Humanismo: Contexto Histórico e Poesia Palaciana

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Humanismo: Contexto Histórico e Poesia Palaciana

Em primeiro plano, você já sabe o que é o humanismo e quais são as características que mais marcaram essa época? O Humanismo é caracterizado como um período que demarca a produção literária que começou no finalzinho da Idade Média e teve o seu final durante o começo da Idade Moderna. Sendo assim, esse período literário ocorreu entre o final do século XV e início do século XVI. O período do humanismo, por sua vez, compreende principalmente sobre a poesia palaciana, na qual falaremos neste artigo.

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Contexto Histórico

Já no finalzinho da época da Idade Média, o continente europeu como um todo começou a passar por grandes e intensas transformações. A imprensa e os meios de comunicação, por sua vez, começaram a se aperfeiçoar, aumentando cada vez mais os seus métodos para a divulgação de periódicos e livros. Por outro lado, a Europa também se expandia no que diz respeito à Marinha, o que foi possível graças aos feitos da construção naval e a própria invenção da bússola, o que marcou o crescimento do comércio.

É nesse momento que surge o mercantilismo, que nada mais é do que o período em que a economia substancial, com foco na agricultura, começa a ser substituída pelas atividades de caráter, existencialmente, comerciais.

As cidades de porto começam a crescer de forma potencial e os camponeses são atraídos para as mesmas. A diversidade de profissões também cresce: são artesãos e profissionais de todas as áreas espalhados pelas cidades europeias.

Nas pequenas cidades surge um novo modelo de classe social, chamada de burguesia. Os burgueses, por sua vez, eram os mercadores, artesãos e comerciantes que, de pouco em pouco, começaram a desafiar e a encarar o poder quase inabalável dos nobres da época.

Nesse momento, toda a estrutura medieval, que tinha uma hierarquia de nobres, clero e, por fim, o povo, começou a se abalar. Os medievais, que estavam ainda presos aos senhores feudais e ao feudo de uma forma geral, começam a mudar a sua forma de pensar. É em frente a esses progressos que se torna possível entender que estava surgindo, naquele momento, uma força capaz de transformar o universo e mudar os próprios destinos dos indivíduos.

O homem começa a descobrir a si mesmo e não tarda para que ele perceba que é o único que pode guiar o seu próprio destino. É assim que surgem os humanistas, que nada mais são os homens que valorizam muito mais o saber: a difusão de pensamentos e ideias, a atenção para a imprensa, o consumo desenfreado de obras e livros e a atenção para os antigos gregos e outros estudos de grande importância histórica. Esses homens são em geral artistas, homens religiosos e professores, que acreditam que os direitos e demais valores dos homens deveriam ser maiores do que a própria hierarquia da sociedade.

A poesia Palaciana

É, então, durante o humanismo, que os homens começam a abrir os seus olhos para as produções de caráter literário. Certamente um dos movimentos do humanismo que mais se destacou durante a época foi o movimento das poesias palacianas.

A poesia Palaciana, como o seu próprio nome já nos dá uma dica, nada mais é do que a poesia que era desenvolvida no próprio ambiente dos palácios. Os textos eram escritos pelos nobres e destinavam-se à corte. Diferentemente dos códices e manuscritos anteriores a essa época, a produção poética dessa fase era recolhida no Cancioneiro Geral por Garcia Resende, sendo ela composta por mais de 800 diferentes composições, impressas no ano de 1516.

A poesia Palaciana possui uma série de características únicas. Uma delas é a separação marcada do texto com a música. A produção literária dessa época tinha como intenção a leitura. Assim, a sua linguagem era própria pela expressividade e pelo ritmo em que deveria ser lida. É por conta desse fato que começa a surgir a própria figura poética, a princípio, com um caráter um tanto quanto pejorativo.

Por outro lado, outra característica do humanismo é a utilização marada dos redondilhos, que podem ser tanto menores, com versos que eram compostos por cinco sílabas poéticas, ou então pelos redondilhos maiores, formados por sete dessas sílabas.

A temática também começa a mudar no período da poesia Palaciana, e se torna muito mais variada. Agora, podemos encontrar composições voltadas para a região, outras didáticas para as crianças, heroicas, satíricas, líricas, entre outras.

O lirismo, por sua vez, ganha uma diferente conotação durante essa época da história, voltada para uma mulher que, no caso, é inatingível e já não tão idealizada como no período do trovadorismo. No caso, o amor começa a ser tratado de uma forma muito mais sensual. A visão do mundo, da vida no palácio e dos nobres e dos fidalgos, também, passa a ser reproduzida nessa época, por meio dessas produções com caráter poético.