História de Basílio da Gama e Características da Obra “O Uruguai”

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História de Basílio da Gama e Características da Obra “O Uruguai”

Basílio da Gama para os mais íntimos. Termindo Sipílio para a grande massa. Esta é a definição pura e simples do grande poeta luso-brasileiro, nascido em 8 de abril de 1741, na cidade de São José do Rio das Mortes, atualmente conhecida por Tiradentes, e morto 54 anos depois, em 31 de julho de 1795, em Lisboa, em Portugal. Escrevendo a partir do pseudônimo “Termindo Sipílio”, Basílio da Gama se notabilizou a partir de “O Uruguai”, poema épico, escrito em 1769. Além disso, é patrono da quarta cadeira da Academia Brasileira de Letras.

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Poeta vindo de uma família tradicional. Este era o cenário de Basílio da Gama, filho de um grande capitão daquilo que ficou conhecido como Novo Descobrimento. Também neto de um esplendoroso oficial do exército, o que só comprova que o berço familiar do poeta era um dos mais bem construídos da época.

O poeta Basílio da Gama, logo, teve que aprender a caminhar com os próprios passos. Em 1757, perdeu o seu pai e, dois anos depois, ficou sem ter onde estudar, pois o seu local de estudo foi fechado pelo primeiro Conde de Bobadela, que tinha por objetivo fomentar o movimento de perseguição orquestrada pela Corte de Portugal e direcionada à Companhia de Jesus.

No entanto, Basílio da Gama, então com apenas 18 de idade, já tinha a personalidade forte e o apreço pelos seus princípios, fatores que contribuíram para a sua decisão de seguir para a cidade de Roma, numa busca incessante pela ajuda da igreja católica.

Depois de uma longa viagem e de uma forte obstinação, Basílio da Gama conseguiu a aprovação da Arcádia Romana, sociedade literal italiana, graças à ajuda do também poeta, Michel Giuseppe Morei. É a partir deste momento que Basílio da Gama incorpora o pseudônimo Termindo Sipílio e, a partir da acolhida, que se percebe que o poeta luso-brasileiro possuía grande força nos bastidores, através do fato de ser aceito numa das academias literais mais poderosas do mundo. Basílio da Gama teria sido recomendado pelo clero jesuítico português.

Anos depois, depois de uma nova passagem pelo Brasil, o poeta dirige-se a Portugal, onde é preso na cidade de Lisboa, acusado de estimular a simpatia sobre os jesuítas. Em troca de sua liberdade, trama um acordo e atesta aos militares que viverá em Angola, escapando, desta forma, do exílio político.

Para conseguir fechar o acordo com os portugueses, Basílio fora obrigado a escrever um epitalâmio dedicado à filha de Sebastião José de Carvalho e Melo, marquês de Pombal, de Portugal. Neste mesmo período, publica um poema, que viria a se tornar uma verdadeira obra-prima, pouco tempo depois, e intitulado “O Uruguai”.

“O Uruguai” era oferecido a Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão do Marquês de Pombal. O poema tinha por objetivo agradar os homens fortes do país português, enraizados naquela época.

Através deste poema, Basílio da Gama acabou criando laços evidentes de compaixão com os grandes poderosos, galgando, desta forma, o cargo de secretário e oficial administrativo do país. A relação, absolutamente estreitada com o Pombal, no entanto, acabou criando dificuldades para o poeta em tempos posteriores, refletido no declínio político de seu protetor.

Desta forma, Basílio da Gama passou a conviver com seguidas perseguições políticas das pessoas que sucediam o Marquês de Pombal no poder. Diante de um cenário totalmente desfavorável, o poeta se viu obrigado a se mover de maneira constante entre a Corte e a Colônia Brasileira, a fim de se esconder das sucessivas arbitrariedades impostas a ele.

Depois de certo tempo, Basílio da Gama não suportou todo o negativismo repassado a sua imagem. Acabou falecendo em Lisboa, Portugal, na fatídica data de 31 de julho de 1795, tendo sido sepultado na Igreja da Boa Hora, e deixando um legado de heroísmo que se perpetua por todas as gerações.

O Uruguai

Confira algumas das características da obra “O Uruguai”, poema que faz que Basílio da Gama seja notabilizado por toda a eternidade.

•Tinha o intuito de agradar os homens fortes da política de Portugal. Em especial, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão do Marquês de Pombal.

•Exalta os nobres guerreiros de Portugal.

•O povo Guarani é tratado de maneira esplêndida pelas linhas de Basílio da Gama.

•Os jesuítas são taxados como os grandes vilões na obra de Basílio da Gama, por se mostrarem contrários a política realizada na época e por enganarem os indígenas das formas mais distintas possíveis.

•Em suma, representa, em forma de romance, a batalha travada entre índios, jesuítas e europeus (portugueses e espanhóis) no Rio Grande do Sul.

Outras obras

•Caramuru (Poesia) – 1781
•A Declamação Trágica – (Poesia) – 1776
•Epitalâmio às Núpcias da Senhora Maria Amália – (Poesia) – 1769
•Os Campos Elísios – (Poesia) – 1776
•Quitúbia – (Poesia) – 1791