Getúlio Vargas e o Estado de Compromisso

História do Brasil,

Getúlio Vargas e o Estado de Compromisso

Há quem diga que o Governo de Getúlio Vargas se instaurou em nosso país por “mãos golpistas” e, realmente, não há como negar essa afirmação. O Estado Novo, quando implantado, teve como justificativa não abrir as portas para uma ameaça comunista que, por sua vez, nunca aconteceu.

Sendo assim, para fazer com que o Estado Novo se tornasse um regime legal, foi Francisco Campos, um dos maiores aliados políticos de Vargas, que conseguiu redigir uma constituição nova. Ela era totalmente inspirada em itens oriundos dos regimes fascistas – tanto na Polônia quanto Itália.

No começo de tudo, em 1930, os integrantes das oligarquias dissidentes e também do movimento tenentista criaram uma união na revolução com o intuito de desarticular a República Oligárquica.

Getúlio Vargas

Porém, foi só depois da Revolução de 1930 que Getúlio Vargas chegou com um novo modelo de governo, sendo ele considerado na época como um político fora dos padrões conservadores, ou seja, um agente modernizador do que o País conhecia até aquele determinado momento.

Porém, a transformação no governo foi diretamente relacionada com a necessidade do político de representar os seus próprios interesses, com base na perspectiva política de um pequeno e específico grupo social que buscava uma boa colocação nas instâncias de poder.

E, mesmo sendo ele também um dono de terras, Getúlio Vargas decidiu criar uma situação nova e inédita no Brasil, que seria conhecida como “Estado de Compromisso”.

Estado de Compromisso

No Estado de Compromisso, que foi criado por Getúlio Vargas, o presidente da República incorporou totalmente o lugar de intermediador no que se refere aos processos envolvendo interesses de vários grupos que atuavam na política de nosso país.

Esse novo tipo de Estado criado pelo seu governo, tinha como principal intuito apoiar as mais variadas forças – tanto políticas como sociais, o que envolvia as oligarquias dissidentes, a burguesia tanto urbana como industrial, a classe média e trabalhadora e também o próprio Exército Brasileiro.

Sendo assim, durante a aplicação do Estado de Compromisso, nenhuma forma política de caráter hegemônico existiu, o que fortalecia ainda mais o governo que Getúlio Vargas implementaria adiante, ou seja, o Governo Provisório (que foi válido no território entre os anos de 1930 e 1934).

Neste momento, é possível observarmos que a grande maioria dos cafeicultores do Brasil foi atendida pela nova medida do governo por meio do CNC – Conselho Nacional do Café, que foi desenvolvido exatamente com o intuito de aprimorar os métodos para produção do grão, além de estabelecer melhor controle para a venda do item no mercado externo.

Além disso, Getúlio também concentrou uma série de ações para a esfera urbana, agindo diretamente em conflitos que ocorriam entre a classe operária e os grandes grupos industriais e empresariais. Nesse sentido, ao invés de apoiar um único lado, Getúlio mais uma vez foi esperto: ele se preocupou em criar ações específicas que atendessem às expectativas de ambos os interesses.

Sendo assim, tanto a burguesia industrial, como as classes trabalhadoras ficaram contentes e satisfeitas com os feitos do governo de Getúlio no Estado de Compromisso. Pela primeira vez os trabalhadores estavam assegurados com inúmeros benefícios e direitos que na história de nosso país, nunca haviam sido estabelecidos na legislação em período anterior a este.

A sensação que Getúlio criou em todas as esferas da sociedade, foi a de um ótimo político preocupado com as necessidades de todos. As outras vertentes da esfera política enfraqueceram e Getúlio tornou a sua imagem pessoal e particular extremamente poderosa.

Durante o Estado de Compromisso, o presidente se posicionou de forma neutra e positiva para todos os públicos, promovendo uma verdadeira organização em todos os âmbitos da nossa nação. Ele teve o apoio da grande massa e, dessa forma, conquistou o que tanto queria: a confiança do povo brasileiro.

Mais informações do Estado de Compromisso

Mas, afinal, quais eram as verdadeiras intenções de Getúlio Vargas ao criar o Estado de Compromisso? Confira um breve resumo.

• Desenvolver o populismo, gerando confiança no povo e conquistando um a um – desde os trabalhadores à burguesia, além da classe média, exército e as grandes instituições industriais, empresariais e políticas;

• Utilizar os meios de comunicação e o poder político de uma maneira articulada;

• Se transformar no político que a população sempre quis, preocupado com as principais questões nacionais;

• Apelar pela defesa de todas as classes do povo brasileiro, o que também aumenta a sua popularidade;

• Assumir uma ideologia muito clara e simples, que também seja entendida por todos;

• Garantir um prestígio próprio e individual em todos os setores da sociedade, por mais antagônicos que eles sejam;

• Defendem todas as classes e, nesse sentido, se tornar o único político com capacidade para isso;

• Posteriormente, cada um desses motivos foi entendido pela população, que de olhos fechados, não conseguiu compreender os verdadeiros interesses de Getúlio Vargas em seu primeiro mandato.