Alaúde: O que é e como surgiu

Alaude
História,

Alaúde: O que é e como surgiu

Mas o que é isso?

O alaúde é um instrumento musical, de corda, que pertence a família dos cordofones. Talvez sua principal característica seja a caixa em formato de pêra, ou, gota.

Acredita-se que a palavra alaúde tem origem na expressão árabe “al’ud”, que quer dizer “a madeira”. Mas há outra corrente de pesquisadores que acredita que o nome do instrumento vem da palavra persa “rud”, que significa “corda”.

Alaúde

De acordo com pesquisas históricas este instrumento teria sido de grande importância na música renascentista europeia, afinal, é representado em diversas obras de arte da época. Também é importante salientar que o alaúde é ancestral de grande parte dos instrumentos de corda que nasceram no continente Europeu posteriormente.

Para entender um pouco mais sobre esse instrumento vamos voltar no tempo, a fim de descobrir sua história.

Um pouco de história

Há indícios de que muitos tipos de alaúdes foram utilizados nas civilizações Egípcia, Grega, Romana e até mesmo Turca. Acredita-se que o alaúde como conhecemos hoje teria sido idealizado na Pérsia e no mundo árabe no início do Século VII.

Diversos instrumentos de corda surgiram ao longo dos séculos e foram passando por adaptações e mutações, vindo dos Búlgaros, passando por inúmeras Penínsulas, povos e nações, até tornarem-se semelhantes aos que conhecemos hoje, e com o alaúde isso não foi diferente.

Acredita-se que a transferência do alaúde entre os Mouros e a Europa Cristã teria ocorrido na Sicília, há indícios de que o instrumento foi trazido por músicos Bizantinos, ou posteriormente, pelos Saracenos.

Os músicos da corte em Palermo, denominados lutenistas – cantores utilizavam extensamente o instrumento, o que fez com que o mesmo fosse por diversas vezes representado em pinturas e outras obras de arte, como já citado.

Acredita-se que por volta do Século XIV o alaúde já era muito conhecido para além das fronteiras italianas, fato que ocorreu devido à grande influência cultural de Reis e Imperadores. Neste mesmo período acredita-se que o alaúde teve grande difusão em países que tinham o alemão como língua nativa.

Sobre as características, acredita-se que os alaúdes da Era Medieval eram fabricados com quatro a cinco cordas, além disso, penas eram utilizadas como uma espécie de “palheta improvisada”. Já no final do Renascimento os tamanhos tinham variado, existindo sete tipos.

No período da Idade Média a principal função dos alaúdes era servir de acompanhamento durante a execução de cantigas e canções, contudo, há indícios de que até o ano de 1500 existiu pouca música que possa ser, realmente, atribuída ao alaúde.

Por volta do século XV algumas mudanças ocorreram, por exemplo, o “palhetear” foi abandonado, assim, os músicos passaram a utilizar mais os dedos. Outra grande mudança se refere ao número de cordas, acredita-se que passaram a ser seis, então dando um salto no tempo no Século XVI o alaúde torna-se um instrumento solo, poucas são as vezes em que é possível observá-lo como acompanhamento em canções.

Já no fim do Renascimento a quantidade de cordas salta de seis para 10, durante o Barroco o crescimento continua e passam a ser 14 cordas, posteriormente chegam a ser 19. Em razão de tantas alterações no número de cordas, mudanças estruturais tiveram de ser efetuadas em virtude de uma estrutura maior e mais resistente.

É na Era Barroca que o instrumento passa a ser menos utilizado, sendo substituído por instrumentos de tecla. Acredita-se que o alaúde passa a não ser mais utilizado depois do ano 1800, isso na Europa Ocidental. Contudo, alguns tipos deste instrumento sobrevivem ao tempo e insistem em manter viva a tradição, principalmente no Sudoeste do Continente Europeu, Norte da África e também Oriente Médio.

Características

Umas das principais características do instrumento, e também razão pela qual chama tanta atenção, é a forma arredondada de sua caixa. Mas tal característica não é a toa, afinal, o formato de “pêra” tem como objetivo um som específico.

Já o braço, normalmente curto e trastejado, busca notas graves. Contudo braços mais longos e não trastejados surgem por volta do final do Renascimento. Os trastes muitas vezes são confeccionados de metal, mas no início já chegaram a ser feitos de tripa torcida.

Quando nos referimos às cordas e cravelharmes dos alaúdes é bom ter em mente que a inclinação auxilia, e muito, no tipo de som resultante. As cordas, por sua vez, são normalmente duplas, mas há ainda a opção de cordas duplas e simples em um mesmo instrumento.

Atualmente

Apesar de ser um instrumento um tanto quanto antigo, hoje ainda é possível ver um alaúde sendo executado, principalmente em grupos, ou, orquestras que se dedicam a música renascentista européia – período considerado auge para o instrumento.

É importante frisar que instrumentos como o alaúde, e outros, que surgiram há muitos anos são “parentes” diretos dos instrumentos que conhecemos e extensamente utilizamos hoje em dia.