Materialismo Histórico
Materialismo histórico é uma das três teorias que fazem parte do socialismo marxista
Ao partir da análise científica e crítica do capitalismo, Karl Marx, um alemão que nasceu no ano de 1818, elaborou a teoria socialista. A principal preocupação de Marx não era em projetar uma sociedade ideal, mas sim entender como se sucedia a dinâmica do capitalismo. Para isso, o alemão fez estudos aprofundados sobre as origens do capital, o processo de acúmulo, as contradições que envolvem o sistema e a consolidação da produção. A conclusão de Marx foi que, inevitavelmente, o sistema capitalista iria se destruir por conta própria em decorrência da sua dinâmica de evolução.
Três foram os fundamentos propostos pelo socialismo marxista, o que deu origem a três teorias. A primeira delas é a da mais-valia, pela qual se colocava em evidência a exploração vivida pelo trabalhador dentro do sistema de produção capitalista. A outra é a teoria da luta de classes, que coloca a história da sociedade humana como a própria história do conflito permanente ou luta das classes entre os exploradores e oprimidos. Por último, há a teoria do materialismo histórico.
O materialismo histórico busca compreender a sociedade humana por meio dos fatos materiais, sejam eles econômicos, históricos ou técnicos. A teoria foi desenvolvida por Friedrich Engels e Marx. No entanto, eles próprios nunca conseguiram pôr em prática.
Por essa teoria, a sociedade pode ser equiparada a um edifício. As forças econômicas seriam representadas pelas fundações e infraestrutura. A superestrutura seria o próprio edifício e é nela que estariam representados os costumes, as ideias, as instituições, sejam essas jurídicas, religiosas ou políticas.
As causas do desenvolvimento humano são buscadas nos meios em que os homens realizam, coletivamente, as necessidades humanas. Desse modo, seriam firmadas na atividade econômicas as formas de se conceber uma sociedade, as estruturas políticas e a relação entre as classes sociais. Ligadas às forças produtivas estariam as relações sociais. É que, ao se adquirir forças novas de produção, o homem também modifica os modos de produção e, consequentemente, as relações sociais e as formas de se ganhar a vida.
O materialismo histórico também serve para explicar as relações desenvolvidas entre os sujeitos. No feudalismo, por exemplo, os senhores estariam oprimindo os servos. Já no capitalismo, a burguesia estaria explorando a classe operária. A teoria da evolução histórica do pensamento marxista foi fundamental para a instauração de alguns regimes comunistas que pregavam a “Revolução” das classes operárias contra os burgueses capitalistas.
h2>Primeiras aparições do materialismo histórico
O termo materialismo foi usado por Gottfried Leibniz no ano de 1702. Já em 1748, o médico francês e filósofo, La Mettrie, reivindicou o termo. No entanto, a concepção da ideia do materialismo remete à época dos estoicos, como Leucipo, Epicuro, Lucrécio e Demócrito.
A fundamentação do materialismo histórico parte da observação da realidade através da análise das superestruturas e estruturas que envolvem os modos de produção. Em outras palavras, isso quer dizer que a história que envolve as sociedades está intimamente relacionada às raízes do mundo material. Sendo assim, históricos também são os modos de produção e é por isso que interpretá-los é uma forma ainda de se entender as relações sociais que envolvem os diversos grupos humanos. Dessa maneira, os modos de produção servem também para dar continuidade à espécie ou apenas aprimorar o desenvolvimento.
Segundo as concepções feitas por Marx, a estrutura de uma sociedade vai depender do jeito como os homens ordenam a produção coletiva de bens. Dois fatores essenciais estariam presentes na produção social de bens. Seriam esses as relações de produção e as forças produtivas. As condições materiais existentes em toda a produção receberiam o nome de forças produtivas. São elas as matérias-primas, as técnicas de trabalho, os instrumentos e até mesmo os trabalhadores. Por essa lógica, quanto mais aperfeiçoada for a divisão de trabalho, em maior grau de desenvolvimento encontram-se as forças produtivas.
Já as formas nas quais os homens se ordenam para pôr em prática a atividade produtiva se denominaria relações de produção. Assim, os elementos que participam no processo de trabalho são distribuídos e apropriados de maneiras diversas. É por isso que as relações de produção às vezes são escravistas, como mostra a história brasileira dos séculos XVI ao XIX; cooperativistas, pelas quais os homens se organizam em mutirão; servis, como aconteceu com a Europa no período feudalista e relações capitalistas, aprimorada na Idade Moderna e vivida por grande parte das sociedades atualmente.
As relações de produção e as forças produtivas seriam condições históricas e naturais relacionadas à atividade produtiva. O jeito pelo qual as duas coisas existem e se reproduzem na sociedade é denominado por aquilo que Marx chamou de modos de produção. É por isso que, para o filósofo, estudar os modos de compreensão é também uma forma importante de se compreender a sociedade.
De acordo com Marx, se um determinado modo de produção e as forças produtivas envolvidas estiverem inadequadas, ocorreria a sua sucessão.