Álvares de Azevedo
Álvares de Azevedo é um importante autor da literatura brasileira. Ele fez parte do estilo Romantismo em sua segunda geração, fortemente inspirado no autor Lord Byron, um autor do Romantismo inglês. Álvares de Azevedo nasceu em 12 de setembro de 1831 na cidade de São Paulo, ele foi contista, dramaturgo, poeta e ensaísta brasileiro na fase do Romantismo considerada como “Mal do Século” ou “Ultrarromântica”. Ele cursou a faculdade do Largo São Francisco, onde estudou o curso de Direito, mas não conseguiu terminar o curso devido a complicações de sua saúde, o autor contraiu tuberculose. Apesar de ter morrido jovem, aos 21 anos, o autor deixou um legado para a literatura brasileira com suas obras, que foram publicadas depois de sua morte.
Sua morte foi marcada por uma tragédia que piorou seu estado de saúde, Álvares de Azevedo estava com tuberculose em estágio avançado e uma queda do cavalo fez que isso piorasse e o levasse ao óbito. Seu lado pessimista era tão forte que ele afirmava que a morte seria a solução de todos os seus problemas, inclusive escreveu um poema poucos dias antes de morrer, intitulado “Se Eu Morresse Amanhã”, este foi declamado em seu velório pelo seu amigo Joaquim Manuel de Macedo. A última estrofe do poema diz “Mas essa dor da vida que devora/ A ânsia de glória, o dolorido afã…/ A dor no peito emudecera ao menos/ Se eu morresse amanhã!” – percebe-se notoriamente o pessimismo do autor perante a vida e as dores que ela causa.
“O Mal do Século”
O Romantismo na segunda fase foi chamado de “Mal do Século”, o termo se refere diretamente às temáticas que eram abordadas pelos autores, morbidez, adoração da morte e a idealização da mulher amada e do seu sentimento. Seus autores consagrados são Lord Byron, Goethe, Chateaubriand e Alfred de Musset.
Influências
O autor Álvares de Azevedo pertenceu à segunda fase do Romantismo, sua criação foi influenciada pela obra de Lord Byron, um poeta inglês. Byron também influenciou Azevedo diretamente, já que seus textos eram carregados de melancolia e pessimismo, grandes características do “Mal do Século” e motivo da alcunha da segunda fase do Romantismo.
Estilo
O estilo de Álvares de Azevedo é marcado por forte pessimismo, melancolia, agilidade de ações (nervosismo), humor e drama, bem como o forte uso da figura de linguagem ironia. Azevedo teve pouco tempo para fortalecer seu estilo como autor, já que morreu jovem e só começou a produzir seus textos na faculdade, porém ele deixou como marca sua semelhança com o poeta Lord Byron, que via tudo pelo lado negativo. A temática mais vista em sua obra é a adoração a morte, como se ela fosse a solucionadora de todos os problemas que cercavam sua vida.
Bibliografia
Seus livros, apesar de poucos, o fizeram conquistar postumamente o título de Patrono da Academia Brasileira de Letras. Sua obra é dividida entre ensaios, contos e poesias. O mais famoso e cultuado livro de Álvares de Azevedo é a Lira dos Vinte Anos, porém ele teve publicada outras obras como: A noite na taverna; O conde Lopo; O poema do frade; Macário; Obras completas; Poesias completas; Os melhores poemas; Obras. Todas foram publicadas após a sua morte.
A lira dos vinte anos
O livro foi organizado pelo próprio autor no ano de sua morte, em 1852, mas foi publicado em 1853. A obra é uma antologia poética e desenvolve-se a partir de duas faces: a face Ariel, extremamente melancólica e sentimentalista, retrata principalmente o amor platônico e idealizado. Já a segunda face é a de Calibran, que se volta para uma temática mais mórbida, a qual a morte se torna a solução e adoração para o poeta, bem como há o uso de sarcasmo e ironia em excesso.
Outra forma de dividir o livro é em três partes, a primeira é marcada pela grande idealização da mulher amada, do amor platônico e da temática da morte com grande apelo religioso. A segunda parte já segue para o lado mais sombrio de Álvares de Azevedo, com muitos elementos mórbidos como cadáveres e vultos de espíritos, porém com a presença também de festas boêmias, regadas a prazeres momentâneos que pioravam sua relação com a vida. Por fim, a terceira parte é o consenso das duas primeiras, mistura elementos mórbidos, idealização do amor e o fascínio pela morte, porém tende a se inclinar mais para a primeira parte.
O livro marca a presença das influências que o autor teve, como a de Lord Byron, e retrata Álvares de Azevedo como um sonhador errante, um poeta que vivia com uma angústia no peito e que procurava solucionar sua vida deslocada através da morte e de seus vícios, apesar de ser considerado uma pessoa boêmia por alguns autores, outros dizem que ele apenas se escondia nesse mundo regado a bebidas e drogas, para se refugiar das mazelas do mundo e do mal que pairava sua vida, a tuberculose.