Resumo da Idade Moderna: O absolutismo inglês
No governo de Henrique VIII, o estado absolutista inglês ganhou forma, quando este decretou o Ato de Supremacia, tornando oficial o anglicanismo. Ao assumir o cargo de chefe dessa nova igreja. Henrique VIII acabou confiscando as propriedades que anteriormente pertenciam ao clero católico, reforçando assim o seu poderio econômico e a sua autoridade.
Depois de um violento e curto intervalo, na qual o catolicismo foi restaurado no reino, o anglicanismo foi oficializado novamente no governo de Elizabeth I, que colocou em prática uma agressiva política mercantilista, com a exploração de colônias na América e a construção de uma frota poderosa.
Elizabeth I não deixou herdeiros e seu sucessor Jaime I, iniciou a dinastia Stuart, que acabou unificando os dois reinos. Nesse mesmo período, uma importante transformação da economia que havia começado no fim da Idade Média estava em andamento: era o processo de cercamento de terras agrícolas. Essas eram propriedades antigas que eram autossuficientes, que produziam variados itens que passaram a se especializar na produção de um único produto voltado para comercialização no mercado. Por razões comerciais, o caso mais comum era a criação de ovelhas para a extração de lã, matéria-prima para as rentáveis manufaturas têxteis e, em menor escala, plantações de trigo.
Assim, terras que até então eram usadas de maneira coletiva pela população rural, passavam agora a ser exploradas em benefício de um proprietário único, um nobre, empregando reduzida mão de obra nas terras tomadas e posteriormente cercadas.
Na Inglaterra, por causa da concentração de riquezas decorrente do processo de cercamentos, grande parte da aristocracia, acabou se aburguesando, sobrepondo-se ao rei. Vale ressaltar que o absolutismo inglês possuía bases legais que eram extremamente frágeis, na medida em que a Magna Carta acabava por limitar o poder do rei, colocando-o a reboque das elites inglesas do Parlamento.
Assim, os Stuart buscaram acentuar os aspectos católicos do anglicanismo, uma mistura de calvinismo e catolicismo. Alguns burgueses, ao defenderem os aspectos calvinistas da doutrina anglicana passaram a questionar o poder real, formando o grupo dos puritanos.
No governo de Carlos I, uma guerra civil foi desencadeada na Inglaterra, por conta dos diversos desentendimentos que vinham acontecendo. Essa guerra acabou se caracterizando como uma verdadeira revolução da burguesia. De um lado estavam os cabeças redondas, que eram os partidários do parlamento e de outro, os cavaleiros, os partidários do rei.
As tropas do parlamento eram lideradas por Oliver Cromwell, um membro da Câmara dos Comuns que se destacava entre os demais, e conseguiram obter diversas vitórias, o que levou à queda do rei, que posteriormente foi condenado à morte por decapitação. Detendo de poder em suas mãos, Oliver Cromwell proclamou a República e passou a ter poderes de ditadores que eram garantidos pelo exército. O ditador chegou a invadir o Parlamento e dispersou os membros que eram opositores ao seu centralismo, recebendo o título vitalício de Lorde Protetor da Inglaterra, da Escócia e da Irlanda.
Mais tarde, Cromwell decretou os Atos de Navegação, um conjunto de leis que protegia os comerciantes ingleses e ainda acabava estimulando a construção naval, com o objetivo de enfrentar a poderosa concorrência holandesa.
No ano de 1658, Oliver Cromwell morreu e o país então passou por um enorme período de instabilidade. A monarquia Stuart foi restaurada. Mas, em 1688, a Revolução Gloriosa teve início.
Stuart Jaime II, rei, foi afastado e a burguesia acabou por colocar no poder um novo monarca, o protestante Guilherme de Orange, que era casado com uma das filhas do monarca deposto. Este, recebeu o título de Guilherme III e só recebeu o trono quando concordou em assinar a Declaração de Direito, por meio da qual abdicava, em seu nome e também no nome de seus sucessores, de tentar submeter o Parlamento.
Dessa maneira, os fundamentos da monarquia constitucional inglesa foram garantidos. Além disso, foi firmado um acordo com a liberdade de imprensa, a autonomia do judiciário e a proteção à propriedade particular. Definiu-se ainda que novas taxações seriam aprovadas pelo Parlamento e que haveria liberdade religiosa a todos os protestantes.
O absolutismo nos demais países europeus
Criado no século XVI, o estado prussiano, acabou por anexar terras da igreja, em meio à reforma luterana. A Prússia converteu-se no maior dos estados alemães em meio às ruínas do Sacro Império.
O Império Austríaco também surgiu como derivação do Sacro Império, projetando-se para leste, em direção aos Balcãs e a territórios conquistados aos turcos-otomanos. Na Rússia, o germe da instalação de governos absolutistas pode ser rastreado a partir da Baixa Idade Média, quando o Grão-Ducado de Moscou passou por larga ampliação do território. Mas foi Ivan, o grande, quem se proclamou como czar, ou seja, imperador de toda a Rússia, fazendo com que seus domínios se estendessem do oceano Glacial Ártico aos montes urais. Mais tarde, a contínua expansão do império foi seguida do processo de europeização do país, ou seja, de integração com o Ocidente, sob o czar Pedro, o grande. Foi em seu governo que se ergueu a cidade de São Petersburgo, localizada às margens do mar Báltico, e ainda hoje considerado um dos maiores núcleos.