Introdução à Linguística

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Introdução à Linguística

De acordo com diversos conceitos e definições existentes a linguística nada mais é do que o estudo científico que se dedica aos fenômenos de dois tipos de linguagem, a verbal e a oral.

Contudo, tal definição tem gerado controvérsias em razão das múltiplas conceituações do termo linguagem. Para diversos linguistas, estudiosos da linguística, a questão “o que é linguagem?” pode ser comparada as perguntas “de onde vim?” ou “para onde vou?”. Sendo assim, definir o que é língua e também o que é linguística, acaba se tornando uma tarefa extremamente complexa.

Mas, vamos trabalhar com o que temos.

Linguística

Qual o papel da linguística?

Por se tratar do estudo dos fenômenos da língua, a linguística tem um importante papel ao difundir as descobertas e conhecimentos da linguagem, afinal, toda e qualquer mudança que ocorre com a escrita reflete mudanças também na fala.

Na tentativa de cumprir com o objetivo de estudar a linguagem humana a linguística acaba se ramificando de duas formas:

Linguística Geral: tem como função desenvolver uma espécie de metodologia de pesquisa que compreenda desde a delimitação de alguns conceitos até a discussão de alguns modelos descritivos dos chamados fenômenos lingüísticos, assumindo um caráter teórico mais geral.

Linguística Descritiva: Como o próprio nome sugere, observa e descreve línguas a partir de técnicas e métodos específicos com o intuito de compreender a estrutura, e também, como as línguas funcionam. Portanto, determina a natureza e os traços responsáveis pela composição da língua.

Sendo assim, a linguística geral teria como finalidade formular hipóteses a cerca da presença de nomes e verbos em todas as línguas, enquanto isso, a linguística descritiva demonstra de forma empírica se tais hipóteses são verdadeiras.

Vamos a alguns conceitos

Ao estudarmos a linguística faz-se necessário compreender alguns importantes conceitos, entre os quais:

Língua: apesar de apresentar inúmeras definições, grosso modo, pode-se dizer que a língua é um conjunto de frases, sendo que cada uma é formada por uma série de palavras. A língua é algo que está em permanente construção e é concretizada através da fala.

Linguagem: representa o uso da língua para comunicação. A linguística também é responsável por explorar o universo da comunicação, suas mudanças e fenômenos que ocorrem através dos tempos.

Dizemos que tanto a língua quanto a linguagem são os objetos de estudo da linguística.

Ramos de estudo

Por meio da linguística diversos outros ramos são estudados, alguns deles são:

Fonética: análise do som que formam as palavras.

Fonologia: responsável por estudar os sistemas de fonemas a partir de sua função na língua.

Morfologia: analisa a formação das palavras, também chamado de análise formal e contribui para evolução dos enunciados.

Sintaxe: responsável pelas regras, suas aplicações e a maneira como estes aparecem na composição e formação dos enunciados e frases.

Semântica: junção de pequenas unidades constituintes de uma língua, que tem como objetivo, a construção de unidades maiores de enunciação e comunicação.

Lexicologia: relacionado a vocabulário de um determinado idioma, portanto, tem como função, descrever o léxico. Aliado a isso elabora dicionários e demais materiais responsáveis pela identificação da língua falada.

Terminologia: estuda termos utilizados em determinada língua dando a estes explicações baseadas em níveis linguísticos.

Estilística: responsável por analisar as relações estabelecidas entre a palavra e o pensamento de quem a fala, basicamente, pode ser descrita como o estudo da língua e suas relações com a vida real.

Pragmática: estuda as interações linguísticas entre um locutor e interlocutor.

Filologia: Destina-se ao estudo de textos antigos buscando explicá-los de forma a ocorrer a interligação entre os aspectos lingüísticos, sincrônicos e diacrônicos.

Histórico

Sabemos que a linguagem tem um importante papel para a humanidade, afinal, é através de seus “códigos” que pensamos, racionalizamos e nos comunicamos. Por isso é tão importante compreendermos suas origens e a ciência que a estuda.

Acredita-se que um dos primeiros esforços em estudar a língua e a linguagem, propriamente ditas, foi a “Gramática” ainda na Grécia antiga. Neste período Platão estabelece que as palavras podem ser divididas em duas categorias diferentes: nomes e verbos.

Também na Índia são realizados estudos incríveis a cerca da forma da língua, o que hoje conhecemos por fonética e fonologia já estavam sendo estudados naquele período.

Dando um salto no tempo vamos direto ao Século XIX onde Franz Bopp realizou importantes estudos sobre o Grego, o Latim, o Persa e as Línguas Germânicas. No ano de 1816 o estudioso publica um trabalho que marca o início da linguística comparativa.

Contudo, é consenso entre diversos linguistas, que o marco dos estudos lingüísticos do Século XIX foi o desenvolvimento do que se define como método comparativo que conseguiu provar a existência de um conjunto de princípios, a partir dos quais todas as línguas poderiam ser comparadas por meio de sistemas fonéticos, estrutura gramatical e vocabulário, demonstrando que todas as línguas vieram de uma única língua mãe.