Interjeições (Locução Interjetiva)

As interjeições consistem em palavras capazes de expressar sensações, sentimentos, emoções, apelos e até mesmo estados de espírito. A locução interjetiva, por sua vez, desempenha este mesmo papel: com a diferença de ser um conjunto com 2 ou mais palavras.

Interjeições (Locução Interjetiva)

Neste artigo, vamos conhecer o conceito das interjeições e, especialmente, da locução interjetiva – sendo ambos seguidos por exemplos.

Interjeições – o que são e exemplos

As interjeições, que como já vimos, são palavras invariáveis usadas para expressar sensações, emoções e demais estados de espíritos, buscam provocar no interlocutor determinado comportamento – sem que seja preciso a utilização de estruturas narrativas mais complexas e elaboradas.

Na grande maioria dos casos, elas são completadas por pontos de exclamação (!). Alguns exemplos de interjeições são:

  • Psiu! – A expressão é utilizada, especialmente, para chamar a atenção do receptor;
  • Ah! – Pode exprimir decepção, surpresa, encanto, prazer;
  • Credo! – Geralmente expressa espanto, reprovação ou piedade;
  • Puxa! – Pode exprimir pena, felicidade, contrariedade e surpresa.

As interjeições também podem ter duplos sentidos: o ‘psiu’ mais curto pode indicar chamamento, enquanto o ‘psiu’ longo é compreendido como um pedido de silêncio.

Outras interjeições são: Vamos! Viva! Atenção! Aleluia! Bravo! Ora! Caramba! Pô! Cruzes! Ué! Tomara! Alô! Bis! Força! Oxalá! Hã?, Avante!, Francamente! Barbaridade! e muitas outras.

Locução Interjetiva – Interjeições

A locução interjetiva nada mais é do que uma variação das interjeições – com a diferença de que deve ser composta por um conjunto de, pelo menos, duas palavras.

A classificação das locuções interjetivas ocorre da mesma forma como nas interjeições, dependendo de três fatores: valores semânticos, entonação e contexto do emprego.

A seguir, confira quais são elas:

  • Para a expressão de medo ou surpresa: Meu Deus!
  • Para exprimir alívio: Que alívio!
  • Como forma de agradecimento: Muito obrigada (o)! Graças a Deus!
  • Para expressar ânimo: Que bom! Em frente! Vá em frente!
  • Para chamamento: ô de casa!
  • Como sinônimo de reprovação: De forma alguma! De jeito nenhum!
  • Para exprimir satisfação: Que alegria! Que bom!
  • Como sinônimo de aplausos: Muito bem! É isso aí! Meus parabéns!
  • Como desejo: Quem dera! Tomara eu! Queira Deus!
  • Como forma de lamentação: Que chato! Que pena!
  • Para alegria/felicidade: Que maravilha! Que bom!

Neste contexto, destacamos que toda interjeição, quando expressa por uma frase/vocábulo ao invés de uma palavra única, é uma locução interjetiva.

As locuções interjetivas são consideradas “palavras-chave” e estão à parte da língua portuguesa culta. Não à toa, tais expressões não desempenham nenhum tipo de função sintática.

Outros exemplos de locuções interjetivas não citados anteriormente são:

  • Valha-me Deus;
  • Se Deus quiser;
  • Macacos me mordam;
  • Oras bolas!;
  • Cruz Credo;
  • Puxa vida;
  • Santa Maria Mãe de Deus!
  • Nossa senhora!
  • Crê em Deus Pai;
  • Quem me dera!
  • Pois não?

A locução interjetiva, assim como as interjeições, tem caráter de frase. A razão é simples: mesmo que simples, elas conseguem se expressar por si só.

Imagine um diálogo onde a mãe fala sobre o seu filho que acaba de passar no vestibular. Em seguida, o interlocutor reage unicamente com uma expressão, que pode ser uma das seguintes: Olha só! Que alegria! Coisa Boa! Meus parabéns! É isso aí!

Outro exemplo diz respeito à reação do interlocutor após ler ou assistir uma notícia sobre um assassinato em sua cidade: Meu Deus! Eu não esperava por essa! Nossa mãe! Que horror! Sai para lá!

Já uma pessoa que acaba de prestar concurso público e deseja muito passar. Ao contar para seus familiares e amigos, as mais possíveis reações também podem ser classificadas como locuções interjetivas, sendo alguns exemplos: Queira Deus! Que bom! Tomara que dê certo! Muito bem! Quem dera!

Resumindo, as locuções interjetivas são as formas mais “nuas” e “simples” de nós, interlocutores e falantes da língua portuguesa, expressarmos momentaneamente o que sentimos diante de uma conquista, de uma notícia, de uma surpresa, de um medo, uma alegria e qualquer outro tipo de emoção que nos desperte algo instantâneo.

As locuções interjetivas, neste sentido, são dotadas de uma mensagem completa – e que pode ser compreendida em questão de instantes. Mesmo quando aparecem sozinhas em um diálogo, elas são capazes de expressar com exatidão a opinião/pensamento do interlocutor.

Quando estão em companhia de um verbo, como no exemplo “Era só o que me faltava!”, as interjeições também não deixam de ter apenas um sentido.

Até hoje muitas são as discussões entre linguistas e gramáticos envolvendo as interjeições. Alguns argumentam que elas deveriam formar uma nova classe de palavras na língua portuguesa, já que atuam como frases. Por outro lado, outros defendem exatamente o contrário, e acham que elas devem continuar como estão.

Diferentes opiniões e análises sobre as mesmas são encontradas constantemente. Não à toa, as aplicações e conceitos das locuções interjetivas são diferenciadas – o que irá depender, especificadamente, do ponto de vista do linguista em questão.