Resumo da ditadura militar no Brasil: Lutas

História do Brasil,

Resumo da ditadura militar no Brasil: Lutas

O general Sylvio Frota, ministro do Exército, tentou contra os desejos do presidente, articular sua candidatura. Por isso, ele acabou sendo demitido. Mas, ele ainda tentou aplicar um golpe, enviando aos quartéis do país um violento manifesto, acusando Ernesto Geisel de favorecer a infiltração comunista nos altos escalões do governo, convocando em seguida, uma reunião dos principais comandantes militares do país a fim de preparar um golpe.

O presidente soube dos movimentos do ministro demissionário e ordenou que as tropas se deslocassem para o aeroporto brasiliense, sob o comando do prestigiado general Hugo Abreu, vencedor da Guerrilha do Araguaia. Na medida em que os comandantes militares chegavam na capital federal, eram colocados em duas opções. Ou eles se dirigiriam ao Ministério do Exército, com o objetivo de conspirar junto com Frota, ou para o Palácio do Planalto, com o objetivo de reafirmar a fidelidade a Ernesto Geisel. Frota se viu sozinho e impossibilitado de fazer a concretização do golpe.

Ditadura militar no Brasil

O fracasso do golpe liderado pelo general Sylvio Frota e ainda, o seu afastamento do governo, representaram a maior vitória do governo do então presidente Ernesto Geisel, perante a linha dura. A partir do ano de 1977, ficou claro que a abertura era inevitável e irreversível.

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A Abertura

No ano de 1978, os exilados políticos foram exilados por Geisel, e eles então puderam voltar para o Brasil. No ano seguinte, a Lei de Segurança Nacional, considerada um instrumento jurídico do autoritarismo do regime foi modificada e abrandada, e o Ato Institucional número 5 foi revogado.

O governo então passou a elaborar um cronograma da abertura, prevendo a eleição indireta de um sucessor militar para o então presidente, seguido de um sucessor civil, que deveria estar ligado aos militares. Somente por volta de 1989 é que seriam realizadas eleições diretas para presidente da República. No entanto, esse cronograma, era lento, o que acabava desagradando as oposições. Havia nesse contexto, um processo eleitoral em andamento.

A fim de garantir a maioria no Colégio Eleitoral, a partir de abril do ano de 1977, o governou começou a promover uma mudança na legislação eleitoral. O pacote de abril foi lançado. Tratava-se de um conjunto de leis que estabelecia a nomeação de senadores biônicos para o Congresso. Além disso, as regras de representação proporcional de deputados no Congresso foram mudadas, favorecendo assim as bancadas dos estados do Nordeste, onde a Arena conseguia vitórias eleitorais por meios que nada ficavam a dever às práticas tradicionais coronelistas da República Velha.

Nas eleições legislativas de 78, que era considerada fundamental para que o Colégio Eleitoral pudesse ser definido para a sucessão de Geisel, Arena e MDP praticamente empataram no número de votos. Mas, o partido do governo conseguiu obter maioria nas duas casas do Congresso, além de manter o controle sobre o Colégio Eleitoral, que acabou elegendo como sucesso à presidência da República, o general João Batista Figueiredo.

O novo presidente assumiu no ano seguinte, no mês de março, e procurou dar prosseguimento ao já processo de abertura política e contou com a colaboração do general Golbery do Couto e Silva. Mas, a grande crise da economia que abateu o Brasil durante a gestão do mesmo, acabou influenciando os rumos da abertura. Em 1979, aconteceu então, a segunda crise internacional do petróleo, o que provocou um novo desequilíbrio nas contas externas e ainda uma diminuição no fluxo de capitais estrangeiros para o país.

Em 1982, foi decretada moratória pelo México, assustando os bancos internacionais, que passaram a temer o mesmo comportamento por parte do Brasil, cancelando a obtenção de novos empréstimos. No mercado internacional, a brusca elevação dos juros comprometeu a estabilidade da economia brasileira, que nesse momento estava impossibilitada de gerar recursos para prolongar o período de pagamento da dívida externa.

A inflação, que estava crescendo cada vez mais desde o período conhecido como milagre brasileiro, fugiu do controle, e acabou sendo alimentada pelo mecanismo de correção monetária. Na falta de recursos externos, o dinheiro era emitido de maneira interna, ativando assim o crescimento da inflação e causando um grande déficit das contas públicas. Na década de 80, o país passou a viver uma situação de estagnação econômica juntamente com a inflação, conhecido como estagflação.

O governo, ao adotar uma política recessiva, teve como resultando o aumento das taxas de inflação, que foram ignoradas pelas classes altas e onde os setores mais humildes não tinham como se proteger.

A indústria e o comércio, resolveram se especializar no atendimento as camadas sociais mais pobres, que não tinha dinheiro e onde os ricos mantinham seus ganhos. Ao invés de produtos a preços razoáveis para diversas pessoas, aumentaram os preços, passando a ganhar com a venda de poucos produtos para poucas pessoas a preços altos. Isso significa dizer que era uma maneira de compensar o preço unitário os prejuízos da queda decorrente do volume de vendas.