Literatura Atual: João Ubaldo Ribeiro, João Antônio e Carlos Heitor Cony

Literatura,

Literatura Atual: João Ubaldo Ribeiro, João Antônio e Carlos Heitor Cony

Literatura Atual

João Ubaldo Ribeiro

João Ubaldo Ribeiro (1941-2014) é um dos mais premiados autores brasileiros. Jornalista, tradutor, cronista, professor e romancista, foi o titular da cadeira nº 34 da Academia Brasileira de Letras.

Entre as principais condecorações que recebeu, em 2008 foi agraciado com o Prêmio Camões, criado em parceria pelos governos de Brasil e Portugal para premiar autores que tenham contribuído de forma relevante para a composição do patrimônio cultural e literário relacionado à língua portuguesa.

As obras de maior sucesso desse baiano, de Itaparica, são: “Sargento Getúlio”, “Viva o Povo Brasileiro” e o “Sorriso do Lagarto”.
Formou-se em Direito, em 1962, pela Universidade Federal da Bahia, onde também cursou pós-graduação em Administração. Fez mestrado em Administração Pública na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

Entre romances, livros de contos e crônicas, publicou mais de vinte obras, com temática diversificada, mas sempre focada em retratar aspectos da formação e da configuração social brasileira, numa abordagem que envolve naturalismo, realismo e realismo fantástico.

João Antônio

João Antônio Ferreira Filho, ou simplesmente João Antônio (1927-1996), é um personagem único na literatura brasileira. Antes de ingressar na atividade jornalística, em que teve participação na fundação da revista “Realidade”, onde escreveu o conto reportagem “Um dia no cais”, já publicara “Malagueta, Perus e Bacanaço”, um sucesso de público e crítica, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti de melhor livro de contos e autor revelação.

Além da “Realidade”, atuou, também, na revista “Manchete” e no “O Pasquim”. Em sua obra, debruçou-se sobre a crítica social, já fortemente presente em “Malagueta, Perus e Bacanaço”, que lida com personagens marginais da cena urbana. Essa foi a temática de toda a sua trajetória literária.

Um traço importante da carreira literária desse autor paulista, que morreu no Rio de Janeiro, é o afastamento dos ciclos literários e a opção por viver próximo de sua matéria-prima, a parcela pária da sociedade

Carlos Heytor Cony

Carlos Heytor Cony (1926-2018), filho do jornalista Ernesto Cony Filho e Julieta Moraes Cony, é um dos mais aclamados autores da produção literária mais recente no Brasil. Fez Humanidades e Filosofia no Seminário Arquidiocesano de São José, no Rio de Janeiro.

O jornalismo foi sua atividade profissional desde sempre. Em 1952, iniciou como redator da Rádio Jornal do Brasil. Colaborou com o Jornal do Brasil, mas foi no Jornal da Manhã que ampliou sua atuação como redator, cronista e editor.

Depois de ter muitos problemas com o regime autoritário implementado pelo golpe militar de 1964, tendo sido preso várias vezes e passado períodos em Cuba e na Europa, deu sequência a uma carreira exitosa, que incluiu atuação como diretor de Teledramaturgia na TV Manchete. Mais recentemente, era cronista da Folha de São Paulo e comentarista da Rádio CBN.

Com os romances “Quase Memória” e “A Casa do Poeta Trágico”, ganhou, em 1996 e 1997, o prêmio “Livro do Ano”, concedido pela Câmara Brasileira do Livro. Com “Quase Memória”, “A Casa do Poeta Trágico” e “Romance sem palavras”, ganhou o Prêmio Jaboti. Ocupou a cadeira nº 3 da Academia Brasileira de Letras.