Uruguai onde no mesmo dia pediu asilo político. No Brasil, em 2 de abril, uma junta militar assume o governo e institucionaliza o 1º Ato Institucional. No dia 10 de abril, a Junta Militar elege o general Humberto de Alencar Castelo Branco como o presidente do Brasil, no mesmo dia em que o Congresso cassaria o mandato e os direitos políticos de João Goulart.