Tratado de Versalhes

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Tratado de Versalhes

Uma guerra sempre começa por uma série de fatores, especialmente quando envolve grandes potências mundiais. E você sabia que uma das causas da Segunda Guerra Mundial está enraizado na Primeira Guerra Mundial? Estamos falando do Tratado de Versalhes, um dos documentos mais importantes da história moderna. Apenas um pedaço de papel, que transformou uma sociedade. Conheça tudo sobre ele!

Tratado de Versalhes

Histórico do Tratado de Versalhes

Acabamos de falar que o Tratado de Versalhes foi uma das causas da segunda grande guerra, mas, ironicamente, ele foi um tratado de paz, responsável por colocar um fim na Primeira Guerra Mundial oficialmente. Ele foi assinado em 28 de junho de 1919, na cidade de Versalhes, onde na época funcionava a residência oficial do monarca francês.

Na Primeira Guerra, estiveram em conflito dois grupos: a Tríplice Entente (França, Reino Unido, Itália) e a Tríplice Aliança (Alemanha, Bulgária, Império Austro-Húngaro), sendo que o primeiro saiu vitorioso depois de uma longa batalha que foi de 1914 até 1918.

Houve seis meses de discussão até que o Tratado fosse definido para ser assinado, esse tempo começou no chamado armistício de novembro de 1918, quando os combates tiveram fim. O aspecto central desse documento consistia em responsabilizar a Alemanha pelo início do conflito e, por conta disso, deveria reparar os danos causados aos países da Tríplice Entente.

Entre os aspectos do Tratado de Versalhes, estavam:

  • A Alemanha deveria reconhecer a independência da Áustria;

O país teve que pagar uma indenização fixada no valor de 269 bilhões de marcos aos países vencedores, especialmente França e Inglaterra, pelos prejuízos causados pela guerra;

Seu exército foi reduzido para 100 mil soldados. Já a marinha alemã ficou com 15 mil marinheiros, seis navios de guerra e seis cruzadores;

Os alemães tiveram que devolver os territórios da Alsácia-Lorena para a França e as províncias de Posen e Prússia Ocidental para a Polônia;

  • As duas cidades alemãs Malmedy e Eupen passaram a ser controladas pela Bélgica;
  • A aeronáutica da Alemanha foi proibida de continuar funcionando;
  • O país também foi proibido de fabricar tanques e armamentos pesados;
  • A Sonderjutlândia foi devolvida para a Dinamarca.

 

Além de todas essas cláusulas que atacaram diretamente a Alemanha, foi o Tratado de Versalhes que criou a Liga das Nações, uma organização que deveria promover a paz entre seus membros e evitar futuros conflitos. Mais tarde, ela se expandiu e se tornou a ONU, que existe até hoje e continua tendo a promoção da paz mundial como um de seus grandes objetivos.

Principais consequências do Tratado de Versalhes

Antes de falar das consequências geradas para a Alemanha, é importante falar que esse tratado teve impactos nos conflitos entre os árabes e israelenses. O documento dividiu e redesenhou o extinto Império Otomano e esses povos não concordaram com o novo desenho das fronteiras. Foi também pelo Tratado de Versalhes que os curdos ganharam o direito à autodeterminação que tanto desejaram, além de outros países que conquistaram a sua independência, como a Ruanda e Burundi, que foram desmembrados da colônia alemã da África Oriental, passando para administração da Bélgica.

E no que se refere à Alemanha, as consequências foram graves, de acordo com a própria comunidade de historiadores. A população e o governo alemães sentiram profundo choque e humilhação diante das cláusulas do tratado. A sociedade civil descrevia o ocorrido como uma desonra o fato de o estado ter aceitado as condições e assinado o documento, sem tentar fazer uma negociação melhor. Os protestos começaram a eclodir por todo o país e o clima geral era de instabilidade e turbulência.

Como se esse sentimento de revolta já não fosse perigoso o suficiente, a economia da Alemanha estava naturalmente em decadência por conta da guerra e entrou em uma crise ainda mais profunda com o pagamento daquela indenização tão alta aos países vencedores.

Nas décadas de 1920 e 1930, os alemães passaram por um grave desemprego, inflação altíssima e desvalorização da moeda, o marco. Toda essa crise econômica agravava ainda mais o descontentamento popular que já existia pela própria humilhação.

E foi assim que o sentimento de revanchismo foi ganhando força e sendo alimentado. Os alemães queriam “dar o troco”, reverter à crise econômica e moral na qual estavam imersos e essa foi, sim, uma das razões que provocaria a Segunda Guerra Mundial futuramente, em 1939. A proximidade entre os dois conflitos demonstra muito isso.

E para completar: em meio a uma sociedade revoltada, querendo revanche, devastada pela crise e sem esperanças de um futuro promissor, surge a figura de um grande líder, carismático, buscando unir a nação, alimentando um forte sentimento nacionalista e prometendo recuperar o país. Ele mesmo, Adolf Hitler. Apesar de todas as atrocidades que cometeu, é inegável que ele fez muito pela Alemanha do ponto de vista econômico durante certo período de tempo, representando tudo que a população desejava naquele momento.