Escritores do Romantismo: Autores brasileiros românticos

Literatura,

Escritores do Romantismo: Autores brasileiros românticos

Gonçalves de Magalhães (1811 – 1882)

Considerado como o fundador do Romantismo no Brasil, Gonçalves de Magalhães publicou em 1836 Suspiros poéticos e saudades, nosso primeiro livro de poemas românticos, liderando o grupo que lança a revista Niterói – Revista Brasiliense.

Poeta reconhecidamente medíocre, seu livro A confederação dos tamoios, de 1856, foi duramente criticado na época por José de Alencar. Mas, de qualquer forma, fez teatro de maneira razoável. Com João Caetano e Martins Pena, Gonçalves de Magalhães foi um dos introdutores do teatro de cunho nacional. Escreveu crítica literária, ensaios, poesia indianista e patriótica.

Autores brasileiros românticos

Gonçalves Dias (1823 – 1864)

Gonçalves Dias é considerado o pai da poesia romântica no Brasil. Filho de comerciantes português João Manuel Dias e da cafusa Vicência Mendes Ferreira, o poeta veio ao mundo no dia 10 de agosto do ano de 1823, no munícipio de Caxias (MA), no sítio Boa Vista, local onde os pais se refugiavam. Seu pai era um português resistente e insatisfeito lutador contra a proclamação da Independência.

Procurado pelos nacionalistas, mal nasce o filho, e João Manuel Dias foge para Portugal e deixa a esposa e a criança em meio à absoluta miséria por dois anos. Retorna ao Brasil no ano de 1825, mas quatro anos depois, abandona a mulher e se casa com dona Adelaide de Ramos. O pequeno Antônio passa a morar com o pai e com a madrasta, sendo criado por ela.

Com seis anos e meio, no ano de 1830, é matriculado na escola do mestre José Joaquim de Abreu, em Caxias, destacando-se rapidamente pelo fato de ter esplêndida memória e inteligência superior. No ano seguinte, deixa a escola e passa a ter aulas em casa. Aos dez anos, inicia o trabalho no armazém de seu pai, e nessa ocasião já passa a demonstrar pendores de bom leitor, amor à literatura. É possível fazer essa afirmação porque é extensamente conhecido o fato de que ele lia para os viajantes e deliciava-se com os relatos que estes lhe faziam.

Em 1835, foi matriculado em uma escola particular de São Luís, onde estuda Filosofia, Latim, Francês e Grego. Em 1837, quando se preparava para ir a Coimbra para fazer faculdade, seu pai adoece e morre. De volta a Caxias, procura uma solução. No ano seguinte, a madrasta o envia para estudar no Colégio das Artes, em Portugal. Lá, ele passa a ter contato com a Literatura Clássica, que era uma matéria obrigatória. Neste período, Gonçalves Dias já tinha quinze anos e nutria uma paixão pela leitura. Ao mesmo tempo em que cursava o colégio, tinha aulas particulares de retórica, matemática, filosofia e grego.

No ano de 1840, ele retorna ao Brasil a pedido de sua madrasta, que estava passando por dificuldades financeiras. Gonçalves Dias, ajudado por amigos, permanece em Portugal, e começa a cursar a universidade e passa por diversos problemas financeiros. Em contrapartida, cresce intelectualmente. Escreve Primeiros Cantos (1847) e Segundos Cantos e o drama Patkull.

Depois de concluir os estudos, no ano de 1845, volta ao Maranhão e no ano seguinte, muda-se para o Rio de Janeiro. Como teantrólogo, encontrou muita resistência para encenar suas peças.

Em 1847, começa a carreira brilhante do poeta romântico, com a publicação de Primeiros cantos, recebendo um grande e vasto elogio de Alexandre Herculano na Revista universal lisbonense. Assim, o público descobre seus versos sensíveis. Nessa época, um poema especial é colocado em destaque: Canção do Exílio.

Foi um funcionário do Instituto Histórico Brasileiro, oficial da Secretaria dos Negócios Estrangeiros, chefe de seção de Etnografia, professor do Colégio D. Pedro II, nas disciplinas de Latim e História, além de ter sido colaborador em vários jornais cariocas, como Correio da tarde, Correio mercantil e Jornal do comércio, onde fez crônica, crítica literária e folhetins teatrais. Foi ainda, redator da Revista Guanabara.

Aos 28 anos, apaixonou-se por Ana Amélia do Vale, mas a família dela o rejeitou. Em 1852, casou-se com Olímpia Coriolana da Costa, num casamento insipido.

No ano de 1864, foi o único passageiro a morrer no naufrágio do navio Ville de Boulogne, nas costas do Maranhão. A saudade, o patriotismo, o indianismo, as perdas pessoais, o distanciamento do ser amado, o nativismo, a melancolia, são alguns de seus temas mais desenvolvidos. É considerado o mais importante poeta de sua geração. Mas, a principal característica da obra de Gonçalves Dias é o ritmo marcial.

Todos os temas heroicos do poeta têm uma marca registrada, uma espécie de melodia obtida a partir de um ritmo marcado, muito compassado, cadenciado e semelhante a uma marcha bem marcada e de ritmo constante. Não importa se os versos tenham cinco, sete, nove ou dez sílabas métricas.

A poesia gonçalviana pode ser dividida em duas vertentes. A primeira é a lírica-amorosa, composta de poemas dedicados à pátria, a Ana Amélia do Vale e ao amor. Os temas são de saudade, sofrimento, desespero e perdas.

Os poemas indianistas são outra vertente das outras de Gonçalves Dias. São poemas dirigidos a heróis indígenas, em substituição ao medievalismo europeu.