Resumo Civilização (conto de Eça de Queirós)

Literatura,

Resumo Civilização (conto de Eça de Queirós)

Esse é um resumo de Civilização, conto de Eça de Queiros. A história foi publicada pela primeira vez em 1892, no Jornal de Notícias do Rio de Janeiro. Mais tarde, o autor retomou a ideia e utiliza o conto como base para escrever o romance A Cidade e as Serras. Eça começa a trabalhar neste novo livro em 1893, mas o romance só foi publicado em 1901, quando o autor já havia falecido.

Resumo Civilização (conto de Eça de Queirós)

O conto contrapõe o estilo de vida moderno da civilização e a vida no campo. Por um lado, o homem tem as facilidades que a tecnologia trouxe. Por outro lado, não consegue se livrar da solidão e do tédio moderno. Além disso, desenvolve uma dependência ao que foi criado artificialmente. Em oposição a isso, o autor demonstra o estilo simples da vida campestre. Não há muitas facilidades nesse tipo de existência, mas pode-se viver com pouco.

Em publicações anteriores, Eça mostrou uma fase negativista, que parece ter sido superada no seu conto. O personagem encontra ótimas soluções para o problema que encontra no desenvolver da narrativa. Mesmo ele não sabendo as causa do seu tédio, ele consegue ter contato direto com a cura.

Resumo de Civilização, conto de Eça de Queirós

O personagem principal se chama Jacinto, um homem novo e bastante culto, que possui uma biblioteca com milhares de livros. Sua vida era fácil e simples, e ele tinha luxos para tudo. Além de estar sempre com as grandes obras-primas da literatura, Jacinto tinha todos os mais sofisticados aparelhos inventados pela modernidade.

Mesmo com tantas facilidades para viver, Jacinto era um homem que vivia entediado e infeliz. De certa forma é um exemplo do homem moderno, que passou a ter menos problemas fisiológicos (comida, moradia etc.), mas mais problemas relacionados à saúde mental.

A carência que sentia era preenchida com invenções cientificas completamente inúteis, como múltiplas escovas, para diversas finalidades. Jacinto tinha um pensamento da sua época. Pensava-se que a vida humana deveria ser planejada tendo em vista o progresso, sobretudo científico. Essas ideias, que foram muito populares na segunda metade do século XIX, estavam ligadas à escola positivista.

Para superar o tédio e recuperar o animo de viver, Jacinto decide deixar a civilização. Escolhe um lugar longe da sua cidade e separa todos os utensílios que considera essenciais para viver bem. Depois, envia-os para seu isolamento.

No entanto, quando chegou ao destino, ele percebeu que todos os apetrechos que deixariam sua vida luxuosa e civilizada não chegaram. Além do mais, não haviam cumprido suas ordens, e a casa não estava organizada como ele esperava encontrar. Jacinto passa a se sentir mal depois disso. Trata o caso como uma grande tragédia, sentindo-se desmoralizado por vir parar em lugar distante da civilização sem seus utensílios.

Pouco a pouco vai se integrando no novo estilo de vida campestre. Ele se transforma depois que entra em contato com a simplicidade e a beleza que o campo oferece. Assim, ele começa entender aquele estilo de vivência. Retoma lentamente a alegria de viver e o prazer que as coisas simples trazem aos seres humanos.

Jacinto percebeu que uma vida com tantos regalos não poderia fazer um individuo feliz. A narrativa deixa evidente que o tédio que acometia o personagem era consequência direta do estilo de vida materialista moderno. Agora leia uma análise do conto Civilização de Eça de Queirós.

Análise

Nesse conto, encontramos princípios do naturalismo, muito próximo ao romance de tese. Ao contrapor a vida moderna com o estilo rural de existência, Eça faz uma dura crítica à sociedade burguesa, materialista e industrial.

Em certas partes, a narrativa vai além da descrição naturalista e parte para a dura sátira. Toda a sociedade burguesa é zombada em episódios cômicos colocados pelo autor. As grandes invenções, que prometem facilitar o estilo de vida de todo ser humano, também são alvo da ironia.

O leitor se depara com a contradição dos dois modos de viver. A princípio, a tecnologia e as facilidades da civilização parecem estar ligadas aos bons sentimentos. No entanto, a felicidade e o prazer de viver não dependem disso. Ao final da leitura, retomamos a ideia de que os bons sentimentos são causados pelas coisas simples.

Eça de Queirós mostra como, ao se afastar do mundo moderno, o personagem é curado do lixo da civilização que acomete o homem. A partir do momento em que os objetivos do humano na terra deixaram de ser supraterrenos (o paraíso, a salvação pós-morte) os indivíduos passaram a viver focando obtenções materiais. Jacinto estava dentro desse estilo de vida.

Ações simples do homem do campo, como o plantio e a criação de animais, foram os remédios para ele. As virtudes mais serenas e sadias, que antes ele renegava e desprezava, foram tudo o que precisava. Depois, o leitor vê que houve uma mudança completa, pois todo o horror que tinha da vida no campo o personagem transfere para a cidade. Passa a ver o quanto de falsidade existe nela, com excessos e artificialidade doentia. Esse é o fim do resumo e análise do conto Civilização, de Eça de Queirós.