Os sentidos do verbo acusar
Os verbos são uma classe de palavras capazes de se flexionarem em número, pessoa, voz, modo e em tempo. Eles indicam uma ação, uma ocorrência, um desejo, um fenômeno ou um estado.
Essa classe de palavras é caracterizada pelas flexões a que se submetem, e não somente aos seus significados possíveis. Em palavras como nascimento, chuva e corrida, o seu conteúdo está bem próximo ao de alguns verbos que indicam ação, desejos, etc. No entanto, elas não apresentam todas as possibilidades de flexão que esses verbos possuem.
Neste texto falaremos sobre a regência, ou seja, os sentidos do verbo acusar. Para isso, faremos uma ligação, uma referência a aspectos que estejam ligados às conjunções que esse verbo atribui.
Verbo transitivo direto
Quando o verbo acusar é utilizado como termo jurídico, passa a ocupar uma posição de verbo transitivo direto, tendo assim como complemento um termo que indica pessoa. Dessa maneira, observe o exemplo abaixo:
A testemunha acusou o homem.
Neste exemplo, o verbo acusar vem seguido de um complemento, que é dado pela figura do homem. No entanto, podemos associar este complemento a outro, como neste exemplo dado abaixo:
A testemunha acusou o homem de latrocínio.
Neste novo exemplo, o verbo acusar adquire valor de transitivo direto. Por isso, o complemento é dado sem a utilização de uma preposição (o homem), e além disso ele é indireto, já que há na frase a utilização de um objeto indireto, que é marcado pelo uso da preposição (de latrocínio). Quando o sentido do verbo passa a ser o de acusar uma pessoa, ele assume a condição de transitivo direta, já que por exemplo, pode ser atribuído a ele algumas características negativas, como na frase abaixo:
Acusou-o de mal intencionado.
Neste exemplo, o verbo acusar está sendo acompanhado de um complemento, que não é o de uma pessoa, adquirindo assim um sentido semântico. Veja:
O resultado de laboratório revelou a presença de bactérias.
A ideia que a frase acima expressa é a de tornar um fato conhecido, o de uma revelação. Veja outro exemplo desta situação:
As atitudes dele acusavam total falta de credibilidade.
Neste caso, a falta de credibilidade era revelada, ou seja, era apontada pelas atitudes que alguém tomou.
O sentido dos verbos – Regência verbal e a morfologia deles
O estudo dos verbos nos ajuda a escrever melhor. Quando nos referimos à regência de um verbo, estamos destacando nele uma característica que consideramos intrínseca, ou seja, o fato de ele ser considerado um caracterizador de processos, nocional, revelando assim um fenômeno natural, uma ação, uma atividade mental ou ainda um desejo. Essa classe de palavras é caracterizada pelas flexões a que se submetem, e não somente aos seus significados possíveis. Veja abaixo os exemplos:
Todos adoraram o passeio.
Analisamos todos os relatórios.
Meus irmãos partiram pela manhã.
Além dessas características que já dissemos, há outros aspectos que devemos citar aqui, como por exemplo o sentido que ele expressa por possuir uma completa ideia. Caso disséssemos ‘meus irmãos partiram’, poderíamos perceber que o discurso se mostrasse claro aos olhos do interlocutor. Por este motivo, é certo dizer que estamos vendo um verbo intransitivo, o que significa dizer que a sua ação não transita.
Por serem palavras que indicam estados, ações ou fenômenos, os verbos são compostos por uma parte invariável e que na maioria dos casos se repete, chamado de radical, pela vogal temática, que é a responsável por caracterizar a conjugação e a terminação, que é a parte do verbo que é flexionada, situando o verbo no tempo.
Nessa classe de palavras, existem três conjugações possíveis na nossa língua. A primeira conjugação, é a dos verbos que terminam em AR, a segunda é a dos verbos que terminam em ER e a última conjugação possível é a dos verbos que terminam em IR.
Já quanto a morfologia, esses verbos se classificam em: regulares, irregulares, anômalos, abundantes e defectivos.
Os verbos também se flexionam em número, para que o substantivo e o sujeito que o acompanham possam concordar com ele, em voz e em modo, e em pessoa. Eles ainda podem estar no singular ou no plural. Já com relação a pessoa, eles podem se apresentar em 1ª pessoa (o sujeito que fala), a 2ª pessoa (o sujeito com quem está se falando) e em 3ª pessoa (o sujeito de quem está se falando).
Além disso, ele pode se apresentar em três formas, a saber: infinitivo, particípio e gerúndio. Vale ressaltar que as vozes do verbo são responsáveis por indicar se o sujeito da ação recebe ou pratica tal. A Voz reflexiva acontece quando o sujeito recebe e também pratica a ação. Já a voz passiva acontece quando o sujeito apenas recebe a ação. Por sua vez, a voz ativa acontece quando ele apenas pratica a ação.