História contemporânea

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História contemporânea

A história contemporânea é a abordagem histórica do que chamamos de Idade Contemporânea, que é o período que se inicia com a Revolução Francesa, ocorrida em 1789, que representou o grande marco do movimento iluminista, até os dias atuais.

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Para entender a história contemporânea é preciso, o primeiro passo é compreender quais são os fenômenos que começam a separar os dias atuais dos períodos anteriores.

Os ideais iluministas, que pregam o primado da razão e da ciência como paradigmas do processo civilizatório, geraram no período anterior, conhecido como Idade Moderna, o rompimento com a Idade Média. Fenômenos como o Renascimento, reencontro da civilização com a razão, a livre expressão artística e a tradição da antiguidade, particularmente a grega, a reforma protestante, a prevalência do comércio como atividade econômica, o surgimento dos bancos e a descoberta de novos continentes são alguns dos fenômenos que trouxeram a civilização humana da Idade Média à Idade Contemporânea, através da Idade Moderna.

Como se inicia a Idade Comtemporânea

A Revolução Francesa é um marco na mudança da abordagem política dentro do processo civilizatório.

Idealista, rompe com o modelo monárquico, assim como com o absolutismo, tanto político quanto econômico. Ainda que algumas monarquias tenham sobrevivido, a história contemporânea é a história da república, de novos valores sociais e econômicos.

Surge, no mesmo período, o liberalismo, uma visão libertária, por meio da qual as riquezas seriam divididas através de novas relações de trabalho. Essas novas relações se estabeleceriam sobre a herança da revolução industrial, outro fenômeno do início da Idade Contemporânea.

A Revolução Industrial muda de forma dramática as relações de trabalho e a distribuição da riqueza, que sai das mãos do estado monárquico e concentrador, assim como das companhias de comércio e bancos, para ir abastecer os cofres de uma nova classe capitalista, ao mesmo tempo em que a multiplicação dos postos de trabalho e consequente aumento de circulação de dinheiro, além da migração de grandes populações para os centros urbanos, que se levantam em torno dos polos industriais, fenômeno presente até os dias atuais, geram novas atividades econômicas, particularmente os pequenos comerciantes.

Na visão liberal, esse era o mundo perfeito, em que o mercado faria a roda girar, distribuindo riqueza e felicidade, mas essa não é exatamente a história da Idade Contemporânea, que tem na complexidade, no surgimento de novas classes e no embate entre elas o indutor de grande parte da história política do século XX.

O século XX é marcado pelo desenvolvimento magnífico da ciência, pela proliferação e avanço dos meios de produção, pela diversificação da atividade econômica, crescimento das cidades e avanço tecnológico gerando conforto e desenvolvimento.

Desenvolvimento, aliás, é a palavra chave do século XX, mas a história contemporânea é, também, a história de um mundo dividido e injusto. Até a segunda metade do século XX ainda havia países colonizados. Tudo isso após duas grandes guerras que mataram milhões de pessoas, principalmente no continente europeu, consequência de projetos de expansão territorial, posicionamento econômico e disputa por colônias.

O século XX viu surgir o liberalismo reformado e o socialismo como propostas para solucionar as desigualdades não solucionadas pelo liberalismo clássico. O estado reaparece como personagem central, agora como indutor econômico, estratégico e social, tanto nos chamados “sistemas capitalistas” quando nos países comunistas.

Era digital… Uma nova era?

Haverá, talvez, o dia em que os historiadores dividirão a história contemporânea em outros tantos períodos históricos.

Ao fazer uma viagem pela Idade Contemporânea, a impressão que se tem é de que antes dela nada aconteceu.

Não obstante, há um aspecto que deve ser considerado para além de tantos episódios e tanta evolução tecnológica, que é a evolução sensorial do ser humano, a percepção que tem de si mesmo enquanto elemento histórico.

Será que o ser humano do século XXI é tão diferente do homem do século XIX? Será que a vitória do capitalismo como modelo econômico e do liberalismo como modelo político são fatores que contribuem para a evolução do ser humano ou apenas transformam a sociedade em um aglomerado de trabalhadores e consumidores? Em que isso se coaduna com os ideais libertários do iluminismo? Qual o papel do estado no século XXI?

Sem conseguir responder a essas questões, o mundo inundado pela Era Digital, a chamada Era do Conhecimento, ou Era da Informação. O acesso ao conhecimento se democratiza através dos meios digitais. O mundo está conectado. Não importa a distância, é possível se comunicar instantaneamente com qualquer pessoa.

Talvez a civilização humana esteja diante de uma nova era, com valores e contribuição próprios, mas ninguém sabe o que vem depois. O desafio da humanidade ainda é o de distribuir de forma justa as conquistas dessa Idade Contemporânea, além de encontrar o caminho para a preservação do planeta e a perenidade da civilização.

Surge uma nova consciência, que é a de que o ser humano é parte da natureza, que se harmoniza com grande parte do pensamento filosófico que permeou toda a história da humanidade. Os riscos da degradação ambiental e da morte do planeta colocam a sociedade humana em estado de alerta e reflexão, levando também à percepção de que o próximo é parte de si mesmo. Talvez seja esse o grande embate do século XXI: o consumismo e a objetificação do ser humano x a consciência ecológica, ambiental, social e mesmo espiritual.