Revoluções entre 1770 e 1820

História,

Revoluções entre 1770 e 1820

Revoluções entre 1770 e 1820

O período entre 1770 e 1822 foi marcado por uma série de conflitos, sobretudo na América, ainda colônia britânica, e na Europa. Essas revoluções tiveram reflexos que podem ser observados até hoje em termos ideológicos e sociais. Para saber mais sobre o assunto, leia a seguir sobre os principais embates que ocorreram na época.

revoluçoes-entre-1770-e-1820

A Guerra de Independência dos Estados Unidos

Cronologicamente, destacamos primeiro a Guerra de Independência dos Estados Unidos (1775 – 1783). O movimento começou ainda em 1754, com uma tentativa de unificar o território chamado de Treze Colônias. A proposta, feita por Benjamin Franklin no Congresso de Albany, foi negada pelo Rei George II da Inglaterra e também pelos próprios representantes das colônias. No entanto, a sugestão já demonstrava um certo descontentamento de setores da sociedade com o comando monárquico. Ainda entre 1730 e 1740 surgiu uma organização protestante batizada de O Grande Despertar, que consegui juntar lideranças religiosas das treze localidades. Essa ação foi um passo inicial para a unificação definitiva das regiões décadas mais adiante.

Cabe salientar que, de 1754 a 1763, os franceses e britânicos que moravam na colônia foram afetados pela disputa por territórios da França com a Inglaterra, o que culminou na Guerra Franco-Indígena. Formaram-se aí alianças entre britânicos e colonos americanos contra os franceses, transformando de modo significativo a identidade cultural das localidades. No fim, os franceses foram derrotados, porém os americanos ficaram descontentes por não terem ganhado nada em troca pelo apoio aos ingleses. Em adição, a Inglaterra contraiu altas dívidas e o povo questionou se as colônias da América compensavam o empreendimento. Surgiu ali uma conjuntura que enfraqueceu os laços entre Inglaterra e os territórios conquistados no continente americano.

• Pode-se considerar a Guerra de Independência dos Estados Unidos a primeira entre das grandes revoluções entre 1770 e 1820;
• A Independência dos Estados Unidos foi declarada em 4 de julho de 1776, mas a ideia de unir as 13 Colônias vem de 1730;

A Revolução Francesa e demais revoltas entre 1770 e 1820

Muito provavelmente a mais relevante das revoluções entre 1770 e 1822, a Revolução Francesa deu-se de 1789 a 1799. Foi um momento de enorme turbulência tanto para as instituições políticas quanto sociais na França. Na sequência, pode-se sentir o impacto da revolta em várias outras nações do continente europeu.

No princípio, a Revolução Francesa era uma resposta ao modelo de governo monárquico absolutista vigente até então. O sistema fora implementado no país séculos antes e estava entrando enfim em evidente colapso nos três anos que antecederam o processo.

A série de acontecimentos foi resultado de mudanças nas camadas da sociedade francesa. Tais transformações foram possíveis por causa da mobilização da esquerda radical que se alinhou com o povo que vivia no campo e na cidade. Após os ataques, os setores mais poderosos como o clero, os aristocratas e senhores feudais perderam boa parte dos privilégios. Impôs-se preceitos reproduzidos inclusive atualmente de “liberdade, igualdade e fraternidade”. Ou seja, as doutrinas tradicionais da Igreja Católica, dos reis e da aristocracia perderam espaço.

Ela é vista como um marco a partir do qual determina-se o início da Idade Contemporânea. Os ideais da Revolução Francesa também ecoaram em muitos outros eventos, como na nossa Inconfidência Mineira (1789).

• A Revolução Francesa teve papel fundamental em outras revoltas, até no Brasil;
• Seu lema “liberdade, igualdade e fraternidade” é citado até hoje;
• A batalha alterou as estruturas sociais e políticas na França.

Por sua vez, as chamadas Guerras de Independência na América Espanhola começaram em 1808 e se prolongaram até 1829. O ínterim foi marcado por distintos embates entre as colônias na América-Latina e o Império da Espanha cuja intenção era alcançar a independência. Houve uma organização de juntas no México e em Montevidéu, no Uruguai, para reagir em relação à Guerra Peninsular em 1808. Essa guerra teve envolvimento de Espanha e França em batalha com Portugal, Reino Unido, Grã-Bretanha e Irlanda. É possível observar o efeito do enfrentamento em questão no processo de independência nas colônias da América do Sul e Central.

Resume-se assim que as Guerras de Independência na América Espanhola possuíam caráter libertário, tendo alcance civil e internacional.

Na reta final das revoluções entre 1770 e 1822 está a Revolução do Porto (1820), referida pelos historiadores ainda como Revolução Liberal do Porto. Apesar da nomenclatura, o movimento logo saiu da sua cidade de origem e se alastrou por Portugal. De sua reivindicação inicial até a popularização e estabelecimento na capital portuguesa, a revolução contou com a adesão dos militares, da Igreja, dos nobres e da burguesia.

Mesmo que o conflito tenha se passado em terras europeias, o seu contexto está fortemente inserido em episódios da história do Brasil colonial. Um exemplo claro disso é a fuga da Corte de Portugal para cá em 1808, portanto, só 12 anos antes do enfrentamento.