Realismo no Brasil: Machado de Assis

Literatura,

Realismo no Brasil: Machado de Assis

Realismo no Brasil

O salto do romantismo para o realismo, ocorrido na segunda metade do século XIX, não chegou a ser uma ruptura radical, como podem sugerir algumas abordagens. Ao contrário, o romantismo, mesmo em sua abordagem poética, com destaque para Castro Alves, sempre esteve ligado à objetividade, ainda que, em muitos casos, a abordagem dos personagens fosse superficial e idealizada, traço presente na poesia e nos romances.

Já na fase final do romantismo, a temática se desloca para a abordagem das questões sociais e do ambiente urbano. A filosofia e a arte buscavam compreender, retratar e ordenar a nova realidade promovida pela Revolução Industrial, pela valorização da ciência, pelo surgimento de correntes filosóficas voltadas para o estudo da sociedade, gerando novas teorias sociais, e, no caso do Brasil, pela iminência do fim da escravatura.

O realismo na literatura se propõe quase que científico, trocando a idealização dos personagens pelo aprofundamento em sua essência, abordando aspectos psicológicos e morais; com olhos atentos, também, à descrição do meio político e social, com suas mazelas e transformações, aspecto presente em “O Cortiço”, romance de Aluísio de Azevedo.

Os escritores do período são materialistas, universalistas, republicanos, antiburgueses e anticlericais, repudiando a vinculação da fé à política e ao Estado.

No Brasil, são considerados os principais nomes do realismo, Machado de Assis, Raul Pompéia, Artur Azevedo, Aluísio de Azevedo e o Visconde de Taunay.

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Machado de Assis

Machado de Assis é considerado por muitos o maior escritor brasileiro de todos os tempos, reconhecido mundialmente como um dos grandes escritores de todos os tempos. Coube a ele inaugurar o realismo no Brasil, em 1881, com a publicação do romance “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, cuja narrativa, curiosamente, é feita por um morto.

Machado incorpora bem o processo de transição do romantismo para o realismo. São considerados romances de transição: “Ressurreição”, “Helena” e Iaiá Garcia. Os romances mais festejados são aqueles considerados realistas, como “Quincas Borba”, “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, “Dom Casmurro”, talvez sua mais famosa obra, “Esaú e Jacó” e “Memorial de Aires”.

Machado publicou, também, diversos contos, sendo o mais famoso deles o conto “O Alienista”. Além disso publicou vários livros de poesia e textos para a dramaturgia.

É um personagem icônico do país. Mulato, nasceu pobre em 1893 na cidade do Rio e Janeiro, capital do Império. Estudou em escola pública e trabalhou como aprendiz de tipógrafo, revisor e funcionário público.

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