Guerra Civil da Síria
A Síria enfrenta uma Guerra Civil que está devastando o país há mais de seis anos. No total, já foram mais de 400 mil pessoas mortas e inúmeros sírios desesperados para encontrar em qualquer lugar do mundo um lugar mais seguro para viver – estes que também colocam suas vidas em risco.
São pessoas que perderam suas casas e suas famílias e estão tentando deixar o país de todas as formas. Tudo porque hoje existem três guerras acontecendo simultaneamente naquele país: uma pelo poder; outra entre os povos e a terceira entre grupos religiosos.
Vamos entender um pouco mais como tudo começou e de que forma chegamos até esta situação atual:
A origem da Guerra Civil da Síria
A Síria é governada desde 2000 por Bashar Al Assad, e antes disso, desde os anos 70, por seu pai, Hafez Al Assad. Há mais de 40 anos que a família Al Assad manda sozinha no país, até que em 2011 um grupo de estudantes resolveu protestar contra o governo por conta de Bashar Al Assad privilegiar alguns setores da sociedade em detrimento da população mais pobre.
Até então, por conta de a economia estar estável, havia bem poucas taxas de rejeição ao governo. Porém, quando os protestos ainda que pacíficos tiveram início pedindo melhorias como infraestruturas, moradias, melhores salários e outros, Bashar Al Assad ordenou que o exército fosse até as ruas prender os manifestantes e coibir as manifestações com grande truculência.
Tal atitude foi o estopim para que a Guerra Civil da Síria tomasse proporções avassaladoras desde então. A população tomou as dores e em peso, resolveu protestar e entrar em confronto direto com as tropas do governo.
O problema maior ocorreu por conta de a população síria ter as suas fragmentações culturais e étnicas (árabes, curdos e armênios), além de suas crenças religiosas que dividem ainda mais estes grupos (cristãos, xiitas, drusos, alauitas e sunitas), e então, começaram a lutar todos contra todos, por interesses e direitos escusos ao bem estar coletivo.
Enquanto isso uma parcela da população que não participava dos protestos começou a sofrer mais com a Guerra. Ataques tanto por parte do governo, quanto por parte dos próprios grupos divergentes começaram a destruir casas, escolas, hospitais e principalmente a matar sírios que não queriam envolvimento com a guerra. É onde boa parte do povo sírio resolve abandonar o país em busca de outras nações para poder se abrigar.
São os chamados refugiados de guerra, os quais todo e qualquer país deve acolher, conforme tratado estabelecido pela Convenção de Genebra, em 1951.
Forças externas e um perigoso grupo<h/2>
Bashar Al Assad recebeu o apoio do Irã, do grupo Libanês Hezbolla e de milícias no Iraque, além da Rússia, que se tornou o mais importante aliado. Os russos controlam a base naval de Tartus, no litoral sírio e desde então, o governo russo intervém com ataques pesados ao país vizinho, o que resultou na conquista de Aleppo, pelo governo de Bashar Al Assad.
Mas a situação fugiu do controle com a chegada do grupo terrorista Estado Islâmico e o apoio de grupos extremistas como Frente al-Nusra, um braço da Al Qaeda. A cidade de Aleppo antes de ser retomada, era dominada pela al-Nusra.
O Estado Islâmico, que passou a princípio a lutar contra o governo sírio, passou com o tempo a atacar a tudo e a todos, única e exclusivamente pelo domínio da Síria.
Apoio dos Estados Unidos e outros
O Governo norte-americano já declarou apoio à população Síria e ser contra o Governo de Bashar Al Assad, por conta dos ataques violentos ocorridos no país. Juntamente com a França, o Reino Unido, a Turquia e a Arábia Saudita. Em resposta ao ataque químico que Bashar Al Assad autorizou e que matou 80 sírios em abril deste ano, os EUA lançaram 59 mísseis Tomahawk contra uma base aérea da Síria.
É curioso que no cenário internacional os Estados Unidos estão contrários ao governo Sírio e em Guerra contra o Estado Islâmico, que por sua vez também está em Guerra contra o Governo Sírio. Já a Arábia Saudita, que apoia os Estados Unidos contra o Governo Sírio, também apoia o Estado Islâmico por questões religiosas.
Enquanto isso, a Guerra continua e cerca de 470 mil pessoas já morreram – incluindo crianças. Aos que tentam sair do país, há o risco de morrer afogados em embarcações extremamente precárias. Aos que ficam, a certeza de acabarem mortos por bala, explosão, gases ou ainda, conviverem com a falta de comida, energia, remédios e cuidados.
Apesar da resposta norte-americana (uma estratégia política para elevar a popularidade de Trump) os Estados Unidos se posicionam terminantemente contrários a receber refugiados. Países como Reino Unido, França e Alemanha analisam e recebem com restrições.
E este pesadelo, ao que parece, permanece longe de acabar.