Formação da Monarquia Nacional Espanhola

História,

Formação da Monarquia Nacional Espanhola

A formação da Monarquia Nacional Espanhola aconteceu a partir de 1469, com o casamento de Fernando II de Aragão e Isabel de Castela. Através dessa união dinástica, foram unidos três dos quatro reinos da Península Ibérica (região onde se encontra a Espanha): Castela, Aragão e Leão.

O casal reinou junto como Rei de Aragão e consorte de Castela e Rainha de Castela e consorte de Aragão, ficando conhecidos como Reis Católicos pelo papado em 4 de maio de 1493. O título foi obtido devido à expulsão dos mouros (árabes), a reconquista da península, que estava sobre domínio muçulmano desde o século VIII e o projeto evangelizador do Novo Mundo.

A Monarquia Espanhola governou parte da Península Ibérica desde o surgimento dos Reis Católicos até a atualidade, sendo interrompida quatro vezes:

Monarquia Nacional Espanhola

* A primeira interrupção aconteceu durante o Sexênio Revolucionário (1868-1874), período da história espanhola em que o país passou a ser governado por blocos políticos (unionistas, progressistas, democratas e republicanos).

* Em fevereiro de 1873, devido à crise econômica, social e política que abatia a monarquia, inicia-se a Primeira República da Espanha. Esse período foi curto, terminando em dezembro de 1874.

* Os espanhóis tentaram, novamente, instaurar uma república em 1931, mas ela durou apenas até 1939, quando iniciou o governo militar do general Francisco Franco.

* O regime militar durou até a morte de Franco, em 1975. A Monarquia Nacional Espanhola, então, foi restaurada nesse ano.

A invasão muçulmana

A partir de 711, os árabes foram conquistando várias regiões no Ocidente e Oriente. O general muçulmano Tárique cruzou o estreito de Gibraltar e entrou na Península Ibérica com suas tropas que vinham do Norte da África. Foi o fim do Reino Visigótico, que vivia sob o comando de Rodrigo. A partir da queda do último rei dos Visigodos da Hispânia, os árabes alargaram suas conquistas na península, que chamavam de Al-Andaluz.

Inspirados pelo jihad islâmico, os mouros fundaram o Califado de Córdoba. Essa foi a maior expressão islâmica na península, que criou uma grande estrutura política e militar. Mais tarde, surge o Império Almorávida que, convertido ao rigor do Islã, exerceu um poder que se estendia do Oriente ao Ocidente, pegando parte da Península Ibérica. Acuados e enfraquecidos, os cristãos se refugiaram no extremo norte da península, onde puderam se organizar e unir forças para derrotar os árabes.

O domínio muçulmano pode ser dividido em três fases:

* A primeira começa com a invasão, em 1711 e vai até 756. Caracteriza-se pela implantação de um emirado dependente do Califado de Damasco.

* De 756 a 1031 acontece a segunda fase, em que o emirado passa a ser independente de Damasco, estabelecendo uma capital em Córdoba. A partir daí, os emires adotam o título de califas ao fundar o Califado de Córdoba, em 929.

* A terceira fase começa em 1031 e vai até 1492. Ela marca o fim da hegemonia da família do primeiro-ministro, Almançor, o vitorioso. Iniciou-se a partir disso um período de anarquia, até que Córdoba aboliu o califado. No seu lugar, foi implantada uma República. O fim do califado fez com que surgissem as taifas, que eram pequenos estados rivais e independentes. Com a desordem imperada, os cristãos puderam organizar-se para criar o movimento da Reconquista.

A Reconquista cristã

Foi a partir do século XI que os cristãos iniciaram o processo de expulsão dos árabes. Os reinos católicos organizaram exércitos que se inspiravam no movimento cruzadista. Tiveram como apoio o nobre francês Henrique de Borgonha, que lutou pelos católicos em troca do controle das terras do Condado Portucalenses. Mais tarde, a região viria a ser governada pela Monarquia Nacional Portuguesa.

* As efetivas Guerras de Reconquistas se estabeleceram no século XII, com o domínio cristão sobre Meseta Central e Al-Andaluz. Os árabes foram expulsos de Andaluzia. Conforme iam ganhando batalhas e territórios, erguiam reinos e vice-reinos. Nesse período, surgiram os quatro principais reinos que deram base à formação da Monarquia Nacional Espanhola: Castela, Aragão, Navarra e Leão.

* No século XV, os cristãos já possuíam hegemonia sobre a Península Ibérica, principalmente através do Reino de Castela, que se estendia pela maioria do território.

* O fator mais importante na formação da Monarquia Nacional Espanhola aconteceu em 1469, quando os Reis Católicos Isabel de Castela e Fernando de Aragão se casaram. O casamento uniu os principais reinos católicos, criando um reino novo, do qual Isabel e Fernando foram os primeiros monarcas.

* Nesse período, os muçulmanos estavam quase derrotados, tendo um território que se limitava ao Reino Mouro de Granada. Em 1942, eles foram expulsos definitivamente depois que Granada foi tomada.

* A ocupação muçulmana da Península Ibérica durou, ao todo, quase 800 anos. A luta de cristãos e islâmicos pelo território se iniciou na Idade Média e terminou na Idade Moderna.

* Algum tempo depois da formação da Monarquia Nacional Espanhola, o reino se tornou o maior império ultramarino da época do Mercantilismo.