Pirâmide de Miquerinos

História,

Pirâmide de Miquerinos

Miquerinos governou pouco tempo e não teve tempo para finalizar um monumento bastante primoroso como o de seu pai. A maioria do trabalho foi terminado as presas, utilizou-se material de condição inferior e até mesmo certas partes ficaram inacabadas. Era normal que herdeiros de um faraó, fossem seus filhos ou não, acabassem a obra de seu antepassado. Dessa forma, os especialistas presumem que Shepseskaf, herdeiro e filho de Miquerinos, tenha concluído uma parte das edificações de tijolos do conjunto piramidal e um registro achado no templo fúnebre comprova isso.

Os lados da sustentação dessa construção medem 108,66 metros, totalizando uma área de 11.807 m², ao mesmo tempo em que sua altura era, a principio, de 66,44 metros, sendo que atualmente essa grandeza diminuiu para 62,18 metros. As 16 repartições que ficam na parte de baixo da pirâmide são cobertas de granito vermelho, polido em algumas e em condição bruta nas outras, e as restantes de pedra calcária polida. Os egípcios antigos a nomearam de Neter Men-kau-Re, sacro é Miquerinos, ou Neteret, a sacra.

Miquerinos

As galerias da pirâmide parecem evidenciar que existiu uma mudança de planos no decorrer de sua construção. No começou abriu-se um correto procedente por meio da rocha, o qual conduzia até uma câmara mortuária com formato retangular. Ao se optar por um novo planejamento, o piso dessa câmara foi escavado e um segundo corredor foi escavado por debaixo do primeiro. Esse último é coberto por granito até o lugar em que adentra ao substrato de rocha.

No lugar onde começa seu setor horizontal, ele é alongado, produzindo uma antecâmara que possui as paredes de pedra enfeitadas com painéis feitos em relevo. Impedindo o caminho da antecâmara para a câmara mortuária há três portas moveis de granito, onde se ajustam em canaletas verticais gravadas nas paredes. Acredita-se que essas portas eram descidas através de cordas que corriam em cima de cilindros de madeira presos no alto de cada canaleta.

Perante todo esse complexo há ainda outras duas câmaras e uma inclinação que as liga partindo em descida no meio do piso da câmara mortuária principal e acabando em uma pequena passagem horizontal. A primeira dessas câmaras está localizada a direita da passagem, chegando a ela por um lance de escada. É um lugar retangular com quatro quartos fundos no seu lado leste e dois no lado norte, tudo afundado em rocha.

Os arqueólogos atestam que os primeiros quatro quartos eram destinados a guardas as quatro vísceras do faraó, nos seus correspondentes vasos, ao mesmo tempo em que o resto era destinado a guardar as coroas reais.

A segunda câmara está localizada na outra ponta da passagem horizontal e tinha o propósito de ficar no lugar da câmara mortuária principal. As suas paredes, piso e teto são completamente de granito, sendo que o teto é arredondado, produzindo um tipo de abóbada.

Os suportes do templo eram de pedra, porém sua armação era quase que completamente de tijolo cru. A calçada que a ligava ao templo mortuário era constituída por um aterro de pedra, perante o qual se ergueu um corredor de tijolos recoberto, tanto interna quanto externamente, de argamassa branca e envolvido com vigas de madeira.

No templo mortuário os suportes e a parte de dentro de algumas paredes eram de pedra calcária. Em certos trechos há pisos de granito e paredes cobertas do mesmo material, porém a grande parte da construção foi finalizada somente com tijolo cru.

Os arqueólogos acharam, ao perfurarem os templos mortuário e do vale, uma grande quantidade de estatuetas e estátua, a grande parte das quais reproduzia o faraó Miquerinos isolado ou como integrante de um grupo. No templo do vale, por exemplo, foram achados quatro encantadores conjuntos moldados em ardósia, simbolizando o rei, a deusa Hátor e uma deusa defensora de um dos nomos em que se separava o país.

Acha-se que a ideia era de formar 22 conjuntos parecidos, um para cada nomo presente, exibindo o rei do lado de cada uma das deusas e deuses defensores do correspondente nomo, o que não chegou, eventualmente, a ser feito. Outras obras de arte achadas foram uma escultura de ardósia simbolizando o faraó e a rainha dominante, Khamerernebty II, e 15 esculturas incompletas do rei.

Ao sul da construção estão alinhadas três pirâmides subsidiárias que, ao que tudo aponta, nunca foram acabadas. A maior, e cuja produção mais prosperou, é coberta parcialmente de granito. As outras duas não foram até o estágio do acabamento. Perto do lado leste de cada uma delas existe um minúsculo templo funerário. Construídos com tijolo, possivelmente foram levantados por Shepseskaf depois da morte de seu pai.

É desconhecido por completo a quem se designou a terceira pirâmide.