Faraós
Cercada de mistérios e mitos, a história do Antigo Egito até hoje gera muitas perguntas: como foram construídas as pirâmides? Como um povo naquela época tinha tantos conhecimentos a respeito de engenharia, arquitetura? A civilização egípcia deixou um legado de perguntas e quebra-cabeças. Porém, sua organização também chama muita atenção. A partir da era faraônica surgiram as pirâmides e seus caminhos misteriosos. Afinal, por que elas precisavam ter passagens secretas e abrigavam tantos tesouros?
O Egito começou a ser ocupado há cerca de 1.600 a.C., quando os Hebreus deixaram Canaã – onde hoje está Israel – e migraram para o deserto. Com as cheias do Rio Nilo, foi possível o início do cultivo de alimentos, assim surgindo os primeiros povoados. A hierarquia daquela sociedade separou-se em escravos e a classe nobre, as quais eram compostas pelos reis, ou Faraós.
Os principais Faraós do Egito
A partir de escavações por arqueólogos e explorações das pirâmides, foi possível catalogar os faraós que reinaram durante o período que 2000 a 1200 a.C. aproximadamente. Todos os faraós tinham obrigações, tais como:
• No momento em que assumissem a liderança, tinham que construir sua pirâmide, pois era a morada final.
• Decidir o destino dos impostos arrecadados da população. Eles eram muito influentes em todos os quesitos da sociedade, como religião e política.
Entre os quase 3 mil anos de dinastia no Egito, destacam-se os faraós:
• Tutmés III: faraó militar que conquistou e afirmou hegemonia egípcia em todo o Oriente Médio, tomando poder em Creta, Cipre, Babilônia, entre outros.
• Quéfren: durante seu reinado foi construída uma das pirâmides de Gizé.
• Queóps: a maior pirâmide em Gizé foi construída em seu reinado.
• Seth I e seu filho Ramsés II: pai e filho, respectivamente, foram responsáveis pela expansão do Egito e grandes construções, como o colosso Abu Simbel, monumento com mais de 20 metros de altura. Durante o período de reinado de Seth ocorreu o Exôdo de milhares de hebreus, que quiseram voltar para Canaã. Eles eram contra o regime escravo do Egito. Seth I foi responsável também pela conquista da Palestina e combate ao povo hitita, onde hoje está a Turquia.
• Tutankamon: muito famoso, este faraó estabeleceu a paz no Egito. Seu antecessor, Amenófis IV, havia estabelecido uma religião monoteísta, o que teria causado discórdia pela população. Quando Tutankamon assumiu o poder com apenas 9 anos de idade, ele voltou com o politeísmo, ou seja, a crença e devoção a vários deuses. Sua pirâmide foi descoberta apenas em 1922.
• Ramsés I: um dos faraós mais famosos da história, pois seu reinado durou cerca de 70 anos. Nesse tempo ele teve 90 filhos, acredita-se, pelos registros.
Pirâmides, mais que monumentos: tumbas
A morte era algo quase esperado pelos faraós. Suas pirâmides eram reflexos de seu poder e reinado. Como eles acreditavam que a morte era apenas uma passagem para a vida eterna, junto ao sarcófago, na pirâmide eram guardados seus tesouros, comida e até pessoas eram sacrificadas para acompanhar o faraó para o outro mundo.
Para a conservação do corpo, acontecia um verdadeiro preparo pelos sacerdotes: os órgãos eram retirados do corpo do faraó. Depois, acontecia o processo de desidratação, que durava entre 30 e 40 dias, em uma solução salina. Depois, o corpo era preenchido por areia, palha, serragem ou linho, tecido nobre da época.
Por último acontecia o processo de mumificação: o corpo era enfaixado, colocando junto amuletos e por fim o faraó descansava no sarcófago, junto aos seus pertences. Em alguns casos, familiares e súditos foram sacrificados para acompanhar a passagem do faraó.
Tudo isso mostra a importância que um faraó tinha perante sua população, independente de seus feitos. O filho mais velho de cada faraó se tornava o sucessor, tendo que visitar as pirâmides regularmente para deixar comida, incensos e objetos. Um dos temores dos faraós era a segunda morte: se fossem esquecidos, morreriam outra vez. Apesar da escravidão, muitas das construções eram feitas pelos próprios camponeses, mostrando devoção – acreditava-se que os faraós eram parentes diretos dos deuses. No entanto, a era faraônica definhou com a invasão de Roma, a qual escravizou boa parte da população.
Toda a tradição que conhecemos hoje foi resgatada graças aos registros da vida dos faraós feitos pelos seus súditos nas pirâmides. Apesar de hoje haver preservação das pirâmides, muitas múmias estão em museus e alguns bens foram roubados – nas pirâmides foram encontrados objetos de ouro e joias. Durante muito tempo, acreditou-se em maldições dentro das pirâmides, pois muitos pesquisadores morriam após explorações. Alguns anos depois descobriram que gases tóxicos e de bactérias acabaram permanecendo nos locais fechados, o que causava doenças e até morte.
O que nos resta é pensar como um povo primitivo teve habilidades tão avançadas em muitos sentidos, mostrando que houve, sim, muito poder naquela época. Hoje o Egito atrai milhares de turistas que desejam ver de perto os monumentos tão antigos e exuberantes, símbolos de uma época que se perdeu no tempo, mas com certeza não passará pela morte do esquecimento.