Industrialização e Imperialismo

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Industrialização e Imperialismo

Enquanto o Brasil foi uma colônia portuguesa, o pacto colonial dificultava qualquer tipo de desenvolvimento de uma atividade industrial, já que o objetivo de Portugal, era justamente, o de manter a colônia como uma fonte de produtos primários a serem comercializados na Europa e, ao mesmo tempo, um mercado consumidor, mesmo que limitado, de produtos manufaturados. O ano de 1808 é um marco do fim do pacto colonial, já que, com a abertura dos portos às nações amigas, acaba o monopólio português sobre o comércio brasileiro. Porém, esse momento marca também o início de um período econômico igualmente pouco favorável à industrialização brasileira, que é a submissão brasileira à Inglaterra e outras potências industriais na economia agroexportadora. Sendo assim, mesmo com a independência no ano de 1822, pouco se desenvolveu de indústria durante o século XIX no Brasil.

Industrialização

Imperialismo

O modelo agroexportador, no qual o país exportava produtos primários, como cana de açúcar, café e algodão, e importava bens manufaturados, produziu um tipo de organização socioespacial desfavorável ao desenvolvimento de um mercado interno. Isto é, cada área produtora de um tipo de mercadoria de exportação tem sua organização econômica voltada para o mercado externo, portanto muitas vezes regiões brasileiras mantinham mais relacionamento com a Europa que com outras regiões do país.

O mercado interno pouco desenvolvido, é portanto, uma forte característica dessa época. Além de ter como objetivo o fornecimento de produtos primários ao mercado externo, o modelo agroexportador tinha outras características que reforçavam a dificuldade para o desenvolvimento industrial. Uma delas é a mão de obra escrava. Os escravos não sendo assalariados, não têm dinheiro para comprar mercadorias, portanto, não são consumidores.

No entanto, durante o século XIX, as pressões inglesas passaram a encaminhar o Brasil à abolição da escravidão. Sendo a Inglaterra um país no qual ocorre a passagem da fase comercial para a industrial do capitalismo, no fim do século XVIII, não há da sua parte interesse na permanência da escravidão. Pelo contrário, o objetivo inglês ao lutar pelo fim da escravidão em todo o mundo é a ampliação da mão de obra assalariada e, portanto, do mercado consumidor. Enfim, em virtude desse contexto internacional antiescravista, a partir de 1850, a proibição do tráfico negreiro no Brasil inicia o processo de substituição dos escravos negros pelos imigrantes europeus.

Conforme acontece a transição da mão de obra, a estrutura social brasileira vai se transformando. Começa a aparecer a classe dos trabalhadores assalariados, surgindo assim o mercado consumidor. Mas era ainda um mercado mais potencial do que real, que que muitos trabalhavam nas fazendas de café, as quais utilizavam o sistema de colonato, pelo qual nem sempre o trabalhador recebia um salário em dinheiro.

A partir do século XX, nem todos os imigrantes chegados no Brasil iam para as plantações de café, alguns se instalaram diretamente na cidade. Outros, cansados da exploração, deixaram o interior e foram procurar emprego nas cidades.

Com o surgimento de um pequeno mercado internam, começaram a se formar algumas manufaturas e fábricas têxteis. A relação entre a atividade agroexportadora e a industrial passa a ser bastante estreita. Se o preço do café estava em baixa no mercado mundial, os empresários do café, em São Paulo, investiam seus capitais em suas fábricas. Por outro lado, a partir de uma alta do preço do produto, o investimento de capital era direcionado para as plantações.

A economia brasileira se voltou para o mercado interno, iniciando a afirmação desse mercado com a interligação entre as diversas regiões do país. São Paulo se desenvolveu mais rápido do que o restante do país, e a indústria que surge aí acaba por inibir o desenvolvimento da mesma atividade em outras partes do país, salvo algumas exceções. Assim, a indústria paulistana passa a fornecer suas mercadorias a grande parte do mercado nacional.

A industrialização

Os modelos econômicos adotados pelo Brasil têm sempre relação estreita com a economia externa, desde o pacto colonial até a globalização, o país se adapta aos interesses internacionais. A postura do estado brasileiro na economia agroexportadora seguia o modelo do liberalismo econômico, surgido durante o capitalismo industrial, caracterizado pela não intervenção do Estado na economia, que deveria ser regulada pelo mercado, com a sua lei da oferta e da procura.

O país se inseria no modelo liberal como exportador de café para a Europa e os Estados Unidos, e importador de produtos manufaturados desses países. Diferentemente do que aconteceu no pós-guerra, as empresas dos países desenvolvidos não instalavam filiais em outros países, apenas vendiam suas mercadorias ao mercado externo. O investimento externo do Brasil se limitava a infraestruturas, como portos, ferrovias e energia elétrica.

A crise do liberalismo, tem como marco decisivo a quebra da bolsa de Nova York, ou a chama crise de 1929. Com esta crise, os Estados Unidos e com eles toda a economia mundial, sofreram um grande impacto.

Neste momento surge um novo modelo econômico mundial, o keynesianismo. Segundo este modelo, a intervenção estatal na economia é indispensável. O papel do estado é o de promover o aumento do emprego por meio da realização de investimentos diretos na economia, aplicando recursos em infraestruturas, como transportes e energia, ou fazendo programas de financiamento, incentivos fiscais, subsídios e diminuição dos juros.

Após a Segunda Guerra, o modelo keynesiano se aprofunda e produz desdobramentos políticos e econômicos em todo o mundo.