Fenícios

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Fenícios

Conhecer civilizações antigas é muito importante para entender o processo de desenvolvimento das sociedades, até chegarem a ser como conhecemos hoje. Agora você vai saber tudo sobre os fenícios, um povo que estabeleceu na região da Fenícia, que corresponde ao atual Líbano. Eles realizaram muitas contribuições, sendo que, provavelmente, a mais importante e mais lembrada de todas é o emprego do alfabeto.

História e características principais

Os fenícios eram um povo de origem e língua semítica, oriental, que se firmou por volta do ano de 2.500 a.C. na costa mediterrânea, uma faixa bem estreita de pouco mais de 30 quilômetros de largura entre o Mar Mediterrâneo e montanhas que hoje pertencem ao Líbano. No início, foram muito influenciados pela Babilônia, que ficava próxima.

Fenícios

Por volta do ano de 1.800 a.C., quando os egípcios começam a estender seus domínios pelo Oriente Médio, eles dominam a região da Fenícia, que permanece submissa a eles por muitos anos. Estima-se que os fenícios tenham conquistado a sua independência do Egito por volta de 1.100 a.C. e foi aí que se consolidaram como os maiores comerciantes e marinheiros da antiguidade.

Sim, eles se destacaram nessas duas atividades, como comerciantes e marinheiros. Vários fatores contribuíram para que isso acontecesse:

• O solo da região que ocupavam não era fértil, inviabilizando a agricultura e o pastoreio, que eram atividades mais comuns na época;

• Viviam muito próximos do mar;

• Já realizavam trocas agrícolas com os egípcios, ganhando experiência;

• Estavam bem localizados em uma região de encruzilhada de rotas comerciais;

• Onde viviam, o cedro era muito comum, madeira excelente para a construção de navios;

• As suas principais cidades (Ugarit, Sidon, Tiro e Biblon) tinham excelentes portos.

Agora que já sabemos sobre as atividades econômicas da Fenícia, vamos abordar seus aspectos políticos e sociais: ela era subdividida em cidades-estados (as principais foram citadas acima) que eram autônomas e tinham seus governos independentes. Um rei governava e o seu poder era transmitido por hereditariedade. Algumas cidades eram administradas por um conselho de anciãos.

Era comum que as cidades entrassem em guerra entre si, principalmente pela disputa de novos mercados para comercializar os produtos.

A posição social dos indivíduos, na maioria das cidades, dependia da sua condição econômica, e os comerciantes marítimos se sobressaiam. A administração das cidades e o comércio exterior eram totalmente controlados por esses mercadores e pelos sacerdotes. A camada de trabalhadores livres era composta por artesãos, pescadores, camponeses, pequenos comerciantes e marinheiros. Não havia muitos escravos e os que existiam eram empregados em tarefas domésticas.

Em relação à religiosidade, os fenícios mantiveram a crença em deuses adorados pelos semitas e que, na verdade, eram considerados por praticamente todos os povos da Ásia Antiga. Esses deuses incluíam tanto divindades terrestres quanto celestes. Portanto, eram politeístas.

Cada cidade tinha um Baal, que era como se fosse um “senhor dos deuses”. Os habitantes da Fenícia tinham o hábito de realizar sacrifícios de animais para acalmar as suas divindades e, em alguns casos, também sacrificavam seres humanos e até os próprios filhos. Conta-se que, certa vez, 200 bebês recém-nascidos foram jogados ao fogo ao mesmo tempo, ou seja, sacrificados para os deuses.

Alfabeto fenício

Vamos estudar agora uma das maiores características dessa civilização, que foi justamente o desenvolvimento de um alfabeto.

Como já dissemos, os fenícios eram grandes navegadores e isso já exigia que possuíssem conhecimentos complexos, na área de astronomia e de cartografia, por exemplo. E justamente por meio desses saberes, eles conseguiram sistematizar uma escrita, que foi o primeiro alfabeto fonético da história. Era composto por 22 caracteres diferentes, ou seja, 22 letras, sendo que cada uma delas correspondia a um som específico, por isso que o chamamos de alfabeto fonético.

A partir da combinação desses caracteres, era possível formar palavras. Se compararmos essa ideia com os hieróglifos usados pelos egípcios, fica muito claro que essa civilização conseguiu deixar a comunicação muito mais prática e dinâmica!

Mas, por que eles se empenharam na tarefa de sistematizar uma escrita? É muito simples: como a base da economia fenícia era o comércio, sustentado pelas navegações, eles tinham muito contato com diversos povos e precisavam se comunicar com eles de uma forma eficiente, para concretizar as suas transações comerciais. Então, a necessidade acabou pressionando-os a criar esse alfabeto.

Muitos anos depois, os gregos captaram o alfabeto fenício e o aprimoraram, acrescentando outras letras além das 22 que já existiam. E como sabemos, o alfabeto grego deu origem ao latino que, por sua vez, é ponto de partida para a linguagem que nós brasileiros utilizamos hoje.

Sendo assim, podemos dizer com toda a tranquilidade que a civilização fenícia realmente contribuiu com o mundo moderno, seja por meio dos seus conhecimentos em comércio e navegação ou pela criação do alfabeto.

No século V, a Macedônia dominou a Fenícia, que deixou de existir como unidade e se transformou em colônias.