Economia Colonial Brasileira

História,

Economia Colonial Brasileira

A economia do Brasil que conhecemos hoje pouco tem a ver com a que movia o país quando este ainda era uma colônia de Portugal, entre os séculos XVI e XIX. Naquela época a produção nacional era comandada pelos portugueses, único país com o qual o Brasil podia manter relações comerciais – muito diferente do que acontece atualmente.

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A primeira atividade a movimentar a economia colonial brasileira foi a extração de pau-brasil, uma árvore nativa da Mata Atlântica. A exploração da planta era feita pela cor vermelha que ela continha em seu miolo, utilizada para pinturas diversas pelos portugueses. A atividade econômica baseada na extração de pau-brasil foi realizada até o século XIV.

Na mesma época, a relação entre portugueses e índios que viviam no Brasil deu início à prática de escambo. Ela consistia em trocas entre os dois povos. Para receber itens como pentes, espelhos e roupas dos europeus, desconhecidas pelos índios até então, os mesmos trabalhavam para os portugueses.

Com a contínua extração do pau-brasil a planta foi quase extinta, fazendo com que os colonizadores tivessem que achar outras atividades para movimentar a economia colonial brasileira. A partir daí, o Brasil passou por dois ciclos: da cana-de-açúcar e do ouro.

Ciclo da cana-de-açúcar

O primeiro grande ciclo econômico da história do Brasil é o ciclo da cana-de-açúcar. O que se praticava na época em território brasileiro era a monocultura, tipo de produção agrícola baseada em um único produto. Essa forma de plantio pode ser chamada também de latifúndio monocultor ou plantation.

A plantação era realizada em latifúndios, grandes extensões de terra. Nos locais onde a produção era realizada, chamados de engenho, havia canaviais, fábrica de açúcar (que continha uma moenda), plantações de subsistência, casa da caldeira e casa do pulgar.

Inicialmente a mão de obra utilizada nos engenhos era indígena, mas foi substituída pela mão de obra escrava. Muitas famílias produtoras viviam nos engenhos, de onde acompanhavam de perto a produção. Os escravos viviam na mesma propriedade, mas num local chamado de senzala, feito de um só cômodo, com homens, mulheres e crianças vivendo junto a animais. A nomenclatura da época se referia à residência onde viviam os latifundiários como casa-grande.

Também havia no engenho, além da casa-grande, a senzala, infraestrutura para a produção de cana e açúcar, uma capela, escola e residência dos trabalhadores que não eram escravos.

A escolha de produzir cana-de-açúcar no Brasil foi feita pelos portugueses com base na aceitação que o produto tinha na Europa. Com o aumento da concorrência, no entanto, que começou quando outros países, especialmente da América Central, também passaram a produzir o produto, o ciclo do açúcar no país começou a decair. Esse processo ocorreu a partir da metade do século XVII.

Com a queda da lucratividade do ciclo da cana, os portugueses focaram em encontrar uma nova forma de tornar produtiva a economia colonial brasileira. Foi assim que teve início a exploração de ouro.

Ciclo do ouro

A partir do século XVIII, a economia colonial brasileira passou a ter um novo produto em foco: o ouro. O metal precioso começou a interessar os portugueses com a queda do ciclo da cana-de-açúcar e com a descoberta das primeiras minas de ouro em territórios onde ficam hoje os estados de Minas Gerais e Goiás.

Foi por conta da exploração nessas regiões que Portugal decidiu mudar a capital brasileira de Salvador, onde ficava até então, para o Rio de Janeiro. Tudo isso para estar mais perto do local das minas, onde era feita a extração do ouro.

Para ganhar dinheiro com a descoberta das minas de ouro, Portugal criou mecanismos que permitiam a cobrança de altos impostos sobre quem extraísse o metal precioso. No período, foram criadas as Casas de Fundição, que eram responsáveis por realizar a cobrança das taxas.

Os principais impostos aplicados pelo governo sobre a extração de ouro eram o quinto, que estipulava que 20% da produção de ouro deveria ir para o rei de Portugal; a derrama, que obrigada a colônia a arrecadar 1.500 kg de ouro a cada ano; e a capitação, que era a taxa cobrada por cada escravo que trabalhava nas minas.

As altas taxas cobradas pelos portugueses sobre a extração de ouro não agradavam a população. O tema gerou diversas revoltas populares no país. O ciclo do ouro no país, no entanto, seguiu até o ano de 1785.

Entre as consequências do ciclo do ouro – o último da economia colonial brasileira – estão mudanças sociais e políticas, desenvolvimento do comércio interno e das importações de manufaturados e, por fim, crescimento da população do país.

Cerca de um século depois, em 1888, teve fim também a escravidão no Brasil, com a assinatura da Lei Áurea. Os escravos são considerados contribuintes para o crescimento da economia o país, pois foram a principal mão de obra dos ciclos da economia colonial brasileira.