Onomástica: ato de nomear

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Onomástica: ato de nomear

O ser humano é, de fato, um ser curioso. Mais do que ser curioso, é essencial preservar nossa história e, a partir dela, compreender nossa evolução e desenvolvimento como sociedade. Pensando nisso, vários estudos possuem objetivos históricos para saber o que aconteceu em séculos passados e sociedades antigas que viveram por tanto tempo no mundo.

Uma destas ciências é a onomástica. A onomástica é o estudo linguístico de nomes próprios de todos os gêneros, ou seja, é o ato de nomear tudo e qualquer coisa. Ela estuda os processos de denominações que fizeram tal coisa ou lugar receber tal nome.

Onomástica

Nascido ainda na metade do século XIX, a onomástica é um estudo que tem fortes relações com a história da humanidade, com a geografia e origens de tudo o que possamos imaginar. As pesquisas foram feitas por meio de escrituras antigas, em pedras, madeiras, papiros ou pergaminhos. Isso permite identificar a origem, a evolução e a ordem cronológica dos surgimentos dos nomes próprios.

Estudo dividido em partes

O estudo da onomástica está dividido em duas categorias: toponímia e antroponímia. Ambas possuem uma importante função para entendermos tempos históricos, campos geográficos e origens de nomes próprios.

A toponímia é a parte no qual são estudados os nomes de lugares, da sua origem e sua evolução. Assim, é a parte mais complexa do estudo e que tem interações com estudos históricos e geográficos. Além disso, a toponímia também está dividida da seguinte maneira, conforme mostrado abaixo, em partes que estudam diferentes nichos.

1. Hidrônimos: são os nomes de rios e outros cursos da água;
2. Limnônimos: é o estudo dos nomes de lagos;
3. Talassônimos: esta parte estuda os nomes de mares e oceanos;
4. Orônimos: são os nomes dos montes e outros relevos existentes;
5. Corônimos: são os nomes de subdivisões administrativas e de estradas;
6. Exônimos: por fim, esta parte estuda os nomes de lugares em línguas estrangeiras em relação àquela falada no próprio lugar.

Já a antroponímia estuda os nossos próprios nomes, nomes de família e sobrenomes. A antroponímia tem uma grande relação com a história política e cultural de países e sociedades em geral. Também estuda nomes próprios de instituições e mentalidades da população.

Ela é importante para que estudiosos e historiadores possam definir a relação de poder com os nomes próprios de famílias que estiveram à frente de sociedades ao longo dos anos. O mesmo conceito vale para instituições de poder como a Igreja, por exemplo. A antroponímia é o estudo que pode fazer a relação entre a história, conceito e origens destes nomes com o desenvolvimento do mundo e da sociedade.

Propósito dos estudos onomásticos

Como todo estudo científico, é preciso ter um objetivo onde se quer chegar. O propósito dos estudos onomásticos é, especialmente, resgatar a história social que está embutida em nomes de regiões, instituições e pessoas, compreendendo seu contexto histórico para, assim, conseguir compreender a evolução e o desenvolvimento de tal sociedade.

Os estudos onomásticos partem do princípio da etimologia com o intuito para reconstruir significados ideológicos e preservar a história. Pelo lado histórico, podemos estudar os tempos que desenvolveram toda a evolução humana.

Podemos afirmar que o estudo onomástico não é supérfluo e que exige reflexão por parte daqueles que se aventuram neste campo para melhor compreendê-lo. Haja visto que não há na história registros de sociedades ou tempos em que não houveram a denominação de atividades, lugares ou instituições, entender em qual época se passa cada uma dessas sociedades é algo que agrega muito na compreensão da nossa sociedade atual.

Vale ressaltar que todo nome ou pronome apresenta características particulares e que dizem muito a seu respeito. Além disso, o nome é um bem gratuito e praticamente obrigatório. O nome atua como uma ação de identificação e de distinção de uma pessoa a outra, de um lugar a outro, de uma instituição a outra, de compreensão de uma sociedade em relação a outra.

Campo lexical

O estudo onomástico também está relacionado com o campo lexical. O campo lexical divide espaços e pesquisas com a semântica, ambas estão situadas em um contexto linguístico textual que tem o propósito de definir e adequar o uso de palavras na nossa língua portuguesa.

Chamamos de léxico todo o conjunto de palavras que pertencem a uma determinada língua. Por exemplo, existe um léxico para a língua portuguesa, para a língua inglesa, espanhola, francesa e assim por diante. Sabemos que quando materializamos estas palavras de um único léxico, denominamos de vocabulário.

Outro exemplo é que o campo lexical de palavras, compreende a um conjunto de palavras que pertencem a uma mesma área de conhecimento, como, por exemplo, saúde, escola, informática, história, geografia, sentimentos, entre tantos outros.

Por fim, podemos concluir que o estudo onomástico é essencial para a continuidade do avanço da nossa sociedade.