Esparta e Atenas

História,

Esparta e Atenas

Na passagem entre os períodos Homéricos e Arcaicos, temos o desdobrar de um lento processo de fragmentação das comunidades gentílicas e aparição das primeiras polis gregas. Com o passar do tempo, esse tipo de unidade sociopolítica passou a designar o perfil da Grécia Antiga. Com autonomia própria, devido às dificuldades de comunicação, as cidades-estado desenvolveram características que aumentaram suas diferenças.

Para explicar essa situação, apresentamos usualmente as cidades de Esparta e Atenas como o modelo apropriado de mostrar a rica mistura cultural, religiosa, política e econômica das civilizações gregas.

Esparta e Atenas

Esparta

A cidade de Esparta era a mais importante da Grécia Antiga localizada na planície do Eurotas, dominada pelas colinas espartanas do Parnon e do Taígeto. A conquista de Messênia, localizada do oeste de Taígeto, no fim do século VII, proporcionou o sucesso de Esparta.

Até o século VIII, a atividade econômica e o governo de Esparta precisavam igualar-se aos das demais cidades. Esparta era formada por comerciantes, artesãos e artistas, mas as difíceis guerras da Messênia submeteram-na a complexas transformações. No fim do século VII a cidade já apresentava uma organização social e política capaz de sustentar o fruto de suas conquistas.

Os habitantes eram divididos em duas classes diferentes: os cidadãos aplicados a profissão das armas ocupavam a classe privilegiadas, os demais eram subdivididos em duas outras classes, os periecos e os hilotas.

Os cidadãos viviam subordinados ao serviço e controle do Estado. A criança só tinha permissão para viver depois que um conselho de velhos a qualificasse adequada, caso contrário, ela era jogada em um desfiladeiro. A partir dos sete anos de idade, o filho era retirado da mão e vivia até os 20 anos meninos da sua idade, sob controle de monitores, que pretendiam desenvolver o corpo e formar caráter.

Aos 20 anos iam para o exército após uma ultima prova, a criptia, uma espécie de retiro onde se escondiam no campo, roubando comida e matando os hilotas que atacavam durante a noite.

Os periecos eram homens livres que viviam em aldeias. Eram agricultoras, artesãos ou comerciantes. Governavam a si próprios, mas em Esparta era exigido o pagamento de impostos e a servir na guerra sem qualquer intervenção política na cidade.

Esparta tinha uma forma de governo bem diferentes das demais cidades gregas. À frente estavam dois reis com diferentes identidades: eram de famílias rivais. As honras eram prestadas a eles, mas não possuíam muita autoridade, eram ministros da cidade e comandavam o exército juntos. O regime de Esparta era uma oligarquia, ou seja, era um governo exercito por um pequeno numero de pessoas.

Existia um conselho principal denominado Gerusia. Esse conselho reunia os dois reis e 28 cidadãos escolhidos por eleição. Tinha como objetivo preparar as leis, governar a política exterior e formar um tribunal de justiça.

Ao fim do século VI, Esparta ficou conhecida como a primeira potência militar grega que, posteriormente, veio ser um exemplo de nacionalismo.

Atenas

Diferentemente de Esparta, Atenas retrata a história evolutiva dos costumes das cidades gregas.O território ateniense estava localizado na cidade de Ática.

A princípio era governado por reis, mas, rapidamente, o poder foi transferido para os nobres, donos das melhores terras da planície. Entre eles estavam os magistrados anuais, os arcontes e os membros do Aerópago, conselho político. Apenas esses conheciam as leis, pois não havia registro delas.

O regime aristocrático exercido por Atenas era rigoroso para aqueles que não pertenciam à nobreza e se viam exilados para as classes sociais inferiores. Entre eles os proprietários dos campos menos férteis, os artesãos, os pescadores, os pequenos comerciantes e negociantes marítimos.

A constituição foi reformulada e todos os cidadãos começaram a ter acesso à assembléia popular e ao tribunal popular de justiça, denominado de Tribunal do Helieu. Após isso, houve a criação Bulé, um conselho de 400 membros que reduziu o poder aristocrático de Areópago.

Criou-se o método do ostracismo, onde um político que não estava sendo bem aceito pela sociedade podia ser exilado em um período de 10 anos, por voto em assembléia.

O poder militar de Atenas não podia ser comparado ao de Esparta, porém foram as Guerras Medo-Persas que alavancaram Atenas para o primeiro lugar entre as cidades gregas.

Semelhanças e Diferenças entre Esparta e Atenas

– Ambas as cidades se preocupavam com a educação dos seus jovens, porém tinham formas de realização diferentes. Os atenienses se preocupavam com o equilíbrio entre o corpo e a mente, enquanto os espartanos optavam pelo corpo em seus treinamentos militares.

– A economia das cidades era influencia pela localização. Esparta realizava a agricultura e o comércio restrito, e Atenas por estar localizada em uma região pouco fértil, acabou desenvolvendo o comércio como forma econômica.

– a política era o ponto mais diferente entre as duas cidades. Atenas possuía um governo com caráter democrático, já Esparta prevalecia o regime aristocrático.

– as mulheres tinham tratamentos opostos. Em Atenas elas eram ensinadas a serem domésticas e servir aos seus pais e maridos. Em Esparta, o respeito às mulheres era maior já que elas geravam os seus descendentes e permitiam que elas adquirissem educação e o direito de participar das assembléias. Possuíam direitos iguais aos dos homens.

Essas duas cidades foram as mais importantes da Grécia Antiga e brigavam por essa posição. Após muitas batalhas, Esparta vence coincidindo com a decadência de Atenas. Apesar disso, Atenas deixou um marco cultural, a filosofia.