Queda da Bastilha e o fim do regime absolutista

História,

Queda da Bastilha e o fim do regime absolutista

Um dos momentos mais importantes para a história da França e de toda a humanidade foi a famosa Queda da Bastilha, em 14 de julho de 1789. Esse evento foi o que deu início oficial à Revolução Francesa, que pôs fim aos Regimes Absolutistas, abrindo espaço para a instauração de sistemas políticos mais democráticos, pelo menos na maior parte do mundo.

Agora você vai entender tudo sobre a Queda da Bastilha e sobre o fim dos Regimes Absolutistas.

O que foram os Regimes Absolutistas?

Antes de estudar o fim de algo, é mais coerente revisar o seu conceito, para compreender os motivos que levaram à decadência. Pois bem, os Regimes Absolutistas representaram o sistema político que vigorou na Europa a partir do final da Idade Média, entre os séculos XVI e XVIII, época que ficou conhecida também como Antigo Regime.

Queda da Bastilha

As principais características do Absolutismo eram as seguintes:

• Poder político centralizado nas mãos do rei;
• Uso de violência para reprimir quem fosse contrário ao monarca;
• O rei interferia em todos os assuntos, como economia e religião;
• O rei criava leis sem consultar ninguém, inclusive novos impostos;
• População mais pobre era a que mais pagava tributos;

Esse tipo de regime teve total apoio da burguesia comercial da época, que estava em seu ápice. Aos burgueses, era interessante que o monarca fosse poderoso o bastante para organizar a sociedade, por isso, prestavam seu apoio político e econômico. Em troca disso, os reis desenvolveram sistemas administrativos eficientes, adotando medidas como a unificação da moeda, por exemplo, para diminuir a prática do escambo.

A economia no período do Absolutismo era baseada no mercantilismo, que, em seus princípios, incluía: quanto mais metais preciosos um reino acumula, mais poderoso ele é; Protecionismo Alfandegário; Balança Comercial Favorável e outros.

Como ocorreu a Queda da Bastilha?

O Absolutismo fez com que a França chegasse a um ponto de extrema injustiça social. O país era dividido em “estados”, sendo que o Terceiro Estado era composto pelos camponeses, trabalhadores urbanos e uma pequena burguesia comercial. Era apenas essa camada da sociedade que arcava com os impostos, para sustentar os luxos e exageros da nobreza.

O clero estava no topo da pirâmide social francesa, sendo assim, não paga os impostos. Logo em seguida, vinha a nobreza, que incluía o rei e toda a sua família, condes, duques, marqueses e outros, que como já foi dito, viviam com muito luxo. Banquetes eram rotina entre os nobres, enquanto boa parte da população passava por sérias privações.

Os trabalhadores franceses, nessa época do Absolutismo, tinham condições de vida miseráveis, trabalhavam exageradamente para pagar as altas taxas tributárias e mal sobrava dinheiro para as suas próprias despesas. Sendo assim, desejavam veementemente melhores condições de trabalho e mais qualidade de vida.

Os burgueses, que eram mais poderosos no início do Regime Absolutista, no século XVIII estavam ávidos por mais participação política, embora suas condições fossem melhores do que a dos trabalhadores. Além disso, a burguesia também desejava contar com mais liberdade econômica para poder realizar todos os seus negócios.

E, em meio a todo esse contexto, havia a famosa Bastilha, que nada mais era do que uma prisão política da monarquia. Todos aqueles que se manifestassem em alguma medida contra as vontades do rei, eram levados para lá ou até condenados à morte, em alguns casos. Perceba que a Bastilha acabava sendo mais do que uma simples construção erguida em 1370, mas um símbolo da situação conturbada pela qual a França estava passando.

A insatisfação popular chegou a um nível tão alto, que trabalhadores e burgueses foram para as ruas no dia 14 de julho de 1789, com o objetivo de tirar o então rei Luís XVI do poder. O primeiro alvo desses revolucionários foi justamente a Bastilha, que, no momento da tomada, tinha apenas sete presos. A ideia de ocupar a prisão política tinha dois objetivos:

• Simbólico: atacar um dos grandes ícones do Absolutismo;
• Prático: tomar as armas que havia dentro da prisão.

O lema da população que resolveu lutar pelo fim do Regime Absolutismo era: “Igualdade, Liberdade e Fraternidade”, três palavras que resumiam os seus principais anseios. Os revolucionários agiram com intensidade e violência, o que fez com que boa parte da nobreza fugisse da França para outros países. A família real tentou seguir por esse mesmo caminho, no entanto, durante a tentativa de fuga, foi capturada pelos revolucionários.

O rei Luís XVI e a esposa Maria Antonieta foram guilhotinados em 1793.

Em agosto em 1789, houve uma Assembleia Constituinte que promulgou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que propunha mais participação política popular e direitos iguais aos cidadãos.

Após a revolução, o terceiro estado começa a se dividir em partidos, com ideais distintos: girondinos (alta burguesia) e jacobinos (baixa burguesia). Depois de muitos confrontos, os girondinos assumiram o poder em 1795, instituindo um governo burguês na França.