Gás GLP

Quí­mica,

Gás GLP

Mesmo que você nunca tenha ouvido falar em gás liquefeito de petróleo, trata-se de um fluído que está presente em nossa vida. Conhecido popularmente como GLP, este gás é o responsável pelo funcionamento de fogões e alguns veículos. Na verdade, trata-se de uma mistura de gases, principalmente propano e butano, dissolvidos em petróleo.

Gás GLP

Esses gases são de fácil condensação e podem ser obtidos através do processo de refinação do petróleo. O propano é formado basicamente por três átomos de carbono e oito de hidrogênio, enquanto o butano possui quatro átomos de carbono para dez de hidrogênio; isso significa que o butano é mais pesado que o propano. Aliás, o GLP também pode ser considerado um subproduto do petróleo, já que também é obtido através da refinação do mesmo. Para que ele se torne liquefeito, entretanto, é só armazená-lo em tanques à pressão de 6 a 8 kgf/cm3.

Os recipientes para armazenamento deste gás precisam ser especiais, preparados para resistir a pressões, sem que ofereça riscos de vazamento ou até mesmo rompimento, no caso de manuseio inadequado. Essa resistência também facilita o processo de vaporização, fundamental para a utilização do gás. É importante ter em mente que este gás pode ser armazenado somente neste tipo de recipiente específico, sob pena de oferecer riscos a pessoas que trabalham próximas a ele. Quando bem armazenado, entretanto, não há risco à segurança das pessoas.

Mas afinal, como é feita essa vaporização?

Ao encher um recipiente, é necessário deixar 15% do seu espaço livre para que a evaporação ocorra de forma tranquila. E para que ela ocorra, é necessário que haja uma troca de calor entre o GLP e a parede do tambor, que adquire calor do meio externo. Esse processo é conhecido como vaporização natural, e quanto mais alta for a temperatura no exterior do recipiente, mais rápido será o processo. E essa velocidade também diminui à medida que a quantidade de gás vai se tornando escassa, pois o contato do gás com a superfície também é determinante neste sentido. Quanto maior a superfície em contato com o gás, maior será a velocidade de vaporização.

Á medida que o cilindro vai esvaziando, o contato com o gás vai diminuindo. Pense em um tambor cheio até a metade, por exemplo. O contato do gás com a superfície será de apenas 50%. Portanto, a vaporização ocorrerá de forma mais lenta do que para um cilindro cheio aos 85%, por exemplo. Existem casos, entretanto, que essa vaporização natural não é suficiente para suprir a demanda do trabalho. Neste caso, são utilizados aparelhos específicos para potencializar a vaporização, são os chamados vaporizadores.

Esse procedimento é chamado de vaporização forçada, pois consiste em passar o gás através de um duto aquecido artificialmente por uma resistência elétrica. Ao sair do cilindro e atravessar o duto, o GLP passa a trocar calor com a sua superfície. Como neste caso a superfície fica muito quente, o gás vaporiza rapidamente, pois vale aquele mesmo princípio que falamos acima: quanto mais alta a temperatura, mais rápida a vaporização. Dessa forma, a temperatura também pode ser controlada de modo a atender prontamente à demanda pelo gás vaporizado.

Você se lembra que falamos, lá em cima, que uma partícula de butano é mais pesada que uma de propano? Pois bem, a tendência é que as partículas mais pesadas fiquem acumuladas no fundo do cilindro. São essas partículas também que influenciam diretamente na densidade do gás. Quanto mais propano (o gás mais leve) constar na composição do gás, menores serão a densidade e o peso do produto final. Já se a quantidade de butano for maior, a tendência é que a densidade do GLP também seja maior, e consequentemente o seu peso também.

O uso do GLP é seguro?

Embora muito utilizado no dia a dia, o GLP não deixa de ser um gás e, portanto, exige alguns cuidados no seu manuseio. De modo geral, não se trata de um produto tóxico, corrosivo ou poluente. Mas isso não significa que ele possa ser inalado sem prejuízos ao organismo. Pelo contrário: muito cuidado com a inalação do gás GLP! Não estamos dizendo que você vai passar mal se sentir o cheiro de leve quando for abastecer o seu carro. Estamos falando de inalações do gás em grandes quantidades.

Neste caso, ele pode apresentar um efeito anestésico e provocar asfixia, pois a tendência é que ele vá tomando o espaço do oxigênio no ambiente. Quanto maior a quantidade de GLP no ar, menor será o oxigênio disponível. Para prevenir casos como este, usa-se um mecanismo de adicionar “cheiro” ao GLP. O produto é inodoro, mas em sua composição é adicionado tiol ou mercaptano, de forma que ele possa ser facilmente identificado caso haja algum vazamento, Com essa detecção precoce, medidas podem ser tomadas antes que alguém saia intoxicado.