Resumo da Idade Moderna: As instalações produtivas açucareiras
As primeiras mudas de cana de açúcar foram trazidas para o Brasil por Martim Afonso de Souza da ilha da Madeira. No ano de 1533, ele instalou o primeiro engenho da colônia em São Vicente, inaugurando a base da economia da colonização portuguesa no Brasil.
De maneira rápida, os engenhos se multiplicaram pela costa do Brasil, atingindo no ano de 1610, o número de 400. No período considerado o apogeu da mineração, durante o século XVIII, a importância do açúcar na economia como principal fonte de riqueza da colônia evidencia-se através do valor ao que o produto passou a ser exportado.
A produção de açúcar passou a se voltar exclusivamente para a exportação e por conseguir gerar lucros elevados, passou a comandar a economia da colônia. Para a produção canavieira estavam reservadas as melhores terras, a maioria da mão de obra e os grandes investimentos de capital.
O senhor de engenho, que era o grande responsável pela produção, usufruía de um enorme prestígio na sociedade. Sobre um latifúndio monocultor, exportador e escravista, um padrão de exploração agrícola denominado plantation, assentava-se a agricultura brasileira no início da colonização de nosso território.
A região Nordeste do Brasil, em especial o litoral da Bahia e de Pernambuco, acabou por concentrar a maior produção de açúcar da colônia. Os engenhos, que eram as unidades açucareiras agroexportadoras, eram compostas de grandes propriedades de terra, que eram conseguidas através de doações de sesmarias pelos donatários e representantes da Coroa, os governadores gerais, a quem se interessasse pelo empreendimento. O desenvolvimento de atividades artesanais e comerciais e a formação de classes camponesas foi impedida em razão dessas propriedades, como acontecia em algumas regiões coloniais da América do Norte.
Em alguns casos, o engenho chegava a ter cerca de 5 mil moradores e era constituído por áreas extensas de floresta que eram fornecedoras de madeira, e ainda com a casa grande, com toda a sua família e os agregados, as plantações de cana, a residência do proprietário, a capela, a senzala. O açúcar era enviado primeiramente para Portugal e em seguida para os Países Baixos, onde era finalmente refinado e comercializado.
No topo da sociedade desse período encontravam-se os senhores de engenho, que eram os donos das terras e das unidades agroexportadoras. Logo abaixo, estavam os lavradores de cana, ou seja, fazendeiros que por não possuírem instalações de fabricação de açúcar eram obrigados a moer a cana no engenho próximo.
As mulheres eram as responsáveis pela administração das casas, onde deveriam permanecer recolhidas e controlavam o trabalho dos escravos domésticos. Era tipicamente uma sociedade patriarcal.
Era muito pouco provável que acontecesse a mobilidade social, por causa principalmente concentração de escravos, de renda e de terras. Assim, era praticamente impossível que um branco, apesar de livre, que fosse pobre, chegasse a se tornar um senhor de engenho.
As pessoas livres, como os capatazes, os militares, os feitores, os padres, os artesãos e os comerciantes, também se dedicavam a atividades nos poucos núcleos urbanos dessa época e a atividades complementares no engenho. Os escravos, eram por sua vez, considerados como simples mercadorias, formando a base econômica de toda a sociedade e sendo os principais responsáveis por praticamente todo o trabalho que a colônia realizava.
Os escravos na economia açucareira
Os portugueses capturavam os negros na África. Algumas vezes, os portugueses promoviam guerras e confrontos entre as tribos da África, com o objetivo de comprar os negros derrotados dos chefes vencedores. Dessa maneira, os chefes locais africanos, chamados de sobas, passaram a capturar e a negociar seus conterrâneos com os traficantes, em troca de tecidos, fumo, cachaça, joias, armas, vidros, etc.
Depois de capturados e/ou negociados, os negros vinham para o Brasil através dos porões dos navios negreiros, conhecidos como tumbeiros. Ali, eles estavam sujeitos a condições péssimas, causada principalmente pela superlotação e pela longa duração da viagem. Os negros que conseguiam sobreviver a essas condições eram comercializados nos principais portos da colônia, como Rio de Janeiro, Recife e Salvador.
Atos de rebeldia, como tentativas sucessivas de assassinato de senhores e de feitores, além de suicídios e de fugas, acompanhavam a exploração dos africanos negros. Muitos dos fugitivos que conseguiam escapar dessa situação de escravidão, organizavam-se em quilombos, consideradas verdadeiras comunidades livres. O mais importante deles no cenário de combate à escravidão foi o quilombo de Palmares, no território que atualmente conhecemos como Alagoas.
Formado no século XVII, o quilombo de Palmares já chegou a abrigar mais de 20 mil negros que fugiam dos engenhos. O sucesso deste, acabava por representar uma ameaça aos senhores de engenho, já que estimulava o desejo de liberdade e a formação de novos quilombos.
Em 1694, depois de diversas tentativas de cercos que não obtiveram sucesso, uma expedição sob o comando do bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, acabou destruindo o que ainda restava do quilombo do Palmares. Seu principal líder, chamado de Zumbi, conseguiu reorganizar juntamente com os negros que haviam conseguido fugir, a luta, mas acabou preso e foi morto em 20 de novembro do ano de 1695, que atualmente é conhecido como Dia da Consciência Negra.