A nova reforma ortográfica

Português,

A nova reforma ortográfica

A língua portuguesa parece bem complicada, principalmente com a nova reforma ortográfica. As novas regras devem unificar a ortografia oficial e do ensino de todos os países que fazem parte da CPLP, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, como Portugal, Brasil, São Tomé e Príncipe, Cabo verde, Timor Leste. Moçambique e Angola.

A nova reforma ortográfica

Essa é a terceira vez, recentemente, que a língua portuguesa sofre uma reforma ortográfica. Em vigor desde janeiro de 2009, as mudanças às medidas anunciadas pelo Ministério da Educação facilitam a aprendizagem pelos estrangeiros, simplificar algumas regras e reduz os custos de adaptação e produção de livros.

A partir de 2016, o Novo Acordo se torna obrigatório em escolas, concursos e também publicações como livros, jornais e revistas (que já adotaram a reforma ortográfica em 2013).

Se você ainda não está familiarizado com a reforma ortográfica, vamos mostrar tudo o que muda com as novas regras.

Novas Letras

Agora o alfabeto brasileiro conta com 26 letras, e não 23 como antigamente. Isso porque W, Y e K foram incorporados, ajudando assim na presença gráfica de nomes próprios como Yago e também em unidades de medida como Watts, Km e Kg.

Acentos Diferenciais

Os acentos diferenciais utilizados para discernir algumas palavras não existem mais. Entre elas estão:

  • para (preposição) e para (verbo)
  • pera (preposição) e pera (substantivo)
  • pelo (que segue o mesmo exemplo de pera)

O acento diferencial existente nos verbos da terceira pessoa do plural também não é mais acentuado.

Ler
Dar
Ver
Crer

Os acentos usados em ditongos abertos ei e oi de todas as paroxítonas também não são mais acentuados como em: Colmeia, Heroico, Assembleia, Plateia, Joia, Jiboia, entre outros. O mesmo acontece com os substantivos Voo, Perdoo e Enjoo que também não recebem mais os acentos.

Já as palavras paroxítonas, não existem mais os acentos em u e i tônicos se eles aparecerem depois de um ditongo. Por exemplo, Sauipe, Bocaiuva, Feiura, etc.

Vale lembrar que os oxítonos terminais em óis, éis e éus ainda contam com os acentos. Por isso, troféus, fiéis, chapéus e heróis não mudam. O mesmo acontece com as letras u e i tônicas presentes em hiatos que não antecedem nenhum ditongo como juíza, graúna, saúde, etc.

Hífen

Outra mudança importante na nova reforma ortográfica é o uso do hífen. Palavras terminadas em vogal e com outras iniciadas pelas letras s ou r. Nesses casos dobrasse o s ou r como acontece em: antessala, extrasseco, minissaia, antissocial, entre outros.

Palavras com prefixos que terminem com vogais e comecem com outra vogal recebem o hífen, dessa maneira as palavras dobras são separadas. Exemplo: anti-inflamatório e micro-ondas.

O hífen continua em palavras terminadas em r e começadas em r. Inter-regional, Super-realista, Inter-racial.

Trema

O sinal gráfico que existia sobre a letra u foi outro que caiu com o Novo Acordo Ortográfico. Mas é preciso lembrar que mesmo que esse acento tenha caído, a pronúncia das palavras continua exatamente a mesma.

Exemplo: Cinquenta, pinguim, linguiça, consequência, sequestro, entre outros.

Vale lembrar que a regra só pode ser aplicada a palavras da língua portuguesa e que não sejam nomes próprios. Por isso, o jogador alemão Müller ou a modelo brasileira Gisele Bündchen não sofrem alterações em seus nomes.

Mais informações

A Academia Brasileira de Letras (ABL) possibilita que todas as dúvidas sejam sanadas. Para isso, criou um link em seu site próprio. As perguntas são todas analisadas por uma comissão de lexicologia e lexicrografia.

Como já dissemos, o Brasil já passou pela terceira mudança na ortografia, mas a verdade é que essa é a 19ª vez que a língua portuguesa sofre alterações em sua ortografia. A primeira delas no século XVI quando ainda se procurava a raiz latina ou grega na hora de escrever.

Depois, em 1907, a ABL decidiu simplificar a ortografia nas publicações oficiais. Três anos depois a República de Portugal fez o mesmo. O nome Reforma Ortográfica só foi usado em 1911 quando houve a primeira tentativa de unificação, mas que não chegou ao Brasil.

Em 1915, a ABL decidiu que irá realizar a unificação com a feita em Portugal, mas desistiu da ideia e revogou a mudança em 1919. Cinco anos depois a Academia Brasileira de Letras e a Academia de Ciências de Lisboa iniciaram um estudo para tentar encontrar uma ortografia que pudesse ser usada de forma unificada.

O Novo Sistema é lançado em um livro em 1929 e dois anos depois o Primeiro Acordo Ortográfico entre os dois países foi aprovado. Em 38, 43 3 45 foram sanadas as dúvidas quanto ao Novo Acordo e também redigida a Convenção Ortográfica. O problema e que em 1945 o governo brasileiro decidiu que não iria ratificar o acordo.

Em 71 e 73 foram promulgadas alterações, primeiro no Brasil e depois em Portugal. Em 1986 José Sarney, então presidente, decidiu unir os 7 países desta língua e apresentar o Memorando sobre o Acordo. Em 1990 as academias de Brasil e Portugal decidiram elaborar uma base para o Acordo, que deveria entrar em vigor em 1994, mas apenas em 1.996 o documento foi ratificado por Cabo Verde, Brasil e Portugal. Em 2.004 os ministros da CPLP propuseram que mesmo sem a ratificação dos 7 membros, era possível que o acordo entrasse em vigor.

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