Escolástica

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Escolástica

A filosofia da Idade Média

Considerado o método de pensamento dominante aplicado nas universidades entre 1.100 e 1.500, a escolástica teve origem na chamada escola monástica cristã, e veio com o objetivo de unir a filosofia racional à fé cristã.

Tinha na dialética, e também, na Summa Theologica – obra de São Tomás de Aquino – dois grandes pontos de referência para suas teorias. Além disso, tal doutrina buscava respostas que pudessem justificar a fé no Cristianismo e os ensinamentos do próprio clero.

É bom salientar que inicialmente os ensinamentos da escolástica foram difundidos por meio dos próprios locais religiosos, como é o caso dos monastérios, e só então chegaram as Instituições de Ensino Superior.

Escolástica

A escolástica foi desenvolvida a partir do Século V, período no qual existia uma grande necessidade de aprofundamento na chamada “cultura espiritual”, contudo, o objetivo não era tão somente se aprofundar, mas sim, dar uma “cara mais filosófica” aos tais princípios do Cristianismo.

Caracterizada como uma tentativa de racionalizar aquilo em que os cristãos acreditavam, pode-se citar como resultado da escolástica os chamados “dogmas católicos”.

Dogmas católicos e outros ideais

Um dogma pode ser descrito como “verdade absoluta” e, portanto, definitiva, imutável, inquestionável, e é claro, infalível. Logo, sobre os dogmas não existem dúvidas, nenhuma sequer.

À época da escolástica os dogmas católicos tinham por objetivo incutir na mentalidade dos católicos muitos ideais incluindo: a revelação por meio do divino, a criação a partir do nada, e por fim, a providência – também divina -.

É de suma importância dizer que a escolástica buscava a harmonia entre: ideias provenientes de Platão, e, o pensamento cristão que tinham como seu principal baluarte Tomás de Aquino – acima citado -. Sendo assim, a fé, e também, a filosofia platônica tinham lugares marcados dentro dessa corrente de pensamento.

Como é de se esperar teologia e filosofia caminhavam de mãos dadas, e não raras as vezes sofreram influências mútuas.

Alguns representantes

Mesmo que de maneira rasa já falamos um pouco sobre alguns dos ideais e pensamentos dessa escola filosófica, sendo assim, nada mais justo do que citar os nome que contribuíram sobremaneira para esse movimento.

No campo religioso, podemos caracterizar assim, Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino foram as grandes estrelas, a importância de ambos está, principalmente, no fato de discutirem da melhor maneira possível a época diversas questões, tais quais: explicações racionais sobre a fé, e, a ideia de se conseguir respostas bem “convincentes” para muitas das situações da vida humana.

Não poderíamos deixa de lado ainda: um dos expoentes do pensamento medieval Anselmo de Cantuária, também o filósofo e teólogo católico Alberto Magno, Roger Bacon, Pedro Abelardo, John Duns Scot, Nicole Oresme, e, tantos outros que contribuíram para essa linha de pensamento.

Fé e razão podem coexistir?

Em qualquer literatura sobre escolástica que você, pesquise é quase certo que esteja presente a pergunta: Como conciliar razão e fé?

E não é para menos, afinal, a escolástica veio com o propósito de romper esse “paradigma”, e tentar trazer explicações mais racionais para a fé que professavam os cristãos medievais. Além disso, havia um objetivo muito claro para escolástica: buscar, pregar e confirmar a harmonia entre a fé e a razão.

Mas como nem tudo são flores, dentro da própria escolástica havia algumas divergências, vamos entendê-las melhor: Santo Agostinho acreditava que a razão deveria (e na realidade era) subordinada a fé, afinal, a fé tinha quase que o “poder mágico” de restituir a condição humana digna, focada no divino.

Já São Tomás de Aquino, que apesar de jamais dizer que uma era superior a outra, defendia uma certa sobreposição da razão, afinal por meio desta era possível se chegar a respostas muito mais plausíveis do que aquelas apresentadas pela fé.

Vale lembrar que a Bíblia (aqui descrita como as Sagradas Escrituras), os primeiros filósofos e os chamados “Pais da Igreja” (quase Doutores da Lei) eram as principais fontes de conhecimento a qual se tinha acesso na época, portanto, estes representavam a “verdade absoluta”.

Para finalizar é importante ainda dizer que o método de ensino utilizado pelos escolásticos baseava-se em um mestre que tinha o total domínio sobre “a palavra”, mas também havia os momentos de debate – denominados disputatio – onde o discípulo, ou aluno, tinha a oportunidade de discutir com o mestre ao tecer comentários sobre o assunto.

Enfim, como você deve ter percebido o debate entre razão e fé já vem desde a Idade Média, e, não se pode dizer que foi esgotado, afinal ainda é muito presente em nossos dias. O fato é que hoje as maneiras de se discutir mudaram, a literatura é muito mais vasta e os espaços de disputatiomuito mais livres e bem organizados.

Só nos resta saber se algum dia venceremos a questão: Como conciliar fé e razão? Mas já falei demais, isso é assunto para outro artigo.